Os estreantes do Campeonato Pernambucano, literalmente

Pesqueira e Chã Grande, integrantes da elite do Campeonato Pernambuco em 2013

Pesqueira e Chã Grande, os novos integrantes da elite estadual. Os clubes alcançaram o acesso na noite desta quarta-feira, na agônica semifinal da Série A2.

Ambos precisavam vencer para garantir a classificação. Lutaram, sofreram e venceram.

Em 2013, os dois times disputarão a primeira divisão do Campeonato Pernambucano pela primeira vez. Com isso, o histórico do torneio chegará a 67 participantes desde 1915.

Nas “semifinais do acesso”, o Chã Grande, terceiro lugar na competição nos últimos dois anos, venceu o Olinda por 1 x 0, gol de Tiago Lima, com direito a queda de energia. O clube foi fundado em 28 de outubro de 1996, mas a profissionalização é recente.

Na outra chave, o Pesqueira surpreendeu a Cabense no estádio Gileno de Carli. O Azulão era a única equipe com experiência na primeira divisão estadual, mas vacilou.

Com um gol de Neto Bala, o Pesqueira também ganhou por 1 x 0. A novata Águia foi criada em 5 de fevereiro de 2006 e, desde então, sempre participou da Segundona.

No mapa do estado, Chã Grande, de 20 mil habitantes, está a 82 quilômetros da capital, enquanto Pesqueira, com 63 mil moradores, está a 218 km. Os times, que já carregam os municípios nos nomes, irão substituir os rebaixados América e Araripina.

Em Pesqueira e Chã Grande, o futebol começou de fato em 24 de outubro de 2012…

Torcidas de Pesqueira e Chã Grande festejam o acesso à 1ª divisão pernambucana de 2013. Fotos: @PesqueiraFC e chagrandefc.blogspot.com.br

Cobrindo 36.972 assentos da Arena Pernambuco

Montagem do primeiro módulo da cobertura metálica da Arena Pernambuco, em outubro de 2012. Crédito: Odebrecht/divulgação

Foi içado o primeiro dos 22 módulos da cobetura metálica da Arena Pernambuco.

A estrutura foi importada da Espanha, inspirada no estádio Anoeta, do Real Sociedad, como havia sido adiantado pelo blog (veja aqui).

No projeto inicial, seriam 58 módulos, com a montagem das vigas no alto. A mudança foi uma das principais entre os treze pontos do processo de aceleração.

Assim, foi determinada uma pré-montagem no chão. Nota-se, inclusive, que outros módulos já estão prontos, no entorno do estádio em São Lourenço.

Ele serão içados por um guindaste com capacidade de erguer até 400 toneladas. No alto, serão conectados aos pilares metálicos de sustentação. A arena terá 68 pilares

Dos 46.214 lugares do estádio, 80% serão cobertos. Com exatidão: 36.972.

Confira a série Diário de uma Arena, sobre a evolução do estádio, clicando aqui.

Montagem do primeiro módulo da cobertura metálica da Arena Pernambuco, em outubro de 2012. Crédito: Odebrecht/divulgação

Copa Pernambuco com lampejo de modelo olímpico

Campeões da Copa Pernambuco em 2007 (Sport), 2008 (Santa Cruz) e Náutico (2011). Foto: Alexandre Gondim, Edvaldo Rodrigues e Blenda Souto Maior/DP/D.A Press

Mais uma vez, a Copa Pernambuco continuará à margem da estrutura local.

No fim do ano passado, quando a FPF ganhou uma terceira vaga na Copa do Brasil, a ideia era utilizar o torneio como classificatório, como em outros estados. Não ocorrerá.

A versão desta temporada, a 18ª da história, terá apenas seis equipes. Na disputa, a partir de novembro, Jaguar, Náutico, Porto, Santa Cruz, Sete de Setembro e Sport.

Serão apenas 20 jogos em um campeonato fundamentado para revelar talentos. Será suficiente? A única novidade em 2012 é o formato Sub 23, como no último torneio, mas com a possibilidade de escalar até dois jogadores com a idade acima do limite.

A ideia da federação teve como fonte de inspiração a fórmula do torneio olímpico de futebol, implantada há vinte anos, na Olimpíada de Barcelona.

