Hindenburg 00485x

O recifense já estava acostumado com aqueles “charutos” voadores. Há sete anos, desde que o Graf Zeppelin fez sua primeira parada no campo do Jiquiá, os dirigíveis alemães eram sinônimo de uma viagem rápida e confortável pelos ares. Ainda não havia aeronave com capacidade suficiente de transporte para viabilizar voos continentais. Tudo se acabou no dia 6 de maio de 1937, quando o Hinderburg, o maior dirigível até então construído pela Luftschiffbau-Zeppelin, explodiu e incendiou-se, a 60 metros de altura, quando atracava em Lakehurst, nos Estados Unidos. O saldo trágico foi de 13 passageiros, 22 tripulantes e um técnico em solo mortos. A perda de 36 vidas deu fim a uma era. No dia 7 de maio de 1937, o Diario de Pernambuco estampou a tragédia na sua capa, trazendo foto onde aparecem o Hinderburg e o Graf Zeppelin amarrados na torre de sua base, na Alemanha.

O Hindenburg detém ainda hoje o título de maior nave construída pelo homem a voar, com 245 metros de comprimento, 200 mil metros cúbicos de gás, quatro motores, velocidade de 131 km/h e uma autonomia de 12 mil quilômetros. Ao todo, poderia abrigar 50 passageiros e 45 tripulantes. Era uma eficaz propaganda ambulante do regime nazista. O primeiro voo comercial do Hindenburg foi para o Rio de Janeiro, em 31 de março de 1936. O Recife acabou entrando inesperadamente no roteiro por causa da pane em um dos motores. A torre do Jiquiá, a primeira estação para dirigíveis da América do Sul e o único equipamento no mundo ainda a resistir em pé, foi testemunha desta história.