Nos últimos meses, o mercado editorial brasileiro se deu conta de que os bastidores do jornalismo também podem se tornar temas de bons best sellers. No intervalo de apenas dois meses, as editoras Companhia das Letras e Intrínseca lançaram biografias monumentais – em número de páginas – de um colunista social (Zózimo Barroso do Amaral) e de um dono de editora (Roberto Civita, da Abril). Se formos um pouco mais longe no tempo, em 2015 a história de vida de Carlos Castello Branco (Editora Record), considerado o maior colunista de política, também ganhou um merecido e grande resgate.
Cada personagem à sua maneira, os três representam um modo de fazer jornalístico que representa bem a história brasileira do século 20. Não à toa, o trio de autores das biografias são respeitados profissionais do batente desta profissão que enfrenta desafios cada vez mais crescentes nesta era da tecnologia. Conhecer o passado – e reverenciar os mestres, mesmo com todas as suas falhas humanas – é uma forma de projetar para onde vai a tarefa de informar. Importante para quem estuda jornalismo, necessário para quem não se interessa mais apenas em receber o noticiário pronto, mas conhecer os meandros desta máquina sempre com um parafuso a menos.