Commander in chief

César Cielo, Lula e Sarah MenezesRio de Janeiro – Na noite que consagrou o nadador César Cielo e a judoca Sarah Menezes como os melhores atletas brasileiros do ano (veja AQUI), quem roubou a cena no Prêmio Brasil Olímpico foi o presidente da República.

Após 42 atletas e inúmeras personalidades, chegou a vez do presidente Luís Inácio Lula da Silva receber a sua premiação no palco do Maracanãzinho. Seria a última pessoa a pisar lá.

Nada menos que o título de “Personalidade Olímpica de 2009”.

O presidente Lula voltou a usar a gravata com as cores do Brasil. Um modelo idêntico àquele utilizado no dia em que o Rio de Janeiro foi escolhido como sede dos Jogos Olímpicos de 2016, em Copenhague, na Dinamarca. Lula, aliás, diz ter 18 gravatas como aquela, as “gravatas da sorte”.

Como um verdadeiro showman, Lula revelou todos os bastidores possíveis dos momentos que antecederam aquele histórico 2 de outubro, quando Rio se tornou a primeira cidade da América da Sul a virar sede das Olimpíadas.

Foram 28 minutos de um verdadeiro stand-up comedy, surreal para a figura de um chefe de estado, mas possível para alguém que sempre quebrou protocolos formais.

No hotel na Dinamarca, o presidente chegou a chamar o seu médico particular para atender o governador do Rio, Sérgio Cabral. Segundo o presidente, Cabral ia “explodir”. A receita do doutor foi simples: “chore, governador”.

O objetivo era apenas aliviar a tensão. Marca maior do anúncio oficial.

O presidente comentou sobre a estrutura do hotel. Simples, segundo ele (“Não tinha nada de suíte presidencial ou governamental”). E a TV só tinha canais dinarmaqueses (“Era bom que eu não entendia nada que estava passando”).

Durante as reuniões no hotel, ficou decidido o script da entrada da comitiva brasileira na sessão do Comitê Olímpico Internacional. A tática: todos sorrindo, acenando, mostrando alegria. Mas não foi bem assim… 😯

“Ninguém abanou a mão. O nervosismo era demais. Entramos como se fosse uma guerra. A coisa estava tensa”.

E a descrição das candidatas adversárias? Com direito a um desdém hilário dos críticos.

“O pessoal (do contra) dizia: Imagine se o Brasil vai ganhar. Madri é uma cidade mais bonita. Madri é uma cidade fantástica. Tem não sei quantos mil anos… Tóquio! O imperador está lá em Tóquio. Essa sabedoria milenar… O Brasil não se enxerga? Vai disputar com Chicago? Não sabe que é a terra do HOMEM? Fui ficando nervoso”.

Ao se referir a Barack Obama, presidente dos EUA, Lula arrancou ainda mais gargalhadas dos mais de 4 mil presentes no Maracanãzinho.

“Pra piorar, o homem veio. No Força Área um. Mostraram mais o avião do Obama do que eu quando cheguei. E olha que era só o avião, ele nem tinha saído ainda! E a MULHER do homem já estava em Copenhague, e eu sozinho”.

Ao falar da vitória – e dizer que se não sofreu um ataque cardíaco naquele momento da vitória, não sofrerá nunca mais -, o presidente arrumou tempo para um tom sério, de cobrança. Consciente de que não só Rio de Janeiro como o Brasil ainda têm muito o que fazer nos próximos anos.

No fim, Lula mostrou a sua já conhecida autoconfiança com a seguinte frase:

“O Brasil não é o país do ‘cara’. O Brasil é o país dos caras”.

Você pode assistir ao vídeo completo com o discurso do presidente AQUI.

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