O imaginário clássico de seis gols

Pernambucano 2011: Santa Cruz 3x3 Náutico. Foto: Hélder Tavares/Diario de Pernambuco

Los Angeles – A 9.917 quilômetros do Recife, com uma diferença de quatro horas no fuso horário e uma agenda cheia, não teve jeito.

Eu não assisti ao Clássico das Emoções deste domingo, não escutei por uma webrádio e sequer acompanhei pelo lance a lance. Estive realmente fora da realidade local.

Azar o meu… Ou teria sido a Lei de Murphy?

Chego no hotel, por volta das 23h no horário pernambucano, e vejo a notícia: 3 x 3.

Seis gols no confronto merecidamente chamado de Clássico das Emoções. Abertura do placar pelo lado alvirrubro, com o eficiente Ricardo Xavier, em apenas 2 minutos.

Virada coral nos dez minutos seguintes. Mais dois gols do Timbu e nova vantagem. Gol de cabeça do capitão tricolor, Thiago Mathias, no fim do primeiro tempo. Ufa.

Que jogo! Esta afirmação pode ser feita por alguém (o blogueiro, no caso) sem ter visto nem cinco segundos de algum vídeo da partida.

Não por acaso, Santa Cruz e Náutico dividem a ponta do Pernambucano de 2011 com 35 pontos, sete pontos de vantagem sobre o rival de maior investimento.

As duas equipes não perderam o embalo nesta reta final do Estadual e mostram (apesar de eu não ter visto, lembrando novamente) que o título está muito indefinido nesta temporada. Espero não perder as finais, in loco…

Se eu tive azar por não ter prestigiado o clássico, os 33.208 torcedores presentes no Arruda tiveram muita sorte!

Pernambucano 2011: Santa Cruz 3x3 Náutico. Foto: Hélder Tavares/Diario de Pernambuco

À procura da frustração

Pernambucano 2011: Vitória 2 x 1 Sport. Foto: Paulo Paiva/Diario de Pernambuco

Los Angeles – O que quer esse time do Leão nesta temporada? Entrar para a história? Está quase conseguindo, mas pelo caminho inverso…

Quatro pontos atrás do 4º colocado no Campeonato Pernambucano, o Sport só tem mais cinco rodadas para tentar no G4, a zona de classificação à semifinal.

Caso não consiga, o Rubro-negro ficará abaixo dos quatro primeiros lugares pela primeira vez na era profissional do futebol do estado, iniciada em 1937.

Logo no ano do hexa? A pressão da nova diretoria – principalmente do presidente Gustavo Dubeux – deve está sendo enorme (e merecida), pois um vexame deste tamanho, logo no início de uma gestão tão aguardada, seria inacreditável.

Para isso, uma derrota fora de hora em Vitória de Santo Antão.

Na Batalha das Tabocas, triunfo do Vitória por 2 x 1.

Essa mesma Acadêmica Vitória havia perdido nas últimas quatro rodadas e estava na penúltima colocação. Ainda assim, o time rubro-negro saiu derrotado de campo.

Pergunto de novo: O que quer o Sport?

Clássico do gelo na Califórnia

NHL 2011: Los Angeles Kings 1 x 2 Anaheim Ducks. Foto: NHL/divulgação

Los Angeles – O puck é pequeno e como as jogadas no hóquei sobre o gelo são muitos rápidas, só com bastante atenção para acompanhar o desenvolvimento frenético de uma partida da poderosa liga NHL, com times americanos e canadenses.

Admito que assistir a um jogo nas quadras geladas não estava nos meus planos para os “próximos anos”, mas a oportunidade apareceu e foi divertido demais. Entretenimento no nível da NBA, com uma estrutura audiovisual parecida, diga-se (“make some noise”).

Sábado marcante no Staples Center, com um surreal clássico de hóquei sobre o gelo em plena Califórnia, mas conhecida pelas praias banhadas pelo Oceano Pacífico. O Los Angeles Kings recebeu o Anaheim Ducks, sediado a apenas 56 de quilômetros e que já foi tema de filme infantil (veja AQUI).

Se nos duelos da NBA não existe torcida visitante, na NHL a partida tem um cara de “futebol”, com a torcida adversária marcando presença. Gritaria dos dois lados e com algo bem característico, o scarf oficial dos times. Traduzindo: cachecol.

Após o 1 x 1 no tempo regular (60 minutos), a morte súbita só durou 1min32s. Em um rápido ataque, Corey Perry marcou o gol da vitória dos Ducks por 2 x 1, logo na frente do setor com a torcida dos Super Patos.

Fim de jogo e em 5 minutos o ginásio já estava vazio, tamanha rapidez nas saídas. Mesmo com o clima tenso da partida, as duas torcidas saíram juntas, conversando e bebendo cerveja. E olhe que o hóquei é considerado o esporte mais violento do país. Com tanta civilidade assim é até possível desconfiar disso. Ainda bem.

Saiba mais sobre a história do hockey clicando AQUI.

Abaixo, um vídeo de Cartman, personagem do desenho South Park, tirando uma onda com o mascote do Ducks no telão do ginásio. Nesta noite, o vídeo foi exibido de novo. Só que o pato deu o troco e ficou com a coroa.

A casa de todos em Los Angeles

Transição da quadra do Staples Center, do basquete para o hóquei sobre o gelo. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Los Angeles – Na prática, esta postagem é mais ilustrada do que formada por palavras. As três fotos representam a transição da quadra do espetacular ginásio Staples Center.

A agenda do sábado, 19 de março, marcava dois jogos de grande porte. Com um detalhe: um de basquete e outro de hóquei sobre o gelo.

Primeiro com o Clippers, na NBA, às 12h30. Depois com o Kings, na NHL, às 19h30.

Antes das primeiras explicações dos executivos da AEG Facilities, a operadora do ginásio e futura parceira da Odebrecht na Arena Pernambuco, a minha maior dúvida era mesmo como montar uma quadra de gelo em tão pouco tempo.

O blog e outros três jornalistas acompanharam o passo a passo da transformação. Acredite: não existe montagem. O gelo está eternamente lá, embaixo da quadra de madeira. Devido a um componente químico congelante chamado Glycol, o gelo permanece compactado.

Assim, além de alguns ajustes, é preciso apenas retirar a quadra, dividida em centenas de módulos retangulares. Dos 4.100 assentos removíveis, 700 são tirados para o hóquei, cuja quadra oficial é bem maior. O post não acabou!

Transição da quadra do Staples Center, do basquete para o hóquei sobre o gelo. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

A ação dura pouco menos de três horas e conta com a participação de 65 funcionários, coordenados por Sam Kropp, vice-presidente de operações do Staples Center.

Segundo ele, já foram feitas cinco mudanças deste tipo em 2011. O interessante é que também existe a troca de quadras de basquete para basquete, pois os pisos têm os nomes dos times. No caso, Lakers e Clippers.

O recorde local de transição do ginásio do basquete para o hóquei foi estabelecido em 2004, com 2 horas e 12 minutos.

A marca da mudança inversa, do hóquei para o basquete, costuma ser 30 minutos mais demorada. A explicação, segundo Kropp:

“É muito mais fácil retirar todas as placas da quadra de basquete, apenas com o desencaixe, do que colocá-las,  tendo que ver uma a uma se ficou certo.Todos são bem treinados e sempre tentamos alcançar o recorde. Vamos quebrá-lo.”

Transição da quadra do Staples Center, do basquete para o hóquei sobre o gelo. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco