O Recife vive hoje uma febre sobre duas rodas. Nos fins de semana e feriados tornou-se comum ver famílias pedalando em ciclofaixas demarcadas com cones ou pinturas no asfalto. Mas o começo foi difícil. Andar de bicicleta era uma aventura há 21 anos, como demonstrava reportagem publicada no suplemento DP Zona Sul, do Diario de Pernambuco. A publicação era uma aposta de segmentar o noticiário, publicando notícias de interesses dos moradores do Pina a Candeias (em Jaboatão). Sem áreas delimitadas para circulação, os bikers faziam do número sua proteção contra os carros. Grupos foram montados para passeios. Os pioneiros foram o Bike House e o Bikers Guararapes. O segundo chegou a reunir 400 participantes, explorando trilhas urbanas.
O surgimento de clubes de ciclistas, moda já comum na Europa, serviu para pressionar o poder público no Recife. Em 1994, levantamento feito pela prefeitura apontava que a capital possuía um milhão de bicicletas, o dobro do número de veículos automotores. Uma comissão formada por representantes do Detran, URB e ONGs começou a estudar a construção de ciclovias, a partir do decreto municipal 15.329, de 1990, proposto pelo vereador Byron Sarinho (PPS). A promessa, na época, era de que o Recife teria 98 quilômetros de malha cicloviária. O preço de uma magrela poderia custar até US$ 6 mil, o preço de um automóvel Corsa.