Na primeira fase, jogos de ida. Os quatro melhores avançam para as semifinais, em ida e volta. Na decisão, jogo único no estádio da equipe de melhor campanha (veja aqui).

A Copa Pernambuco foi criada em 1994 para movimentar os clubes profissionais do interior. Depois da estreia, o torneio mudou bastante. Os clubes da capital foram convidados a partir de 1996, mas sempre mandaram times mistos para a competição.

Esvaziada, a copinha chegou a ficar fora do calendário oficial em 2006. De volta no ano seguinte, mas ainda deficitária, abriu espaço até para times semiamadores. Pelo menos desta vez está no regulamento que é preciso ser um clube profissional…

Confira as postagens das finais da copinha de 2008, 2009, 2010 e 2011.

Nas fotos acima, títulos de Sport, Santa Cruz e Náutico. E algumas revelações…

Os caminhos digitais para a pior das práticas no futebol

Denúncia do Águia. Crédito: Roberto Ramalho/Águia

Num passado não muito distante, teriam sido 200 horas de gravação. Com direito a imagens captadas em uma câmera de celular.

Tudo sobre a suposta “compra” de um jogador por parte do rival. Não deu em nada.

Agora, uma nova denúncia de suborno. Mais uma vez com supostas provas através de mídias digitais. Confira a reportagem do Superesportes sobre o caso aqui.

Vivemos na modernização do futebol no pior sentido, com supostos aliciamentos de jogadores, árbitros etc. Da Itália, com um longo histórico de corrupção, ao Recife.

No entanto, ao mesmo tempo em que o avanço tecnológico parece abrir o campo para possíveis atos ilícitos, o combate se torna cada vez mais fácil.

As redes sociais, celulares de banda larga com grande área de atuação e câmeras de alta resolução, entre outras ferramentas, também têm as suas brechas.

Deixam pistas ou até provas sobre ações do tipo…

Ou contraprovas, na verdade, quando a denúncia se mostra vazia.

No esporte, isso é uma prática odiosa desde 1900 e preto e branco. Aos clubes, é preciso resguardar o nome da agremiação. Assegurar a imagem.

Terceiros no caminho, sem papel legal algum, tornam-se peças desnecessárias na engrenagem difícil (e cara) que é o futebol profissional.

O time que hoje é alvo de denúncia até pouco tempo atrás era o queixoso da história.

À justiça (comum e desportiva), o papel de decidir se existem culpados ou não, se as provas são suficientes ou não. É preciso investigar, sempre.

À parte disso, o estrago no planejamento já está feito, com o desvio no foco. Partindo de um pequeno texto por SMS, de uma foto amadora ou um vídeo de poucos segundos.

Enquanto a Fifa não aprova o uso de recursos tecnológicos no futebol, há quem procure utilizá-los da pior forma possível, antidesportiva.

Ainda sobre o complexo assunto, com um debate bem amplo, confira o post “Das denúncias de suborno no futebol à difícil comprovação” clicando aqui.

Qual é a sua opinião sobre o polêmico assunto? Comente, prove, defenda…

As 100 maiores médias de público. Um recifense, coral

Torcida do Santa Cruz. Foto: Paulo Paiva/Esp. DP/D.A Press

No Arruda, a maior média de público na América do Sul em 2011. Foram 36.916 corais.

Os primeiros dados do estudo sobre a presença na arquibancada haviam sido divulgados em junho deste ano, com as colocações de Santa Cruz, Corinthians e Bahia (veja aqui).

Agora, a pesquisa completa da Pluri Consultoria com os 100 clubes que registraram as maiores médias de público na temporada passada.

O bicampeão pernambucano, em 39º, é o primeiro dos três representantes do país na lista, que conta só o público pagante. Mais. É o único do planeta que entrou sem disputar as duas primeiras divisões nacionais. Paixão que não se mede.

Além da quantidade absoluta, há um outro importante dado, com o percentual de ocupação. No caso do Bayern de Munique, o incrível número de “100,1%”.

As 100 maiores médias de público em 2011. Crédito: Pluri Consultoria

Operação Marabá, no mais acanhado dos estádios

Estádio Zinho Oliveira, em Marabá, e o projeto do estádio Olímpico, na mesma cidade

Para avançar às quartas de final da Série C, no mata-mata do acesso, o Santa Cruz passará antes por uma verdadeira provação no estádio Zinho Oliveira, no Pará.

