Nestes tempos em que o jornalismo impresso debate o seu papel, uma das alternativas é oferecer ao leitor conteúdo diferenciado. Se não for exclusivo – artigo mais raro em tempos de internet – que seja com um tratamento que ultrapasse a pauta trivial. E com um bom acabamento gráfico para valorizar textos e imagens. Um filão que nunca deve ser abandonado por uma publicação que tem décadas de história é justamente rever sempre o passado. Personagens e situações que são mais valorizados na academia também chamam a atenção dos leitores. Na edição de domingo do Diario de Pernambuco, o caderno Viver trouxe material que exemplifica esta linha.
O cangaço, que o Diario registrou desde seu fortalecimento no século 19, sempre rende boas reportagens. Como a escrita por Julio Cavani, que rendeu a página dupla acima. O mote para falar sobre Lampião foi a estreia do filme dirigido por Alceu Valença que tem como principal personagem justamente o famoso cangaceiro. Além de tratar da nova obra em si, Cavani apresentou um amplo panorama de como o cinema ressignificou o violento personagem da vida real.
Já Isabelle Barros reportou o projeto da jornalista Clarice Hoofman, que recupera as fichas dos Dops a respeito dos artistas que vinham se apresentar no Recife no período de 1934 a 1954. Um material curioso e que tem o próprio Diario de Pernambuco como fonte.
O próprio jornal que divulga é também a própria notícia. Uma história que deve sempre se repetir.