Vantagem aos 70

Por Lucas Fitipaldi*

Na arte de lançar, ele foi rei. Não apenas mais um. O Rei. Se Mané Garrincha fez da arte de driblar sua magia, Gérson, o Canhotinha, lançou como nenhum outro jogador. Difícil não associar tal nome a qualquer lançamento milimétrico de 30, 40, 50 metros. O homem rotulado por gostar de “levar vantagem” completou, nesta terça-feira, 70 anos de uma vida expressiva. Dentro ou fora de campo, ele jamais passou despercebido.

Gerson, craque da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1970A famosa Lei de Gérson nasceu de um polêmico comercial de cigarros veiculado na TV na década de 70. O slogan da marca Vila Rica era o de levar vantagem sobre todas as outras. “Gosto de levar vantagem em tudo, certo? Leve vantagem você também”, dizia o craque, que costumava fumar no vestiário durante as partidas.

A Lei de Gérson virou jargão popular, sinônimo de falta de ética; mas, na verdade, deveria ser aplicada aos ex-companheiros de ataque, esses sim acostumados a levar vantagem sobre os adversários.

O Canhotinha faz parte de um grupo seleto. Até hoje é lembrado como referência de perfeição em um determinado – e importante – fundamento do futebol. Se futebol fosse só lançamento, Gérson seria nosso Pelé.

Desnecessário citar os outros atributos do craque. Ou alguém há de esquecer o golaço de fora da área na final da Copa de 70?

Parabéns, eterno Canhota.

* Lucas Fitipaldi é repórter do Diario e colaborador do blog

Tática de guerrilha inflacionada

Leilão

O “leilão” sempre foi algo presente de forma claríssima no mundo do futebol. Desde a década de 1930, nos primórdios do profissionalismo.

Um jogador sendo disputado por dois ou mais clubes. Muitos deles, rivais.

Por alguma sintonia ainda desconhecida, esse início de temporada está sendo marcado por seguidos leilões no país. Ronaldinho Gaúcho aparece como o exemplo.

O craque foi alvo dos tradicionais Flamengo, Grêmio e Palmeiras. No fim, acertou com o time carioca. Valores astronômicos: R$ 1 milhão de salário mais R$ 800 mil em contratos de imagem. Será um acordo longo, até 2014. Visa a Copa do Mundo.

Focando Pernambuco, já são 4 negociações deste nível para 2011, com valores mais modestos, claro. Porém, o estica e puxa acabou rendendo mais para os jogadores.

De acordo com informações extraoficiais, confira os valores dos salários do quatro jogadores envolvidos em leilões na rivalidade centenária entre Náutico e Sport.

  • Carlinhos Bala (atacante, Sport) – R$ 40 mil, mais luvas de R$ 100 mil.
  • Eduardo Ramos (meia, Náutico) – R$ 60 mil, sendo R$ 20 mil via empresários.
  • Bruno Meneghel (atacante, Náutico) – R$ 40 mil, mais luvas de R$ 100 mil.
  • Derley (volante, Náutico) – R$ 50 mil, sendo cinco meses adiantados.

Ainda que “involuntariamente”, a folha dos clubes foi inflacionada para o Estadual. Apenas de salários com esses jogadores, os dois clubes vão desembolsar R$ 170 mil.

Após um bom debate no Twitter, ficou uma trilha aberta para um questionamento…

Nessa guerra pelo hexa, o leilão é uma corrida desenfreada por reforços ou uma tática de guerrilha para minar a folha de pagamento do adversário…?