No século 19, o carnaval era registrado no Diario de Pernambuco no formato de notas ao público e nos já tradicionais classificados. No dia 16 de fevereiro de 1863, em plena segunda-feira da folia, o jornal trazia na sua edição uma convocação para um baile de máscaras com a presença de uma companhia circense, de Nova York e Luanda. Com a devida licença do chefe de polícia, a dança seria realizada no tablado que, como destacava o anúncio, era fresco e arejado. Os participantes ainda veriam a apresentação, nos intervalos, de um dançarino em cima de uma bola.
Nos dias anteriores a este anúncio, os classificados traziam um pouco de tudo: além dos bailes, avisos de lojistas sobre a chegada de panos para fantasias e as famosas máscaras, as mais baratas feitas de papelão. Em meio a este clima de festa de Momo, a vida prosseguia na província. As páginas centrais do Diario continuavam trazendo registros de todo o tipo, de escravos fugidos e partidas de navios para o Rio de Janeiro ou para a Europa. Mas tudo poderia parar um pouco com o circo. Até o próximo carnaval.