Antes que seja tarde demais

Mark SpitzMuito se fala do nadador norte-americano Michael Phelps, que desembarcou na China programado como um computador para ganhar oito medalhas de ouro. Um número espantoso, mas com o objetivo claro de superar o compatriota Mark Spitz, que fez história há 36 anos, quando ganhou sete medalhas de ouro nas piscinas de Munique. Por isso, antes que Phelps faça o que se espera dele, vou relembrar um pouco aquele que ainda é – pelo menos até esta noite – o maior de todos. E que além das medalhas, quebrou os recordes mundiais nas sete provas. E lembrando que Spitz já havia ganho quatro medalhas (sendo duas de ouro) na edição anterior das Olimpíadas, na Cidade do México, em 1968.

A catarse que se vê hoje em torno do nome de Phelps foi a mesma em 1972. Um mito visto ao vivo e a cores, sem concorrentes. Mark Spitz nasceu no dia 10 de fevereiro de 1950, numa cidade de nome pouco suugestivo: Modesto (estado da Califórnia). Mas onde o cara aprendeu a nadar? No Havaí, onde passou boa parte da infância. Ele se aposentou das piscinas no final de 72, com apenas 22 anos (e quebrou outro recorde, o de FHC, que fez o mesmo aos 38 anos).

Vídeo de Mark Spitz destruindo nas piscinas de Munique, nas Olimpíadas de 1972 = http://www.youtube.com/watch?v=RfbcBB05nQg

“Mark Spitz, um verdadeiro campeão no espírito dos Jogos Olímpicos.”

Ouro C. do México 1968 4×100 m livres
Ouro México 1968 4×200 m livres
Ouro Munique 1972 100 m livres
Ouro Munique 1972 200 m livres
Ouro Munique 1972 100 m borboleta
Ouro Munique 1972 200 m borboleta
Ouro Munique 1972 4X100 m livres
Ouro Munique 1972 4×200 m livres
Ouro Munique 1972 4×100 m medley
Prata C. do México 1968 100 m borboleta
Bronze C. do México 1968 100 m livres

Foto acima (Spitz, com as 7 medalhas de 72): reparem na versão jurássica do maiô LZR Racer.

Mark Spitz hoje em dia = http://weblogs.baltimoresun.com/sports/specialevents/blog/Spitz%202.jpg.

Mais sobre o nadador pode ser visto AQUI (site oficial) e AQUI (wikipedia).

ALOHA, SPITZ!

35 anos do Terror do Nordeste

Ramón - Santa CruzA época atual do Santa Cruz é terrível, caminhando para irreversível. E é desnecessário citar aqui os motivos, porque se você está lendo este post – e tem o mínimo de interesse em esportes – é provável que saiba exatamente quais são. Empolgada e apaixonada, a torcida tricolor segue acreditando no time, que ainda tem, sim, condições de se recuperar na Terceirona. E se essa torcida é mesmo louca pelo clube, um dos motivos para isso (esse sim, digno de recordação para você, internauta) é o 35º aniversário do pentacampeonato pernambucano, que acontece hoje.

A campanha do título estadual de 1973 foi mesmo fantástica. Em 36 jogos, o Tricolor venceu 29, empatou seis e perdeu apenas um. Teve o artilheiro, Luciano Veloso, com 25 gols, e o vice artilheiro, Ramón (foto), com 22. Na decisão, bateu o Sport por 2 x 0, em plena Ilha do Retiro, e festejou a conquista seguida, mostrando o seu domínio nos anos 70, quando chegou a ficar na colocação do Brasileirão (em 75).

Sport 0 x 2 Santa Cruz

Data: 15/08/1973. Local: Ilha do Retiro. Juiz: José Marçal Filho. Público: 36.459 pagantes; Renda: Cr$ 227.217,00. Gols: Ramon (2) (SC).
Santa Cruz: Gilberto; Gena, Antonino, Paulo Ricardo e Botinha; Erb, Luciano Veloso e Givanildo; Walmir (Zito), Fernando Santana (Zé Maria) e Ramon.
Sport: Adeildo; Djair, Lima, Cidão e Marcos; Drailton, Odilon e Ronaldo (Meinha); Ditinho, Maranhão (Mário) e Ivanildo.

