América 22 – Sim, a Venezuela joga bola

Copa América 2011: Venezuela 2x1 Chile. Foto: AFA/divulgação

La Plata – Em 2004, eliminação na primeira fase, como sempre. Em 2007, sediando a Copa América pela primeira vez, uma surpreendente classificação às quartas de final.

Em 2011, o que parecia impossível… Venezuela na semifinal, já garantida na frente de Brasil e Argentina na classificação, em um feito histórico neste domingo.

Sim, aquele saco de pancadas que comemorava o gol de honra em goleadas por 6 x 1, ou até mais, agora consegue transformar sonhos em realidade.

Diante de um favoritíssimo Chile, jogando bem até então e com o apoio de sua torcida em San Juan, o time da camisa vinho tinto teria a maior chance de sua história de ficar entre as quatro melhores seleções do continente.

A euforia venezuelana começou com um gol do zagueiro Vizcarrondo. Depois de batalhar bastante, acertando a trave, aliás, o Chile empatou, num chutaço de Suazo.

A reação da Roja parecia óbvio, natural. Ainda mais diante do “saco de pancadas”.

Com personalidade, a Venezuela desempatou. Cichero aproveitou um rebote após cobrança de falta na área e fez 2 x 1, aos 35 do segundo tempo.

O treinador César Farias, que havia pedido respeito para a Venezuela, agora deve estar pedindo outra coisa… Que o adversário não chore após a derrota.

Copa América 2011: Venezuela 2x1 Chile. Foto: AFA/divulgação

América 21 – Caiu outro elefante

Copa América 2011: Brasil 0x0 Paraguai, com classificação paraguaia nos pênaltis. Foto: AFA/divulgação

La Plata – Infelizmente, o script foi o mesmo dos argentinos. Literalmente. Tão favorito quanto, tão decepcionante quanto.

Na primeira fase, valores individuais que não resultaram em uma “equipe”.

Dois empates nas duas primeiras rodadas e uma vitória animadora no desfecho. Não tão animadora, sendo franco, mas que valeu a classificação. Aliviou a pressão.

Mas teria sido uma mudança de postura de fato e de direito?

Para os hermanos não foi o que aconteceu, ainda nas quartas de final.

Para o Brasil, após um empate em 0 x 0 com o Paraguai, com inúmeras chances perdidas – várias delas claríssimas -, a Seleção foi à decisão agônica dos pênaltis.

E também não seria, e na mesma etapa…

Até aquele momento da partida, em um domingo quente no estádio Único, mesmo com o termômetro dizendo o contrário, o herói da partida era o goleiro e capitão guarani, Justo Villar. E olhe que ele nem precisaria se esforçar muito instantes depois…

Copa América 2011: Brasil 0x0 Paraguai, com classificação paraguaia nos pênaltis. Foto: AFA/divulgação

Começa, então, o fim, separado por 11 metros, da linha do gol à marca penal.

Elano bate por cima. Barreto colabora e chuta para fora, deixando tudo igual. Depois, Thiago Silva bateu fraco e Villar defendeu.

Seguia o empate sem gols, até nos pênaltis, tamanho o equilíbrio neste confronto. Aí, Estigarribia finalmente mandou para as redes e deixou o Paraguai em vantagem.

André Santos, repetindo o feito de Elano, também chutou por cima. Riveros partiu para deixar a diferença quase irreversível. Não falhou, 2 x 0.

Fred, na 4ª cobrança do Brasil, até pisou na marca para ver se ajudava, tamanha quantidade de areia que saia a cada disparo. A distância foi enorme, na meia-lua.

E o centroavante, que entrara no lugar de Neymar, bateu para fora…

O Brasil está eliminado da Copa América.

A Seleção treinada por Mano Menezes foi incapaz de marcar um gol até nas cobranças de pênaltis. Agora,  resta aguardar o sinal de embarque no aeroporto de Ezeiza.

Soy loco por tri, América? No.

Pernambuco em qualquer lugar

Copa América 2011: Brasil x Paraguai. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

La Plata – Nesta Copa América, 11 torcidas tiveram o costume de levar as bandeiras das respectivas seleções para os estádios.

Uma certa 12ª torcida faz um trabalho duplo nas arquibancadas…

Além das bandeiras brasileiras, é impressionante a quantidade de camisas e bandeiras dos clubes. Todos com aquele desejo de levar o time do coração para o  “mundo”.

Tanto para a TV quanto para a própria produção de fotos e vídeos.

