O sociólogo Gilberto Freyre sempre teve uma relação próxima ao Diario de Pernambuco. Em 1918, aos 18 anos de idade, iniciou sua colaboração com o jornal com uma série de cartas intituladas Da outra América, contando sua experiência em Waco (Texas), onde matriculou-se na Universidade de Baylor. Em suas andanças pela Europa, já formado e com elogios por sua tese sobre a vida social no Brasil no século 19, continuou a mandar material para ser publicado.
De volta ao Recife em 1924, torna-se integrante da redação. Em 1925, a direção o encarrega de organizar o Livro do Nordeste, publicação comemorativa do primeiro centenário de fundação do jornal. É nele que foi publicado pela primeira vez o poema modernista de Manuel Bandeira Evocação do Recife, escrito a pedido do amigo Freyre.
Já mergulhado em outros afazeres, publica em 1934 o livro Casa-grande e Senzala. Torna-se referência no estudo da sociedade brasileira, amado e odiado, mas nunca esquecido. No dia 27 de abril de 1937, Gilberto Freyre e o Diario voltam a se encontrar. O jornal divulga matéria sobre o sociólogo, que adianta quais seriam os seus próximos livros: Nordeste e Açúcar, hoje considerados clássicos.
O que chama atenção mesmo é a foto – inédita, como ressalta a legenda – do estudioso de sungão, na praia de São José da Coroa Grande, ao lado de dois jovens (seus filhos?). Na verdade, o Diario republicava texto do Diário da Noite do Rio de Janeiro, também integrante dos Diários Associados de Assis Chateaubriand. Depois de curtir a praia, Gilberto Freyre retornaria à Europa. Seguiria com ele para a França o pintor Cícero Dias, que também veio pegar um pouco de sol – e brasilidade – por estas bandas.