Sem dúvida alguma, é o campo mais precário encarado até o momento pelos tricolores nesta Terceiroma. O local tem capacidade para cinco mil pessoas, sabe-se lá como.

No estádio construído na década de 1960, a  2.728 quilômetros do Recife, o Águia ainda não foi derrotado na competição. São quatro vitórias e quatro empates.

O rendimento coral como visitante é o oposto, com quatro empates e quatro derrotas.

Apesar do gramado irregular, a média de público do time de Marabá não é das maiores. Nas oito partidas foram 7.773 pagantes, com média de apenas 971 torcedores.

O vídeo abaixo mostra a fragilidade nos critérios da CBF para liberar estádios nas divisões inferiores do futebol nacional…

Menos mal que a partir de 2013 a cidade terá um novo estádio, o Olímpico, para até 20 mil pessoas. Será a aposentadoria do acanhado Zinho Oliveira. Já era hora.

Enquanto o futuro não chega, os corais vão ter que encarar o velho estádio mesmo.

Fair Play Financeiro para moderar as gestões nos clubes

Financial Fair Play

No futebol, alguns clubes apresentam um poder de compra ilimitado. Ou pelo menos apresentavam, uma vez que uma nova era se aproxima na administração das equipes.

A gastança promovida por Chelsea e Paris Saint-Germain, turbinados por bilionários sem perspectiva de retorno num prazo aceitável, acendeu a luz amarela na Uefa sobre a competitividade imposta pela soma vultosa de dinheiro no esporte do Velho Mundo.

A partir disso foi elaborado o Fair Play Financeiro. Criado em 2009, o projeto deverá ser implantado de forma oficial a partir da temporada 2013/2014 (veja aqui).

1) Introduzir mais disciplina e racionalidade nas finanças dos clubes;
2) Diminuir a pressão sobre salários e verbas de transferências e limitar a inflação;
3) Encorajar os clubes a competir apenas com valores das suas receitas;
4) Encorajar investimentos a longo prazo no futebol juvenil e em infraestruturas;
5) Proteger a viabilidade a longo prazo do futebol europeu;
6) Assegurar que os clubes resolvem os seus problemas financeiros a tempo e horas.

Os seis pontos visam evitar a bolha econômica que vem se formando nas últimas temporadas com uma elevação das despesas acima da média.

Por fim, a regra será fundamentada na “punição”, que pode ir da perda de pontos à exclusão de campeonatos, dependendo do modelo de gestão.

Abaixo, o debate promovido pela Universidade do Futebol, com comentaristas, representantes do Ministério do Esporte e profissionais de gestão e marketing.

No Brasil, o primeiro passo deste tipo surgiu no Campeonato Paulista. O clube que chegar a três meses de atraso de salário perderá pontos no torneio.

Você aprovaria essa ideia no futebol pernambucano?

De novo, o Serra Dourada abre as portas da elite para o Sport

Série A 2012: Atlético-GO 0x1 Sport. Foto: ADALBERTO MARQUES/AGIF/ESTADÃO

No Serra Dourada, apenas 449 pagantes.

Foi o pior público desta Série A. Campo grande, vazio, ideal para o time visitante…

Priorizando a Copa Sul-americana, o Atlético Goianiense poupou vários titulares.

Titulares que, diga-se de passagem, não ajudaram muito a tirar o time da última colocação do competição nacional.

Neste cenário, animado pela vitória sobre a Ponte Preta, o Sport jogou com o dever de voltar para o Recife com três pontos na bagagem. Era “a” chance.

Apesar desete contexto, devido à tensão que toma conta da equipe leonina, não havia com ser fácil a partida. Não foi.

No mesmo estádio conseguiu o acesso à elite na última temporada, o Sport precisou se superar, em uma fraquíssima atuação, para vencer.

Venceu. Pelo placar mínimo, com cara de goleada.

No primeiro tempo, os rubro-negros viram Saulo defender um pênalti cobrado por Patric. O goleiro segue invicto como titular, com quatro vitórias e dois empates.

Como há um ano, o gol salvador foi de cabeça, no segundo tempo.

Em vez de Bruno Mineiro, o meia Hugo se apresentou, logo aos três minutos.

