20 de abril de 2024
Pedro Guimarães, presidente da Caixa, em evento do banco, após denúncia de assédio sexual Reproduçã

Pedro Guimarães, presidente da Caixa, em evento do banco, após denúncia de assédio sexual Reproduçã

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O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, participou brevemente, e a portas fechadas, na manhã desta quarta-feira do evento que anunciou estratégias para o Ano Safra 2022/2023, na sede da Caixa Cultural em Brasília. Acusado de assédio, ele citou que estava na platéia sua esposa, Marcela Guimarães, e a citou no discurso sobre ética:

— Quero agradecer a presença de todos vocês, da minha esposa, acho que de uma maneira muito clara, são quase 20 anos juntos, dois filhos, uma vida inteira pautada pela ética, tanto é verdade que quando o assumi o banco, o banco tinha os piores ratings das estatais, dez anos de balanço com ressalvas, uma série de questões que todos vocês sabem — disse, segundo vídeo obtido pelo GLOBO. —Hoje, a gente é um exemplo, tenho muito orgulho do trabalho de todos vocês e da maneira como eu sempre me pautei, em toda a minha vida.

Segundo assessores do banco público, o presidente discursou por cerca de 30 minutos pouco depois das 10 horas da manhã. Em seguida, cancelou a coletiva de imprensa que estava prevista para acontecer na frente do prédio e deixou o local. Participantes do evento confirmaram que, ao fim de sua apresentação, Guimarães levantou sua identificação funcional para a plateia e disse “meu crachá”, em um gesto que foi visto como um indicativo de que ele lutará para ficar no cargo.

Os jornalistas que tentaram acompanhar o evento foram impedidos de entrar no auditório, onde mais de cem pessoas acompanharão os anúncios até às 17h.

O clima na frente do prédio da Caixa Cultural era de silêncio e certo constrangimento na manhã desta quarta-feira. A porta de acesso ao prédio estava protegida por ao menos quatro seguranças, só funcionários do banco eram autorizados a entrar.

Quando jornalistas tentaram abordar funcionários que deixavam o hall de entrada, assessores do gabinete de imprensa da Caixa interferiram, alegando que os funcionários são proibidos de dar declarações. Outros funcionários, com medo de retaliações, preferiram não se pronunciar.

No intervalo para o almoço, um grupo de funcionários da Caixa foi a um microfone improvisado pelo Sindicato dos Bancários de Brasília na frente do prédio do banco para criticar a conduta do então presidente da Caixa, Pedro Guimarães:

— Na qualidade de aposentada da Caixa eu não poderia me furtar de colocar aqui meu repúdio a este senhor chamado Pedro Guimarães, que usa do cargo para poder se locupletar sexualmente das suas funcionárias -—disse a funcionária aposentada Marlene Dias: — Eu peço às mulheres com quem ele faltou o respeito que não se deixem levar por uma cadeira mais confortável.

Para a funcionária Alana de Resende, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, desrespeita todas as mulheres que passam na frente dele.

— Pedro Guimarães precisa responder por crime porque isso não pode ser abafado, inclusive as denúncias que foram feitas na ouvidoria da empresa, que foram dissipadas e ninguém sabe o que aconteceu — disse Alana. — É uma vergonha nossa empresa está sendo exposta por um cara que não tem um mínimo respeito por nenhuma mulher que cruza a frente dele. Chega de ter medo. Estamos em 2022. Abusadores e assediadores não passarão.

Fonte: O Globo

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