A hora do adeus

Kuki, ídolo do Náutico. Foto: Gil Vicente/Diario de PernambucoLeonardo, ídolo do Sport. Foto: Heitor Cunha/Diario de PernambucoGoleadores. Faro apurado. Ambos marcaram época no futebol de Pernambuco.

Apesar dos 39 anos, Kuki brilhou na década vigente.

Três títulos estaduais com a camisa do Náutico e três artilharias do Campeonato Pernambucano.

O Baixinho dos Aflitos é o 4º maior artilheiro do Alvirrubro, com 179 gols.

Aos 36 anos, Leonardo foi um dos maiores ídolos do Sport na década de 1990.

Foram cinco títulos estaduais pelo Leão e duas artilharias do Pernambucano. O Baixinho da Ilha do Retiro é o 3º maior artilheiro da história do Rubro-negro, com 136 gols.

Ambos deixaram os gramados. A hora de parar realmente chegou para os dois ídolos. O limite físico impôs o fim da carreira profissional. O dia do adeus.

Primeiro, Kuki, que chegou em Rosa e Silva como uma aposta, já aos 29 anos. Venceu toda a desconfiança e cravou o seu nome no clube. Em abril deste ano, quando assinou um novo contrato com o Náutico – agora como coordenador técnico das categorias de base -, Kuki recebeu a garantia de um jogo de despedida (veja aqui).

Leonardo, que há alguns anos vem perambulando pelos times do interior, também resolveu pendurar as chuteiras. Quer virar técnico de futebol. Ele revelou o desejo durante o amistoso Gol Pela Vida. Leonardo também disse que gostaria de ter um jogo de despedida com a camisa do Sport, onde surgiu em 1994, aos 20 anos.

Na memória das duas torcidas, golaços e mais golaços. Foram 315 com as duas camisas agregadas. No domingo, eles atuaram juntos pela primeira vez.

As arquibancadas do Recife tremeram durante anos com os dois. Quase duas décadas. A ideia pode até ser surreal, mas bem que o jogo de despedida de Kuki e Leonardo poderia ser em um Clássico dos Clássicos pra lá de especial.

Vôlei = Brasil = Bernardinho

Vôlei: Brasil campeão da Liga Mundial de 2010 ao vencer a Rússia por 3 sets a 1. Foto: FIVB/divulgação

A Seleção Brasileira de vôlei tinha um retrospecto modesto até o ano 2000. O time masculino tinha apenas um título da Liga Mundial. Taça conquistado em 1993, no Ibirapuera, ainda pela geração olímpica de Barcelona.

Já a Itália tinha 8 ligas! Era a potência do esporte, de longe. Agora, em 2010, o Brasil acaba de virar o ranking de títulos, com o eneacampeonato: 9 x 8.

Isso mesmo. Oito títulos com as cores verde e amarela em uma década!

Curiosamente, as duas edições sem título na competição (2002 e 2008) aconteceram justamente no Brasil… Acontece. Longe daqui, porém, o “estrago” foi completo.

Hegemonia absoluta. Gerações com Giba, Nalbert, Gustavo, Dante, Serginho etc.

O último dos nove títulos da liga aconteceu na noite deste domingo, em Córdoba, na Argentina. Lá, na casa dos hermanos, o time comandado pelo técnico ultracampeão Bernardinho venceu a Rússia por 3 sets a 1, num jogo duríssimo, com direito a uma grande atuação no 4º set da decisão.

Veja a lista completa de campeões da Liga Mundial AQUI.

E olhe que o Brasil ainda ganhou o Campeonato Mundial de 2002 e 2006 e a medalha de ouro olímpica de 2004, além da prata de 2008.

É uma máquina de ganhar títulos. Este time sim joga pela “arte”.

Te cuida, Mano. Bernardinho ainda está na área…

Cabalístico

Série D-2010: Potiguar 0x1 Santa Cruz. Brasão comanda a vitória coral em Mossoró. Foto: Eduardo Maia/Diário de Natal

O número 40 foi cabalístico em Mossoró.