O centroavante Ramón – que marcou os dois gols do título de 73 – se tornaria no mesmo ano o primeiro jogador de um clube nordestino a conseguir a artilharia do Campeonato Brasileiro da Série A, com 21 gols. Série A… O Santa já esteve lá sim (e até bem pouco tempo atrás, diga-se), mas agora precisa de uma severa reformulação para voltar um dia.

Santa Cruz, Santa Cruz junta mais essa vitória.
Santa Cruz, Santa Cruz, ao teu passado de glória.
(bis)

És o querido do povo, terror do Nordeste no gramado.
Tuas vitórias de hoje, nos lembram vitórias do passado.
Clube querido da multidão, tu és o supercampeão.
(bis)

Obs. Os resultados de hoje NÃO lembram as vitórias do passado, que é coberto de glórias. Glórias que seguem alimentando a paixão coral.

Só relógio atômico salva

Relógio AtômicoFoi sofrido. Conquistado de maneira incomum. Mas não menos espetacular. O nadador César Cielo conquistou a medalha de bronze nos 100 metros livres – na noite de quarta-feira – com um empate. O tempo de 47s67 foi o mesmo do norte-americano Jason Lezak. E, acompanhando a final pela TV, deu para perceber que não é mesmo todo dia que isso acontece. Tanto que o nome de Lezak apareceu primeiro na transmissão, deixando alguns segundos (talvez um, na verdade) de frustração entre o torcedores brasileiros. Mas esse não foi o primeiro caso nessa Olimpíada. Na madrugada de terça-feira, ocorreu o mesmo nos 100 metros (mas de costas).

Na prova – que obviamente também foi disputada no Cubo D’Água – Arkady Vyatchanin (Rússia) e Hayden Stoeckel (Austrália) fizeram rigorosamente o mesmo tempo: 53s18, e também dividiram o bronze. Fico pensando se isso tivesse acontecido com o ouro… Esse empate só foi possível por causa do “relógio olímpico”, que conta até os centésimos de segundo. No entanto, alguns esportes já marcam os seus tempos até o milésimo de segundo, como a Fórmula 1. Mas mesmo lá, o cronômetro já traiu a modalidade. Em 1997, no Grande Prêmio da Europa, três pilotos conseguiram dar uma volta com o mesmíssimo tempo, no treino classificatório. O tempo de 1min21s072 foi dividido por Jaques Villeneuve, Michael Schumacher e Heinz-Harald Frentzen.

Mas ali não houve empate, pois o grid de largada foi definido por quem fez primeiro o tempo (no caso, o canadense Villeneuve, que foi campeão mundial daquele ano, justamente neste GP). Outra categoria de automobilismo, a Fórmula Indy, já utiliza até mesmo uma 4ª quarta casa decimal. Uma “solução” definitiva para acabar com empates assim pode ser a utilização de um relógio atômico (foto) nas provas. No Rio de Janeiro existem os dois únicos relógios atômicos do Brasil, ambos no Observatório Nacional. Esse tipo de relógio utiliza o Césio 133 para dar o máximo de exatidão na marcação de tempo, numa precisão de até 10-9 segundo por dia (0,000 000 001 = um bilionésimo de segundo). Um relógio desse tipo atrasa 1 segundo a cada 65 mil anos (metade da ‘idade’ do Homo Sapiens).

Obs. O blogueiro aqui acredita, de verdade e com 99,9999999982% de certeza, que com esse relógio não haveria empates na natação. Quiçá na Fórmula 1…

Mais sobre o tal relógio atômico nacional pode ser visto AQUI.

Dúvida desvendada: a colaboradora Ana Braga não conhece Borá.