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Um grande passo para a humanidade. No dia 21 de julho de 1969, o Diario de Pernambuco publica uma de suas capas mais importantes da história. O homem, ou melhor, astronautas norte-americanos, pisavam na Lua, feito comemorado em todos os países da Terra, com exceção da União Soviética, que perdia a dianteira na corrida espacial. “A Apolo 11 decidiu ontem a corrida para a Lua e abriu uma nova fase na história da humanidade. Esse marco foi conseguido quando, às 17.17 horas (do Recife), a nave descia com perfeição absoluta numa área do mar da Tranqüilidade. Neil Armstrong, o cosmonauta comandante, exclamou, então, para os cientistas do Centro Espacial de Houston: ‘A Águia Pousou’. Às 23 horas e 56, abria-se a escotilha da nave e o mesmo Armstrong dava o primeiro passo na desolada superfície lunar, iniciando, assim, seus trabalhos de exploração. A ele seguiu-se Edwin Aldrin”.
Para registrar o feito, o Diario saiu com uma edição especial, onde 13 páginas foram dedicadas para explicar como foi feita a viagem desde a partida do Cabo Kennedy no dia 16 de julho, na cápsula Apollo XI, lançada pelo foguete Saturno V. Câmeras de televisão transmitiram ao vivo a alunissagem para um público estimado em meio bilhão de telespectadores. Foi quando Neil Armstrong pronunciou a frase cuidadosamente escolhida para causar impacto e entrar para os livros escolares: “É um pequeno passo para um homem, mas um enorme salto para a humanidade”. Houve quem desconfiasse que tudo não passasse de uma montagem, com atores encenando num cenário montado em algum lugar dos Estados Unidos.
“No Recife, a pracinha da Independência foi o centro de convergência do povo nas comemorações da proeza. Na hora da descida do módulo e no momento do desembarque, o velho carrilhão do Diario de Pernambuco e sirene saudaram o acontecimento, no que foi acompanhado pelas buzinas de mais de trezentos automóveis reunidos em frente ao nosso edifício, onde se acotovelavam centenas de pessoas”.
Na capital pernambucana não poderia faltar carnaval. A Prefeitura do Recife programou a apresentação do Batutas de São José, Vassourinhas, Canindés, Inocentes do Rosarinho e Amantes das Flores e anunciou que iria instalar um painel gigante, alusivo ao feito dos astronautas, no seu edifício sede. Além das ruas ficarem mais iluminadas, o que as pessoas queriam ver era a réplica do módulo lunar que desfilaria em um carro alegórico.
A chegada à Lua fez com que o Diario avançasse em termos gráficos e de cobertura. Antes da aterrissagem no satélite natural da Terra, o jornal havia publicado uma série de reportagens  por dez dias. O material, produzido pelo editor internacional do Diario, Jacinto Braga, trazia fotos, gráficos e até quadrinhos. Jacinto escreveu tudo a tempo de embarcar para os Estados Unidos. Ele foi o único jornalista do Norte e Nordeste credenciado pela Nasa para acompanhar o momento histórico direto do Cabo Canaveral.

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