Rescaldo olímpico

Com as 15 medalhas conquistadas nos Jogos de Beijing, o Brasil soma agora 91 ao todo, contabilizando as suas participações desde 1920. Se mantiver o desempenho médio desde 1996 (variando entre 10 e 15 medalhas a cada ciclo olímpico), a histórica 100ª medalha certamente sairá em Londres, em 2012. O país é o maior medalhista na América do Sul. A Argentina vem em 2º lugar, com 66 medalhas (17 ouros).

Brasil: 91 medalhas (1920/2008)

20 ouros

25 pratas

46 bronzes

O líder geral do quadro (somando todos os pódios entre 1896 e 2008) são os Estados Unidos, com 2.301 medalhas.

932 ouros

730 pratas

639 bronzes

Você pode conferir o quadro geral completo AQUI.

45 do 2º tempo

Santa Cruz 2 x 3 Cruzeiro 1975-1O dia 24 de agosto de 2008 já está sendo considerado como o pior da história do Santa Cruz. O dia que marcou a eliminação do time na Terceirona e que deixou o clube virtualmente rebaixado à Série D. Uma queda surreal. No domingo, o Santa vencia o Campinense até os 45 minutos do segundo tempo, quando sofreu o gol de empate, no Arruda. Aquele capítulo parecia mesmo fadado a ser escrito de forma cruel.

Um fato não menos doloroso – mas de maior importância – aconteceu em 7 de dezembro de 1975. Com um timaço (palavra fora do vocabulário coral atualmente), o Santa Cruz se tornou o primeiro time do Nordeste a chegar em uma semifinal do Campeonato Brasileiro da Série A. Com uma excelente campanha na fase anterior, o Tricolor decidiu a vaga para a decisão em um jogo único contra o Cruzeiro, em um Arruda (fotos) bem diferente (sem o anel superior, que seria construído apenas de 1982).

Com jogadores como Givanildo, Ramón e Fumanchu, o time coral abriu 1 x 0 no placar, em um pênalti cobrado por Fumanchu. O Cruzeiro empatou ainda no primeiro tempo. Mas a vantagem do empate era do Santa. Mas do outro lado também estava um dos maiores esquadrões do futebol brasileiro nos anos 70. O Cruzeiro tinha craques do porte de Raul, Nelinho, Piazza, Palhinha e Joãozinho. E com muita força, o time de Belo Horizonte virou o jogo para 2 x 1. O mesmo Fumanchu deixou tudo igual aos 28 minutos, mas a Raposa ganhou, de forma dramática, no último minuto. Aos 45 do 2º tempo.

O lance que decidiu a partida é contestado até hoje pela torcida tricolor, que alega impedimento de Palhinha. Apito mandrake das antigas.

Depois, o time mineiro acabou perdendo o título para o Internacional, mas no ano seguinte ganhou nada mais nada menos que a Taça Libertadores, e logo com a vaga que estava nas mãos do Santa. Com a derrota, o Tricolor acabou em 4º lugar no Nacional (que diferença, hein?). Anos depois, o agora comentarista Raul Plassmann disse que aquela semifinal de 1975 foi uma de suas maiores atuações. Mas logo contra o Santinha, Raul…

Santa Cruz 2 x 3 Cruzeiro 1975-2Santa Cruz 2 x 3 Cruzeiro (07/12/1975)

Local: Arruda. Árbitro: Romualdo Arppi Filho (SP). Gols: Fumanchu aos 32 e Zé Carlos aos 43 do 1º; Palhinha aos 2, Fumanchu (pênalti) aos 28 e Palhinha aos 45 minutos do 2º tempo. Cartões Amarelos: Pedrinho e Carlos Alberto Rodrigues, Vanderlei e Palhinha. Público: 38.118 torcedores

Santa Cruz: Jair; Carlos Alberto Barbosa, Lula, Levir Culpi e Pedrinho; Givanildo, Carlos Alberto e Alfredo (Volnei); Fumanchu, Ramón e Pio. Técnico: Paulo Emílio

Cruzeiro: Raul; Nelinho, Morais, Darci Menezes e Vanderlei; Piazza, Zé Carlos e Eduardo Amorim (Isidoro); Roberto Batata, Palhinha e Joãozinho. Técnico: Zezé Moreira

Fotos: Arquivo/DP

O maior título do Sport

Sport campeão pernambucano de 2006Campeonato Brasileiro de 1987? NÃO.

Copa do Brasil de 2008? NÃO?

Campeonato Pernambucano de 1975? NÃO.

Penta estadual em 2000, Copas do Nordeste, Norte-Nordeste, Série B…? Sem chance.

De acordo com o ex-presidente do Sport, Homero Lacerda, o maior título da história do Rubro-negro é o Campeonato Pernambucano de 2006.

Isso mesmo, aquela final contra o Santa Cruz proibida para cardíacos, e decidida nos pênaltis, em plena Ilha do Retiro. Uma taça que poderia estar guardada no museu tricolor, caso Lecheva não tivesse errado a sua cobrança, que teria dado o bicampeonato ao Santa. No jogo, disputado em 9 de abril de 2006, o Santa venceu por 1 x 0, gol de Neto aos 45 minutos do 2º tempo. Nos pênaltis, vitória leonina por 5 x 4, com uma cobrança certeira do hoje alvirrubro Hamilton.

“O Sport estava há cinco anos na Segunda Divisão, quase caindo para a Terceira, e o Santa tinha um timaço. Acho que foi o melhor time da história do Santa Cruz, com Carlinhos Bala, Cléber, Rosembrick e Osmar. Já a gente contava com Marco Antônio… Mas precisávamos vencer. Se o Sport não tivesse sido campeão, o clube poderia estar hoje na mesma situação em que se encontra o Santa Cruz”, afirmou Homero.

Eu entrevistei o ex-mandatário rubro-negro ontem à noite, durante o debate na rádio Transamérica, que também contou a presença dos ex-presidentes Romerito Jatobá (Santa Cruz) e Márcio Borba (Náutico). Um dos temas, como não poderia deixar de ser, foi o desastre do Santa Cruz na Terceirona. Homero Lacerda, por sinal, acredita que a queda do Santa poderá prejudicar diretamente o Leão.

“O Santa na Série D poderá trazer prejuízo à rivalidade sim, e isso poderá esvaziar o Pernambucano. O Sport cresce por causa dessa rivalidade contra Santa e Náutico. E o fim disso fere os interesses do Sport. Boa parte da nossa torcida pode estar gostando da derrocada do Santa Cruz, mas acho que essa opinião é equivocada”, completou Homero, que não fez a menor questão de esconder o desejo de voltar a comandar o Sport em 2009.

Será que o torcedor rubro-negro concorda com a opinião de Homero Lacerda sobre o maior título do clube? Opine!

Curiosidade: TODOS os jogadores citados por Homero acabaram sendo contratados depois pelo Sport. Ao dizer que o time coral de 2006 foi o melhor da história do Santa, Homero colocou em “2º lugar” a equipe de 1975, semifinalista da Série A.

Foto: Ricardo Fernandes/DP (2006)