E lá estava o Santa Cruz dando sequência à sua odisseia na 4ª divisão nacional, desta vez contra o Potiguar. E olhe que a noite deste domingo poderia ter sido o último capítulo coral em caso de novo revés na Série D.

Mas o técnico Givanildo Oliveira apagou mais um incêndio.  Antes disso, a luz chegou a ir embora. Aos 28 minutos de jogo, acabou a energia do estádio.

Acredite se quiser, mas o jogo foi paralisado porque roubaram 40 metros de fio de uma das torres de refletores do estádio Nogueirão.

Foram 40 minutos com a bola parada, no “breu”, logo no momento em que o Tricolor era melhor. Como o torcedor não ficaria nervoso? Mas logo quando a Cobra Coral joga uma bolinha decente acontece isso?!

Mas a partida voltou. Deram um jeito na fiação, nesse surreal episódio. O Santa jogou o segundo tempo inteiro com um a mais em campo. No últimos minutos a situação ficou ainda mais favorável, após a segunda expulsão no Potiguar.  Mas nada de sair gol…

Até que, aos 40 minutos da etapa final, Jadilson levantou a bola para Brasão, que matou no peito e mandou para as redes. Santa Cruz 1 x 0. Aleluia!

8 toneladas

Gol pela vida 2010: Ciro e Kuki comemoram mais um gol dos amigos de Juninho Pernambucano, que venceu o time dos amigos de Ricardo Rocha por 6 x 0. Foto: Inês Campelo/DP

Céu nublado durante todo o domingo e pancadas de chuva no Recife.

Logo num dia marcado para uma partida beneficente nos Aflitos para as vítimas das enchentes que castigaram a mata sul de Pernambuco. E foram muitas. Milhares. Mais de 82 mil desabrigados e desalojados em 68 municípios.

A população do Grande Recife atendeu ao pedido de solidariedade.

Foram 8 toneladas de alimentos arrecadados no jogo, que contou com craques de um passado recente, conscientes do dever de ajudar.

No fim, uma goleada daquelas.

Amigos de Juninho Pernambucano 6 x 0 Amigos de Ricardo Rocha.

O placar não importa. Valeu o show de Pig, que marcou 2 gols. Pig?! Sim. Fez parte da geração do Sport de Juninho, Chiquinho e Leonardo de 1994, mas não deslanchou.

Como curiosidade, vale dizer que o time da imprensa pernambucana venceu a equipe dos artistas locais por 6 x 3, na preliminar.

Colaboradores do blog como Fred Figueiroa (goleiro mandake), Lucas Fitipaldi, Celso Ishigami e Alexandre Barbosa participaram dessa legítima pelada!

Argentinos? Eram nordestinos

Clássico argentino: River Plate (Buenos Aires) x Rosário Central (Rosário)

Parecia mesmo um clássico argentino. De leve.

Um River Plate x Rosário Central, no popular duelo entre as cidades Buenos Aires e Rosário. Com direito a uma chuva de gols, com emoção e muita raça.

Como no futebol dos hermanos

A técnica, porém, deixou claro que eram apenas homônimos. River Plate de Sergipe versus Central de Caruaru. Pela famigerada Série D.

O River Plate – atual campeão sergipano – é sediado em Carmópolis, a apenas 30 quilômetros de Aracaju. Por causa das condições do estádio local, a partida deste domingo foi realizada na capital, no Batistão.

O Central, que ostenta as cores alvinegras, ao contrário do clube argentino, buscou o resultado a todo custo.  No fim, um justo empate em 3 x 3. A Patativa vencia até os 34 minutos do segundo tempo, depois de virar o jogo, mas fez um gol contra…

Em tempo, o River sergipano faz um clássico com o Boca Juniors (veja AQUI).

Uma década de vergonha

Fórmula 1-2010: Alonso ganha GP da Alemanha após marmaleda da Ferrari, com Massa. Foto: F1/divulgação“Há um ano, em um acidente, Felipe Massa quase perdeu a vida. Hoje, em um incidente, Felipe Massa perdeu a dignidade”.

