Em Luanda, a fome também é inimiga da educação

Nesta sexta-feira, desembarcamos no início da tarde em Luanda, capital da Angola. Fomos conhecer de perto o trabalho que a Obra de Maria faz junto ao bairro Lar Patriota, onde a instituição está instalada há três anos. O padre José Agripino Brito Filho nos acompanhou numa visita à Escola Nossa Senhora Sede da Sabedoria.

Com 705 alunos, o colégio funciona nos três turnos com turmas de 1ª a 8ª classe, o equivalente ao ensino fundamental no Brasil. A maior parte, 380 alunos, estuda pela manhã.  O diretor da escola, Abraão Cawende, contou que a Obra de Maria fornece uma sopa para a comunidade nas sextas-feiras e uma cesta básica uma vez ao mês. O que tem ajudado bastante a população.

Segundo o diretor, o bairro possui 22 mil habitantes, desses, três mil estão em situação muito difícil. “Temos alunos que não têm o que comer em casa. Há família que vive, basicamente, com essa cesta básica doada”, falou.  O diretor comentou que o índice de aproveitamento da escola tem sido não tão satisfatório. “Os alunos sofrem com a falta de estrutura familiar, que reflete no seu rendimento”, completou Cawende.

O estudante Jacinto Manoel Domingos dos Santos, 11, cursa a 5ª classe. Ele tem sete irmãos, quatro são da mesma mãe. O pai já é falecido. O garoto contou que sonha em ser médico. “Quero poder ajudar a população da minha cidade e do meu país”, comentou o garoto.

Além da Obra de Maria, que é ligada à Igreja Católica, outras 12 instruções religiosas atuam no bairro. “As igrejas que operam na vizinhança, embora sejam de ordens diferentes, respeitam a ideologia de cada um dos moradores”, garantiu Padre Agripino.

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