A notícia foi publicada no rodapé da contracapa do Viver da edição desta quinta-feira, mas representa uma vitória na preservação da história de Pernambuco a partir do jornal. Graças a um texto do repórter Tércio Amaral, publicado originalmente no Diario em 20 de novembro do ano passado – no Dia da Consciência Negra – a editora Civilização Brasileira se interessou pelo estudo inédito do pesquisador e historiador pernambucano Bruno Véras. Seu trabalho foi resgatar o único relato autobiográfico conhecido de um ex-escravo brasileiro, impresso originalmente nos Estados Unidos em 1854. A saga de Mahommah Gardo Baquaqua, filho de um próspero comerciante do Benim, lembra muito a do norte-americano Solomon Northup, transformada em filme em 2013 a partir do seu livro 12 anos de escravidão.
“Após a publicação da matéria, o professor Paul Lovejoy (York University, Canadá) esteve no Brasil e demos sequência ao Baquaqua Trail: seguimos os passos dele nos EUA, no Canadá e, agora, no Brasil, procurando novos documentos”, disse Bruno. “Fomos a Itamaracá – ilha que no século 19 serviu de desembarque ilegal de gente para o Recife, Olinda e Goiana. Pretendo viajar a Lagos (Nigéria) e Liverpool (Inglaterra)”, anunciou Bruno Véras. Para o Diario, foi bom fazer parte desta história.
Abaixo, o primeiro texto publicado em 2014.