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Há 65 anos, morria no Rio de Janeiro um homem ilustre, ou melhor, um ilustrador dos melhores que o Brasil já teve. José Carlos de Brito e Cunha era um autodidata. Seu primeiro desenho – um diálogo entre o presidente Campos Sales e o Tio Sam – foi publicado na imprensa quando tinha 18 anos, no “O Tagarela”, na edição de 25 de agosto de 1902. Foi convocado de imediato para ir à redação do jornal carioca, onde figuravam feras do traço como Raul Pederneiras e K.Lixto.

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Em 1908, já assinando como J. Carlos, passou a desenhar para a revista “Careta” desde a sua primeira edição, uma união que duraria até a sua morte, em 1º de outubro de 1950. Suas charges e caricaturas retrataram um Rio – e por extensão, o Brasil – deslumbrado com a modernidade que significava falar em francês e aceitar os carros individuais no lugar dos bondes coletivos.

Walt Disney ficou louco para levá-lo para os Estados Unidos, já que o personagem Zé Carioca foi baseado numa ilustração de J. Carlos publicada justamente na “Careta”.

Em fevereiro de 2009 foi exibido pela primeira vez o documentário “J. CARLOS – a figura da capa”, dirigido pelo jornalista José Brito Cunha, um dos bisnetos do artista. Foram seis anos de trabalho. Em 2009 J. Carlos foi enredo da escola de samba Acadêmicos da Rocinha.

O traço fino e elegante de J. Carlos também estampou outras publicações de sua época, além de também criar imagens para publicidades. Criou um universo de melindrosas e almofadinhas, além das matronas em estilo art déco. Morreu dois dias após ter sofrido um acidente vascular cerebral enquanto trabalhava na redação da “Careta”. Deixou um legado que é referência hoje no design nacional.

Quem quiser conhecer sua obra em detalhes pode visitar o  site Jota Carlos em Revista, patrocinado pelo Programa Petrobras Cultural apresenta a digitalização em alta definição “de nove anos de duas das publicações mais  importantes da primeira metade do século 20 – “O Malho” e “Para Todos…” – entre 1922 e 1930.