Esta frase está correndo em velocidade viral no Twitter neste domingo, após a palhaçada da Ferrari na Fórmula 1, com mais uma ordem via rádio para que o líder (e segundo piloto da equipe) “abrisse” para que o outro piloto vencesse a prova.

Uma decisão para espantar a audiência.

Uma atitude para acabar com qualquer senso de desportividade no circuito mundial da principal categoria do automobilismo.

Medida que acontece num circo já manchado por polêmicas do mesmo porte. Felipe Massa acaba de entrar no time de Barrichello e Nelsinho Piquet.

Não adianta o discurso de vítima no fim. Muitos vão dizer que ele poderia perder o emprego caso não tivesse “entendido” a mensagem pelo rádio.

Por outro lado, Massa poderia ter esculachado essa patifaria que domina a Fórmula 1, que já fez tantos brasileiros acordarem na manhã de domingo.

Massa é um ídolo e deve saber que a sua imagem sai arranhada após esta corrida no GP. Faltou hombridade aos brasileiros. Em 2002 (Áustria), 2008 (Cingapura) e 2010 (Alemanha).

No fim, com a vitória mandrake de Alonso, uma multa de US$ 100 mil à Ferrari. Em 2002, com o mesmo esquema, a FIA aplicou uma pesada multa de US$ 1 milhão. A marmelada já não surpreende mais.

O Brasil ganhou títulos mundiais na F1 na década de 1970 (dois), de 1980 (cinco) e de 1990 (um). A atual está sendo vergonhosa para a nossa tradição nas pistas.

Ele. Lecheva…

Pernambucano de 2006: Lecheva perde o pênalti decisivo. Foto: Diario

Quatro anos de silêncio quebrado.

Em 9 de abril de 2006, o meia Lecheva caminhou do círculo central do gramado da Ilha do Retiro até a marca do pênalti sob os olhares de 33.282 torcedores.

Caso ele convertesse a cobrança, o Santa Cruz seria bicampeão pernambucano. Conquistaria o título em cima do Sport, na casa do rival. A “Casa dos Festejos”.

Lecheva, que havia convertido todas as 29 cobranças durante a sua passagem no Paysandu, bateu fraco, no canto esquerdo do goleiro Gustavo, que espalmou. Depois, a série continuou e o Leão faturou o título. O primeiro do atual pentacampeonato.

Após a sucessão de rebaixamentos, Romerito Jatobá, presidente coral naquele ano, disse: “Se Lecheva tivesse feito aquele pênalti, a situação seria diferente”.

Muitos torcedores da Cobra Coral pensam o mesmo…

Então, nada como ouvir a versão do protagonista, Lecheva. Em entrevista exclusiva ao repórter Diego Trajano, do Diario, o agora assistente-técnico do Paysandu, de 36 anos, comentou sobre o episódio. E avisa que não é o culpado.

“Eu não sou o culpado. Romerito tirou a culpa dele e colocou em mim. A verdade é que houve uma irresponsabilidade financeira muito grande e o time começou a desandar. Ele tem responsabilidade nisso. O clube afundou pelos erros dele.”

“Ninguém lembra do escanteio que eu bati para que a gente fizesse o gol da vitória naquele dia (1 x 0, gol de Neto). Ninguém lembra que no primeiro jogo da final (no Arruda) Carlinhos Bala perdeu um pênalti para a gente.”

“Giba (técnico tricolor no Estadual de 2006) me botou por último entre os cinco cobradores porque sabia que eu era melhor cobrador. Não bati bem, mas também foi uma grande defesa de Gustavo. Pelo menos eu mandei dentro do gol, e Gustavo tem mérito na história. Fiquei muito mal. Chorei copiosamente nos vestiários.”

“Futebol é assim. Qualquer um pode perder pênalti. Três perderam naquela decisão. Eu, Marco Brito e Neto. E não fui o último a perder, mas só falam de mim.”

Veja a reportagem completa AQUI.

