Uma crise costurada na Ilha

Pernambucano 2012: Sport 0x1 Ypiranga. Foto: Roberto Ramos/Diario de Pernambuco

Seis anos. Mais de dois mil dias de invencibilidade contra times intermediários…

A última derrota do Sport na Ilha do Retiro para um time de pequeno porte no campeonato pernambucano havia diante do Central.

Na ocasião, em 25 de janeiro de 2006, a Patativa surpreendeu ao golear por 4 x 1.

Agora, na noite de 8 de fevereiro de 2012, outro revés surpreendente, para o Ypiranga.

Não pelo placar, um enxuto 1 x 0 a favor da Máquina de Costura.

O resultado saiu da vala comum pela forma como foi construído, com um gol de Danilo Lins aos 47 minutos do segundo tempo.

Foi o ponto alto de uma noite inoperante do time rubro-negro, acéfalo. Que Marcelinho é o único meia de criação do elenco, até o torcedor mais fanático deve concordar.

Aos 36 anos, Marcelinho Paraíba é o único com qualidade suficiente para articular as jogadas de um clube a poucos meses de uma Série A. Faltam peças. É óbvio demais.

Portanto, qualquer atleta que assuma a posição entra com status de “improvisado”.

Desta vez, nem isso. A equipe entrou no gramado recheada de volantes. Não houve nem o improviso. Milton Júnior foi quem mais chegou perto do papel, sem cacoete algum.

Algumas chances até foram criadas, na base da pressão dentro de casa, do duelo grande x pequeno. Aos poucos, o Ypiranga foi encaixando o seu jogo, matando as poucas jogadas do Sport.

No finzinho, em um contragolpe pelo lado esquerdo, um gol para mudar a estrutura de uma Ilha frustrada, como há seis anos.

Naquela noite de 2006 foram 8.454 torcedores. Desta vez, 16.042.

Há seis anos, Dorival Júnior suportou as críticas e ainda faturou o título pernambucano.

Será que Mazola Júnior tem o mesmo lastro para suportar tanta pressão dos leoninos?

Pernambucano 2012: Sport 0x1 Ypiranga. Foto: Roberto Ramos/Diario de Pernambuco

Carcará deu o bote em alvirrubros, rubro-negros e tricolores

Pernambucano 2012: Salgueiro 3x2 Náutico. Foto: Ricardo Fernandes/Diario de Pernambuco

Em seu novo alçapão, o Carcará se agigantou no futebol pernambucano.

Segue com um aproveitamento de 100%, devorando um a um os adversários.

Após tirar a invencibilidade de Santa Cruz e Sport, chegou a vez de enfrentar o Náutico.

Uma briga direta pela liderança do Estadual na noite desta quarta-feira.

O clube sertanej0 teria um adversário com seis desfalques. Se mesmo com o rival completo as vitórias já estavam acontecendo, imagine assim? Acredite, não foi fácil…

O ultra-remendado time alvirrubro, com seis desfalques, constando aí todo o meio-campo, apertou a marcação e até abriu o placar no Cornélio de Barros.

Siloé desviou de costas uma falta cobrada por Eduardo Ramos e fez 1 x 0.

Fabrício Ceará, com ótima presença de área, e o zagueiro Alemão viraram o placar no segundo tempo. A pressão no estádio, lotado como sempre, já era enorme.

O mesmo Siloé foi buscar novamente o empate aos 41 minutos da etapa complementar…

Aos 45 minutos, no lance final, o gol da vitória. Com polêmica, como preza o Estadual.

Falta inexistente para o Carcará, no lado esquerdo da defesa timbu.

Após a cobrança, o goleiro Rodrigo Carvalho, substituto de Gideão em noite infeliz, se atrapalhou todo e Élvis empurrou para as redes, decretando a vitória por 3 x 2.

Os desfalques alvirrubros fizeram muita falta. Waldemar, irritado, sabe disso…

O Salgueiro, que não tem nada a ver com isso, venceu a sexta partida e reassumiu a ponta. No embalo do seu estádio, o clube vai fomentando o sonho do interior…

Como curiosidade, vale lembrar que os três jogos contra o grandes ocorreram à noite.

Portanto, a velha desculpa da capital, sobre o forte sol na testa, não serve desta vez…

Pernambucano 2012: Salgueiro 3x2 Náutico. Foto: Ricardo Fernandes/Diario de Pernambuco

DM9 convenceu a todos. Inclusive a si mesmo

Pernambucano 2012: Santa Cruz 3 x 1 Porto. Foto: Paulo Paiva/Diario de Pernambuco

Desacreditado, Dênis Marques chegou no Arruda como uma aposta.

Sim, uma “aposta”. E não era jogo de cena…

O atacante de 30 anos estava há muito tempo fora dos gramados. Um ano e oito meses. Deixando o claro o tamanho do hiato sem a pelota: 600 dias.

Goleador, forte e veloz, Dênis Marques acabou invertendo todo o seu perfil. Encostado no Flamengo, terminou desestimulado. As lesões só agravaram o desejo de parar.

É claro que esse não era o desejo do jogador, outrora ídolo do Atlético Paranaense, onde brilhou entre 2004 e 2007, sendo pretendido por clubes de ponta do país.

Surgiu uma proposta do Santa Cruz… Avaliou, negociou e aceitou recomeçar.

Demorou para adquirir um bom condicionamento físico. Os piques não eram os mesmos. Obviamente, os tricolores precisavam de um pouco de paciência.

O investimento (ou aposta, segundo alguns) valeria a pena.

Regularizado, ele praticamente se escalou com bons treinamentos e foi para o jogo.

Estreia contra o Porto, em casa, na noite desta quarta-feira. Viu um adversário bem organziado, jogando melhor até. E o Gavião abriu o placar… Hora de mostrar estrela?

Foi o que aconteceu, com um hat-trick. Com oportunismo, o atacante marcou três gols. Após tanto tempo sem comemorar com a torcida, ele foi à forra.

Empatou aos 45 do 1º tempo. Na etapa final, balançou as redes aos 13 e aos 16.

A 15 minutos do fim, chegou a hora de ser ovacionado. Dênis Marques deixou o campo, esgotado fisicamente. Foi substituído por Renatinho.

Convenceu os 22.685 torcedores presentes no Mundão na vitória por 3 x 1.

O mais importante foi convencer a si mesmo de que ainda tem qualidade e capacidade de sobra para continuar jogando em de alto rendimento, com a sigla DM9.

Há muito pela frente, Dênis Marques. O primeiro passo foi dado. Na verdade, três…

Pernambucano 2012: Santa Cruz 3 x 1 Porto. Foto: Paulo Paiva/Diario de Pernambuco

Os primeiros 20 anos

Pelé, Neymar e Joseph Blatter. Foto: Fifa/divulgação

Neymar completou 20 anos no dia 5 de fevereiro de 2012.

Um domingo, com clássico contra o Palmeiras.

De cabeça, a estrela santista chegou ao 100º gol na carreira (veja aqui).

É um dado impressionante.

Mas outro ainda mais incrível, quase de outro mundo, literalmente, pertence a Pelé.

O vigésimo aniversário do Rei foi em 23 de outubro de 1960.

O camisa 10 do Peixe também jogou no dia festivo, contra a Ponte Preta.

Pelé também marcou um gol ao completar 20 anos.

Só não foi o centésimo… Foi o 343º.

Para completar o trio, vale destacar que Joseph Blatter completou 20 anos em 10 de março de 1956. Estava iniciando o curso de Administração e Negócios, na Suíça.

Revista Placar com Pelé e Neymar