11 de setembro 2001

Todo mundo se lembra o que estava fazendo na manhã de 11 de setembro de 2001. Naquele dia, 19 terroristas da Al-Qaeda sequestraram quatro aviões comerciais. Dois deles atingiram  intencionalmente as Torres Gêmeas do World Trade Center em Nova York. O terceiro teve como alvo o prédio do Pentágono, em Arlington, Virgínia, nos arredores de Washington. O último avião caiu em um campo próximo de Shanksville, na Pensilvânia, sem chegar à Casa Branca, em Washington, porque passageiros e tripulantes reagiram e tentaram retomar o controle do voo. Ao todo, foram mais de três mil mortos, incluindo os sequestradores.

Quem estava na redação percebeu, aos poucos, que não estava vendo um filme na televisão. Os aviões se chocando contra os cartões-postais de Nova York eram realidade. A correria começou. O desafio seria produzir uma edição histórica, à altura dos tristes acontecimentos. O Diario produziu oito páginas, usando em cada uma delas uma palavra-chave e trazendo o impacto dos acontecimentos à vida dos pernambucanos. Onze anos depois, o mundo ainda não cicatrizou a ferida. Osama bin Laden, o mentor dos ataques, está morto, mas continua assombrando as eleições norte-americanas.

 

Allende1

O dia 11 de setembro não é sinônimo de tragédia apenas pelo ataque da Al-Qaeda aos Estados Unidos em 2001. Na mesma data, mas 28 anos antes, o Chile embarcava numa aventura tenebrosa. Um golpe militar, liderado por um certo general Augusto Pinochet, colocava o país no mesmo grau de terror que dominava a América Latina. O presidente Salvador Allende, entricheirado no Palácio de La Moneda, teria preferido se suicidar a entregar o poder.

No dia 12 de setembro, o Diario trazia a derrubada de mais um governante eleito pelo voto no continente. “O assalto, feito por terra e pelo ar, durou três horas e ocorreu após sublevação dos militares iniciada no Porto de Valparaíso. A Junta Militar que controla a situação no país fez vários comunicados exortando a população a se manter em calma e colaborar com a nova ordem”. Segundo relatos de dois repórteres do jornal El Mercurio, o corpo de Allende estava reclinado num sofá, numa poça de sangue.

Em 2012, a justiça chilena concluiu que Allende realmente se suicidou, disparando dois tiros de uma AK-47 presenteada por Fidel Castro. O anúncio teve por base o exame dos restos mortais de Allende, exumados em 2011. Por muitos anos, partidários do presidente haviam defendido que ele teria sido morto pelos militares que invadiram o palácio. “Ele ficou em La Moneda porque sabia que os presidentes constitucionais têm de exercer o mandato até o final”, disse a filha de Allende, a escritora e hoje senadora Isabel Allende. Ficou até o fim.