Há anos, o Avaí só fazia bater na trave. E em todas as competições possíveis. Outrora apontado como o maior clube de Santa Catarina, o time do coração do ex-tenista Gustavo Kuerten havia se colocado à margem dos demais times do estado. A sua última participação na Série A do Brasileiro foi em 1979…
De lá para cá, apenas 2 títulos catarinenses, em 1988 e 1997. E entre os dois, a maior decepção da história do Avaí. Nada menos que a segunda divisão regional, após o rebaixamento em 1993.
Azar? Além de um menor investimento e administrações ruins, é possível sim que o azar também tenha contornado o estádio da Ressacada (o nome já deixa claro o sentimento da torcida a cada nova frustração).
Azar ou coincidência, o Avaí caiu para o fundo do poço (naquela época ainda não existia Série D) após ficar em 13º lugar no Estadual. No ano seguinte, porém, o time de Florianópolis foi o campeão da Segundona. Mas até no acesso a sina parecia continuar, pois o outro time promovido se chamava “Sombrio“. 😯
O segundo acesso importante veio em 1998, quando o time ganhou o seu único título nacional, na Terceirona. Desde então, o Avaí virou membro quase vitalício da Série B, ao lado de Ceará e CRB (que também está se despedindo da B, mas pra visitar a C).
Na Série A foram apenas 4 (pífias) participações: 1974 (39º), 1976 (36º), 1977 (43º) e 1979 (90º).
Mas em 2009, depois de 30 anos de marolas, o “Hawaii” estará novamente na elite.
Uma elite bem diferente daquela em 79, na última participação do clube. No ano quem vem serão 20 clubes, com turno e returno, em um campeonato rentável e de alto investimento. Ao contrário do passado, quando foram 94 clubes (isso mesmo, 94), desorganizado, arrastado e repleto de fases (apesar do Avaí ter sido eliminado logo na primeira).
A classificação “avaiana” veio na noite desta terça-feira, na vitória por 1 x 0 sobre o Brasiliense. Em um jogo que ainda teve a sua parcela dramática, com gol de Evando saindo apenas aos 36 minutos do segundo tempo.
Triunfo que ratificou o ótimo desempenho em casa: 13 vitórias e 4 empates (é o único invicto como mandante nesta Série B).
No final, Gustavo Kuerten foi até o gramado, representando todos os 13 mil torcedores nas arquibancadas. A maior festa da história do Avaí.
“Com 8 anos eu já estava aqui, na Ressacada. Sempre foi difícil, como um Roland Garros. Mas foi uma novela que terminou com um final feliz. Vitória na Ilha da Magia”, disse Guga, que tinha apenas 3 anos quando o seu time esteve na Primeirona pela última vez.
Obs. Apesar da conotação que os torcedores usam para o nome Avaí (remetendo ao arquipélago do Hawaii), o nome do clube alviazulino é uma homenagem, na verdade, à Batalha do Avaí, um dos episódios da Guerra do Paraguai, no século XIX. Leia mais sobre o assunto clicando AQUI.