América 23 – Sem medo de ser gigante

Copa América 2011: Uruguai 2x0 Peru. Foto: AFA/divulgação

La Plata “Soooy, Celeste. Soooy, Celeste… Soooooy, Celeste. Celesteeeee, soy yo!”

Ecoou forte o grito da torcida uruguaia no Estádio Único, que desde a geração de Enzo Francescoli, encerrada em 1995, não tinha tanta alegria com o futebol como o time de Diego Forlán, Luis Suárez e Lugano.

Ainda na segunda-feira seis mil ingressos foram vendidos em Montevidéu em menos de duas horas. Depois, haja balsa para levar tantos hinchas à Argentina.

Tudo para apoiar a seleção do Uruguai, na noite desta terça, colocando o país novamente em uma final de Copa América, o que não ocorria há 12 anos.

Depois de um primeiro tempo de dar sono – muitos acordaram com o apito final do árbitro -, o Uruguai demonstrou mais vontade na etapa final, apesar do frio de 5 graus.

Copa América 2011: Uruguai 2x0 Peru. Foto: AFA/divulgação

Então, a Celeste passou a pressionar pelos lados, abrindo espaços na defesa peruana, visivelmente preocupada em não cometer faltas, em não oferecer a bola parada.

A consequência disso foi um chute seco de Forlán, de fora da área, aos 7. O goleiro deu rebote, Suárez apareceu rápido e tocou no canto, fazendo metade do estádio vibrar.

Logo depois, aos 12 minutos, em um contragolpe, Alvaro Pereira tocou para Suárez. O atacante aproveitou driblou o goleiro e tocou calmamente para as redes.

Sem dar espaço para outra zebra, os bicampeões munduais venceram o Peru por 2 x 0 e vão em busca da 15ª taça continental, em busca da hegemonia na competição.

O renascimento absoluto está perto.

O bom exemplo das arquibancadas argentinas

Copa América 2011: Uruguai x Peru, na semifinal. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

La Plata – Se tem algo que me chamou a atenção nesta Copa América na Argentina, desde a primeira cobertura in loco, foi o comportamento ordeiro das torcidas.

Pela localização do país, e pela quantidade de colônias das demais nações hispânicas no continente, o número de torcedores “visitantes” foi enorme no torneio.

Na foto acima, peruanos (vermelho) e uruguaios (azul) dividem o mesmo setor do estádio Único, a popular norte. E olhe que o jogo é a semifinal, nesta terça!

Não cordão de isolamento, centenas de policiais, clima de tensão? Nada.

O mesmo ocorreu nos outros jogos, inclusive no clássico do Rio da Prata, em Santa Fé, com 6 mil uruguaios dividindo o Cemitério dos Elefantes com outros 31 mil argentinos.

Bandeiras foram liberadas, grandes, pequenas. Com haste, também. Até mesmo aquela fumaça colorida. Impressiona saber que um cenário assim é quase impossível no futebol “clubístico”, sobretudo o pernambucano, a minha base de comparação.

Quem sabe a Copa do Mundo de 2014 não sirva para implantar isso no país. De vez em quando é bom copiar as boas ideias das arquibancadas também…

Entrando numa fria na Copa América

La Plata – E o blog foi ficando… Depois da eliminação brasileira com um desempenho ridículo nas penalidades, a volta para o Recife era questão de horas.

Porém, aqui estamos na região sul de Buenos Aires, mais uma vez, no estádio Único, para assistir à semifinal da Copa América entre Uruguai e Peru.

Mas, neste exato momento, o termômetro está perto de 4 graus, com uma ventania daquelas – a cancha é aberta entre a arquibancada e a cobertura – , deixando a sensação térmica muito pior. Bronca nas tribunas e, principalmente, no campo. Não deve ser fácil jogar nesse contexto.

Portanto, este é o post mais congelado desta cobertura do blog na Argentina.

Sobre o jogo, o Peru, quem diria, não perde da Celeste na competição há 28 anos…

Mas não é mesmo, hermano

Maradona e Pelé

Buenos Aires – A empáfia futebolística é grande mesmo. Dos dois lados, é verdade.

Antes da viagem para a Argentina, o meu amigo Lucas Fitipaldi, que também é repórter do Superesportes, disse que eu escutaria bastante nas arquibancadas uma música dos hermanos provocando Pelé.

Passou o primeiro jogo, o segundo, o terceiro… Nada!

Até que a Argentina caiu nas quartas de final de sua própria Copa América.

Eis que, no dia seguinte, no confronto Brasil x Paraguai, em La Plata, os argentinos vestiram a camisa da seleção albiceleste e foram para o setor paraguaio no estádio.

Foram secar e, finalmente – quase fora de hora -, cantaram a tal musiquinha…

“Brasileño, brasileño! Qué amargado se te ve, Maradona es más grande, es más grande que Pelé.”

Pelé, 1.282 gols e 3 títulos da Copa do Mundo.

Maradona, 358 gols e 1 título da Copa do Mundo.

Dia Brasileiro do Futebol

Copa América 2011: Brasil 0x0 Paraguai, com classificação paraguaia nos pênaltis. Foto: AFA/divulgação

Buenos Aires – Exatamente… Terça-feira, 19 de julho de 2011.

Dia Nacional do Futebol Brasileiro.

A data foi escolhida em homenagem ao gaúcho Sport Club Rio Grande, o time de futebol mais antigo do país, fundado neste dia, em 1900, há longos 111 anos.

O dia comemorativo foi criado em 1976 pela então Confederação Brasileira de Desportos.

A entidade foi modificada, atualmente para a CBF.

Hoje começa a semifinal da Copa América. Sem a Seleção…

Na foto, o abraço fraterno após uma eliminação nos pênaltis, de forma vexatória.

Semana Nacional da Ressaca?

Na Argentina, em 2011, o Brasil fez a sua pior campanha na Copa América, acabando em 8º lugar. Confira abaixo todas as 33 posições da Seleção na competição.

Campeão: 1919, 1922, 1949, 1989, 1997, 1999, 2004 e 2007
Vice: 1921, 1925, 1937, 1945, 1946, 1953, 1957, 1959, 1983, 1991 e 1995
3º: 1916, 1917, 1920, 1942, 1959, 1975 e 1979
4º: 1923, 1956 e 1963
5º: 1987 e 1993
6º: 2001
8º: 2011
Não participou: 1924, 1926, 1927, 1929, 1935, 1939, 1941, 1947, 1955 e 1967