A Paixão de Cristo de Fazenda Nova, como o espetáculo encenado em uma réplica de Jerusalém, teve início em 1968. Quatro anos depois, em 1972, o evento que contava o drama do Rei dos Reis conseguiu sua primeira projeção nacional ao contar, na plateia e nos bastidores, com Roberto Carlos, o “rei da juventude brasileira”, como registra o Diario de Pernambuco na edição do dia 31 de março de 1972.
O cantor, acompanhado de uma caravana artística integrada ainda pelo seu amigo Erasmo Carlos, o apresentador Carlos Imperial, o estilista Denner e atriz Maritza Cavalcanti, preferiu não assumir nenhum personagem, ficando na plateia. Os dois Carlos, Erasmo e Imperial, aprontaram nos bastidores com suas brincadeiras. Denner deu o ar da graça, encarnando um príncipe hindu justamente no bacanal de Herodes. Carlos Imperial e a atriz Maritza Cavalcanti protagonizaram beijo cinematográfico na mesma cena. Dez mil pessoas tiveram a chance de conferir a Paixão juntamente com os famosos. O local foi caracterizado como “formigueiro humano”, ajudado pela inauguração de um camping.
Assinados pelo enviado especial Antônio Miranda, os textos sobre a movimentação dos famosos, trazendo detalhes deliciosos como a “tremenda topada” que Carlos Reis, que interpretava o Cristo na época – hoje ele é o diretor do espetáculo – levou em um ensaio, a tentativa de “serrar” o Judas feita por Carlos Imperial e a estratégia que Roberto Carlos adotaria para ver novamente a Paixão sem ser importunado: disfarçar-se de velho.