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Alunos do Ginásio Pernambucano despertaram para a necessidade da reciclagem depois de passeio de catamarã pelo Rio Capibaribe - Foto: Brenda Alcântara/DP

Alunos do Ginásio Pernambucano despertaram para a necessidade da reciclagem depois de passeio de catamarã pelo Rio Capibaribe – Foto: Brenda Alcântara/DP

Onde todos veem poluição, eles percebem um mundo verde

Projeto de professores de história e geografia do Ginásio Pernambucano conscientiza adolescentes para ação ambiental

Doações anônimas garantiram a transformação dos corredores monocromáticos do Ginásio Pernambucano, escola centenária localizada às margens do Rio Capibaribe na Rua da Aurora, em um espaço colorido e lúdico para estudantes, professores e pais. Por meio do projeto de conscientização ambiental Mundo Verde, idealizado pelos professores de história e geografia Anaelizabeth Maciel e Augusto Dornelas, os alunos reciclaram o lixo produzido na escola e transformaram o resíduo em objetos de decoração.

Garrafas pet viraram poltronas e vasos de flores artificiais. Pneus viraram jardineiras e peças decorativas espalhadas por toda a escola.

Conscientizar os adolescentes de ensino médio sobre o tempo de decomposição dos resíduos sólidos era o objetivo principal dos professores quando deram início ao projeto, no começo do ano letivo, depois de conseguirem verba por um site de financiamento coletivo. “Começamos a ação com um módulo teórico, mostrando o longo tempo que o lixo fica na natureza quando ele não é reaproveitado. Fizemos um passeio pelo Rio Capibaribe para mostrar um bem natural tão próximo, mas tão desconhecido deles”, conta a professora.


O passeio de catamarã pelo rio despertou nos estudantes a vontade de cuidar do curso d’água que passa em frente à escola. “Sempre vi o rio chegando e saindo, mas só no passeio percebi como ele estava poluído e como é pouco cuidado. Por ser tão perto do GP, nos sentimos responsáveis por ele agora”, disse a estudante do segundo ano do ensino médio Sabrina Silva, 16 anos. Depois do passeio, os alunos começaram a recolher materiais recicláveis. “Ele traziam materiais da rua, de casa e começamos a trabalhar a parte prática do projeto, com a transformação do lixo em objetos de decoração”, diz o professor Augusto Dornelas, conhecido no Ginásio Pernambucano como Professor Plantinha.

O sucesso do projeto foi tanto que os professores precisaram limitar o acesso às atividades, fazendo uma seleção. Ao todo, 50 estudantes fazem parte do Mundo Verde. São 20 do primeiro ano do ensino médio, que participam do projeto às quintas-feiras, das 10h20 às 12h, e 30 do segundo ano do ensino médio, com aulas nas terças. “O Mundo Verde foi tão bem aceito que virou uma disciplina. A adesão dos alunos é muito boa e mostra que conseguimos conscientizá-los. Eles aprendem se divertindo”, destaca o professor.

“Aprendemos que os resíduos podem ser reaproveitados e o que é visto como lixo pode se transformar em algo belo”, afirma Laís Freire, 16, do segundo ano do ensino médio. “Nunca imaginei que tecido velho com cimento pudesse ser transformado em decoração. Até em casa tenho feito seleção do lixo e reaproveitado o que dá para transformar em decoração”, completa Luiz Henrique Santana, estudante do primeiro ano do ensino médio.

 

Ampliação de ideia depende de verba

A procura dos alunos pelo projeto Mundo Verde foi tão grande no Ginásio Pernambucano que os professores Anaelizabeth Maciel e Augusto Dornelas estão captando recursos para uma ampliação da ação. Para continuar promovendo as oficinas de sustentabilidade na escola, os professores precisam de aproximadamente R$ 1,3 mil, valor que será destinado à compra de espuma, ferro, corda, fita adesiva, tecido e outros materiais necessários para a realização do trabalho.

O que era lixo pode se tornar objeto de decoração - Foto: Foto: Brenda Alcântara/DP

O que era lixo pode se tornar objeto de decoração – Foto: Foto: Brenda Alcântara/DP

A ampliação do projeto Mundo Verde foi batizada de Meu pufe sustentável, pois professores e alunos vão atuar especificamente na reciclagem de pneus descartados, transformando-os em pufes, que serão espalhados pelo Ginásio Pernambucano. “A intenção é aumentar o número de alunos alcançados pelas atividades, mantendo o foco na promoção de ações educativas e reaproveitando materiais de difícil decomposição”, explica Dornelas. Doações ao projeto podem ser feitas pelo site www.somosprofessores.org

O novo projeto será realizado duas vezes por semana durante o primeiro semestre letivo de 2017, com oficinas de reciclagem de garrafas PET e pneus. “As oficinas serão dividas em dois momentos: o primeiro será mais teórico, estudando sobre meio ambiente, as ações do homem na natureza e a reciclagem. O segundo, mais prático, focará na produção de aproximadamente 15 móveis, que serão utilizados na criação de um espaço de convivência para a comunidade escolar”, esclarece o professor.

“O Mundo Verde foi tão bem aceito que virou uma disciplina. A adesão dos alunos é muito boa e mostra que conseguimos conscientizá-los. Eles aprendem se divertindo”

Augusto Dornelas

professor de geografia do GP

[ Financie seu projeto

A ONG pernambucana Somos Professores ajuda educadores da rede pública a financiarem os projetos que desenvolvem nas escolas. Veja como funciona:

1.

Para começar, o professor deve acessar o site www.somosprofessores.org e se cadastrar.

2.

Os professores cadastrados podem enviar projetos para serem financiados. Fotos e descrições devem ser inseridas. É preciso informar também o material necessário, que deve ser orçado.

3.

Uma equipe da ONG analisa e orça cada um dos projetos antes de lançá- los nos site e nas redes sociais.

4.

Usuários do site podem escolher um dos projetos disponíveis e fazer a doação por cartão de crédito, boleto ou transferência bancária.

  • Se o projeto for financiado: A equipe do Somos Professores compra todo o material listado e entrega ao educador, que deve registrar a realização do projeto. As imagens são enviadas aos doadores.

 

  • Se o projeto não for financiado: O valor da doação é devolvido integralmente a todas as pessoas que contribuíram.
    Fonte: ONG Somos Professoresarte-projeto