Depois, mesmo diante de um adversário impotente, foi um sufoco inacreditável. Aos gritos, o técnico Sérgio Guedes tentava consertar a equipe, visivelmente sem gás.

Mas conseguiu segurar o 1 x 0.

Pela primeira vez no Brasileirão o time conseguiu vencer dois jogos seguidos. Resultados que o deixaram a três pontos do 16º colocado. No início da semana eram oito!

Agora, será uma semana inteira para corrigir os inúmeros erros vistos em Goiânia, até porque o próximo adversário será o São Paulo, na Ilha do Retiro. Outro patamar.

Até la, um classificação um pouco mais saudável. Chegou a hora do Sport…?

Série A 2012: Atlético-GO 0x1 Sport. Foto: ADALBERTO MARQUES/AGIF/ESTADÃO

Um nordestino tricampeão brasileiro B, C e D

Série C 2012: Sampaio Corrêa 2x0 Crac-GO. Foto: Honório Moreira/OIMP/D.A Press

Campeão brasileiro da Série B em 1972.

Campeão brasileiro da Série C em 1997.

Campeão brasileiro da Série D em 2012.

Pela primeira vez um clube conquista o título nacional em três divisões diferentes.

Foram campanhas em épocas bem distintas, mas sempre festejadas em casa, com a arquibancada abarrotada, a especialidade em São Luís.

Ainda que obviamente sejam conquistas de menor porte, nenhum outro clube da região tem três títulos brasileiros. Mérito do Sampaio Corrêa.

A volta olímpica após a vitória por 2 x 0 sobre o Crac de Goiás, na noite deste domingo, foi o presente para uma torcida que marcou presença em peso. Uma conquista invicta.

A vitoriosa campanha do Tubarão é dividida, literalmente, nas apresentações no acanhado estádio Nhozinho Santos, na primeira fase, e no enorme Castelão, a partir das oitavas de final. A presença do público ressalta a diferença.

O maior estádio do Maranhão estava fechado desde março de 2004 devido a problemas estruturais. A reforma durou um ano. A reabertuta marcou os 400 anos de São Luís.

Modernizado e com a capacidade reduzida por motivos de segurança de 75 mil para 40 mil torcedores, o Castelão voltou a acolher a Bolívia Querida.

Nos quatro jogos no Nhozinho Santos foram 18.041 torcedores, com média de 4.510. Nos quatro no Castelão, uma multidão de 138.416 pessoas, com índice de 34.604.

Ao todo, o borderô contabilizou 156.457 torcedores em oito jogos, com média de 19.557. Orgulho do Nordeste, o revitalizado Sampaio Corrêa segue distante da região.

Até porque clubes do Piauí e do Maranhão não podem disputar o Nordestão.

Essa conquista do Sampaio Corrêa escancara a necessidade de revisar de forma urgente na CBF a “geografia futebolística” do Nordeste…

Série D 2012: Sampaio Corrêa 2x0 Crac-GO. Foto: Sampaio Corrêa/divulgação

Terceirona 2012 – 17ª rodada

Classificação da Série C de 2012 após 17 rodadas. Crédito: pe.superesportes.com.br

Na décima sétima rodada da Terceirona, uma classificação embaralhada.

No Arruda, no último lance no sábado, o Santa venceu o Luverdense por 2 x 1, com gols de Dênis Marques e ficou a uma vitória de alcançar a vaga nas quartas de final.

No domingo, por sinal, o Salgueiro foi atropelado pelo Paysandu, 4 x 0, em Belém e agora já se vê é ameaçado pelo rebaixamento à Série D do Brasileiro.

Em caso de vitória, o bicampeão pernambucano avançará. Se empatar, precisará torcer para o Icasa não vencer. Se perder, só avançará se o Icasa perder e o Treze não ganhar. Cuiabá, Salgueiro e Águia aparecem com chances irrisórias.

A 18ª e última rodada do grupo A da Série C.

28/10 (17h00) – Águia de Marabá x Santa Cruz
28/10 (17h00) – Salgueiro x Cuiabá
28/10 (17h00) – Guarany-CE x Fortaleza
28/10 (17h00) – Luverdense x Treze
28/10 (17h00) – Icasa x Paysandu