No meio de tantas – vi de pelo menos dez estados -, é claro que apareceria uma peça pernambucana neste disputado Brasil x Paraguai, no estádio Único, neste domingo…

Achei duas, na verdade. Uma na arquibancada cinza e outra na geral laranja.

O zoom da câmera chegou quase no limite, mas até que deu para fazer o registro!

Copa América 2011: Brasil x Paraguai. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

O espetáculo da classificação

Copa América 2011: Brasil x Paraguai, pelas quartas de final. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

La Plata – Sim, o blog chegou! Em uma agenda apertadíssima de Buenos Aires para Santa Fé, de lá para a capital em menos de 24 horas, e agora para La Plata.

Tudo no rastro da Copa América de 2011, já sem a anfitriã.

Na pauta deste domingo, o objetivo de avaliar a evolução do futebol brasileiro, nas quartas de final da competição continental.

O Brasil terá de cara um adversário bem complicado. Ou vai ou racha.

Já na chegada ao belíssimo estádio Único, que encanta toda vez que aparece, as torcidas brasileiras e paraguaias passavam com tranquilidade nos arredores da arena.

Para a minha surpresa, alguns argentinos com a camisa da seleção recém-eliminada, já a favor do Paraguai, é claro – sem muita vontade para fotos.

É justo, pois a torcida pela Celeste também não foi pequena…

Quanto a brasileiros e paraguaios, ainda sorridentes, em breve só um ficará assim.

Copa América 2011: Brasil x Paraguai, pelas quartas de final. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

A cidade mais triste da América

Buenos Aires. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Buenos Aires – Na manchete do diário argentino Olé, “Fracasso nacional”, a síntese do sentimento dos hermanos em relação à desclassificação na Copa América.

Não só porque o país é o anfitrião da competição, mas pela gama de frustrações desde 1993, quando ganhou um título principal pela última vez.

De lá para cá, a Argentina participou da Copa do Mundo, Copa das Confederações, Copa América… Sempre ficando no meio do caminho.

E olhe que sempre montou bons times. Ou, melhor dizendo, convocou grandes jogadores, como agora. Messi, Tévez, Mascherano, Higuain…

Como equipe, não funcionou. Jogar quatro vezes em casa, empatar três e só vencer uma partida, um sub-23 da Costa Rica, não é mérito para nenhuma grande seleção.

Por isso, um domingo de folga na capital, pela tradição, e de ressaca, pelo baque, diante do rival. As imagens deste post foram registradas antes da viagem até La Plata.

Buenos Aires amanheceu triste. Mais uma vez.

Os hermanos se perguntam mesmo é quando ela voltará a acordar feliz.

Sem perder a acidez, alguns disseram que será em 2014…

Buenos Aires. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Perdeu duas vezes, mas perdeu feliz

Fábio Lino em Argentina x Uruguai, pela Copa América 2011

Santa Fé – Trabalho incessante. Depois de quase 20 horas seguidas ligado no superclássico do Rio da Prata, no sábado, era a hora de voltar para a capital argentina.

Eu já estava todo torto, com aquele olhar cansado e conseguindo deitar em uma cadeira, estático. Lá na rodoviária, esperando o ônibus, cuja linha sairia à 0h50. Eis que, minutos antes da partida, a uns 20 metros, apareceu uma camisa do Sport…

“Deve ser o uniforme do Colón, daqui de Santa Fé. Eu já estou é doido a essa hora”.

Segundos depois, a confirmação. Era, sim, a camisa leonina, acompanhada do agasalho da seleção da Argentina – onipresente no país, pelo menos até o jogo contra a Celeste.

O impulso pela pauta venceu o sono. Fui lá. Era o tenente do exército brasileiro Fábio Lino, que mora em Roraima há sete anos – acompanhando o Rubro-negro em web-rádios – e em Buenos Aires curtindo a Copa América.

Lino, de 27 anos, havia conseguido uma entrada com um amigo para o dramático Argentina x Uruguai – e ainda contou com a ajuda do comentarista Casagrande para entrar no estádio. Também estava extasiado, após um dos melhores jogos do ano.

Durante a conversa, comentei sobre Pernambuco, claro.

“E o Sport, hein? Levou um sacode do Bragantino, de 3 x 2.”

Veio aquele silêncio típico de vergonha alheia e a réplica.

“Como? Conversa, né? Perdi lá e cá?”

Perdeu, Fábio. Mas, contente com o que viu no Cemitério dos Elefantes, onde conseguiu até pisar no gramado depois do jogo, ele até deixou passar dessa vez.