Presente para o Salgueiro

Júnior Maranhão, volante do SalgueiroO relógio do árbitro baiano Diego Pombo Lopez marcava quase 23h de sábado.

A noite estava pronta para virar madrugada. E terminar com derrota do Salgueiro, em Maceió.

O CRB vencia o Carcará por 1 x 0 no estádio Rei Pelé.

O gol havia sido marcado logo no início do jogo. O revés deixaria o time do Sertão pernambucano em situação complicada no grupo B da Terceirona.

E olhe que o Galo da Pajuçara materlou bastante a meta do Salgueiro! Com começo ao fim.

Mas veio a bola parada e a experiência do volante Júnior Maranhão. O jogador, nascido em Colinas e  com boas passagens no Santa Cruz e no Sport, foi a principal contratação do clube para o Brasileiro.

O chute forte seria a arma. E foi! Numa cobrança de falta, Júnior Maranhão empatou o jogo, 1 x 1. Foi um verdadeiro presente de aniversário para o jogador, que completou 33 anos há uma semana. O presente foi mesmo para o Salgueiro…

O polvo disse

Polvo Paulo "aponta" vencedores da semifinal da Libertadores e da Copa do Brasil. Crédito: montagem na internet

A volta das decisões. Na próxima quarta-feira (28), a Taça Libertadores e a Copa do Brasil voltam em suas fases decisivas após a pausa para a Copa do Mundo.

Na disputa continental, uma semifinal caseira, com Internacional e São Paulo. O confronto, que decidiu o título da mesma competição em 2006 (com triunfo colorado), começará no Beira-Rio. No dia 5 será a vez do Morumbi receber um grande público para conhecer o representante brasileiro na final da Libertadores.

Já a Copa do Brasil retorna na finalíssima, com Vitória e Santos. Nordeste com mais uma chance de conquistar um título nacional contra os meninos da Vila. E o jogo ida será lá no alçapão do Peixe. A decisão será em Salvador, no Barradão, no dia 4 de agosto.

Grandes jogos. Promessa de emoção… Mas quem são os favoritos?

Perguntei ao polvo Paul, o mesmo com 100% de aproveitamento nos pitacos no Mundial da África do Sul. A pergunta foi feita na versão online, é claro (veja AQUI).

Internacional ou São Paulo? Colorado. Vitória ou Santos? Rubro-negro baiano.

Você concorda com o polvo Paul? Participe da nova enquete do blog!

Prova do líder

Série B-2010: Náutico 3 x 2 Bahia. Foto: Ricardo Fernandes/DP

Clássico duríssimo nos Aflitos.

Mesmo jogando com um público razoável em casa, apesar do sábado chuvoso no Recife, o Náutico foi surpreendido com um Bahia agressivo nos primeiros minutos. O gol do tricolor de Salvador, marcado por Vander, que encheu o pé, foi bem justo.

Uma dose a mais de pressão no líder da Série B. Era a hora de jogar com esse status. Eficiente e com volume de jogo. O suficiente para encurralar o adversário.

Pressionado pela própria torcida, o time do técnico Alexandre Gallo foi buscar o resultado. E foi exatamente assim, na base da pressão, que o Alvirrubo virou o placar ainda no primeiro tempo, com gols de Giovanni e Geilson.

Aos 31 e 35. Em dois lampejos individuais. No fim, Cristiano ainda ampliou, escorando um cruzamento rasteiro. Foram 45 minutos emocionantes em Rosa em Silva.

Ávine diminuiu no comecinho do 2º tempo. Jogo tenso! O Tricolor passou a acreditar no empate, já sem o seu técnico. Renato Gaúcho havia sido expulso.

Com dez em campo, o Náutico passou pelo último estágio para provar a liderança na partida. Conseguiu, invertendo o nervosismo no gramado.

Nos descontos, no desespero, o Bahia ainda teve dois jogadores expulsos.

Fim do clássico nordestino, com vitória timbu por 3 x 2.

O Náutico mantém a liderança isolada, pela terceira rodada seguida. Agora, com 23 pontos. O que parecia passageiro vai se consolidando em Rosa e Silva.