Entre os vários dados preocupantes para o mercado jornalístico norte-americano (e por tabela para o resto do mundo) levantados pelo relatório “O estado da mídia em 2013“, um estudo anual divulgado pelo Projeto de Excelência em Jornalismo do Centro de Pesquisa Pew e já abordado aqui no blog, um traz consequências imediatas: “a queda da receita com publicidade impressa pelo sexto ano consecutivo”. Em função disso, a diferença entre os conteúdos impresso e digital é surpreendente: para cada US$ 1 ganho em publicidade digital, há uma perda de US$ 16 na publicidade impressa. Se em 2012 a média de queda nos impressos norte-americanos foi de 7,3%, no  Washington Post a situação foi mais complicada com uma redução de 14%, faturando  US$ 228,2 milhões no ano. Já a publicidade digital, que inclui a revista online Slate, apresentou aumento de 5%, chegando a US$ 110,6 milhões. O modelo de negócio ficou insustentável.

Nesta terça-feira, o Observatório da Imprensa reproduziu matéria de O Globo anunciando que o Washington Post irá cobrar pelo acesso a parte do seu conteúdo digital ainda em 2013. O Post era um dos últimos grandes jornais dos EUA a manter seu conteúdo online aberto. A justificativa foi apresentada em um comunicado oficial assinado pela editora-chefe do jornal Katharine Weymouth:

“Os consumidores entendem o alto custo da operação de coleta de notícias e reconhecem a importância de manter reportagens aprofundadas, pelas quais o Post é conhecido”.

O modelo será semelhante ao adotado com sucesso pelo The New York Times, que bloqueia o acesso ao material publicado após a leitura de um dado número de reportagens. No caso do Post, 20 artigos por mês.

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