Um jogo por dia no Recife, e só

Torcidas de Santa Cruz, Sport e Náutico

A estreia do programa Todos com a Nota foi no dia 25 de janeiro de 1998. No Recife, Sport x Petrolândia, Náutico x Vitória e Santa Cruz x 1º de Maio. Todos no mesmo horário. As partidas reuniram 20 mil pessoas com o vale lazer. Na época foi um no número incrível, pois o Estadual do ano anterior havia sido o de pior média de público da história, com menos de 2 mil torcedores por jogo.

Aquela tarde marcou também o último domingo no Pernambucano com as três grandes massas circulando em direção aos seus estádios no mesmo horário. Com o aumento da violência no futebol, a agenda foi sendo modificada.

Neste 18 de fevereiro de 2013, a mais radical das decisões para evitar confrontos entre torcidas organizadas. Se até recentemente era liberada apenas a realização de dois jogos na capital no mesmo dia, mas em horários diferentes, uma reunião entre Polícia Militar, Ministério Público, FPF e Juizado do Torcedor definiu que a partir de agora só poderá ter um jogo de grande clube por dia.

Em vez de enfrentar o problema, a tentativa de “driblar” a situação. Considerando que são três grandes clubes, alguém que se prepare para atuar na sexta ou na segunda-feira, caso a tabela aponte três partidas no Recife na mesma rodada. Será suficiente? Estão tapando o sol com a peneira…

O problema está nas organizadas, mas também está bem além delas. Nasce na educação do cidadão. Ou falta dela.

18 Replies to “Um jogo por dia no Recife, e só”

  1. leonardo-pe, educação, saúde e segurança são deveres do Estado.
    Vide artigo 6° da constituição!!! A imprensa certamente tem sua parcela de culpa, agora o Estado, caro, inchado e ineficiente é o principal culpado!!!

  2. O QUE VI NOS GRAMADOS

    Quando era criança e fui levado pela primeira vez a um campo de futebol por um tio alvirrubro, foi impossível descrever minha emoção ainda criança, até hoje é. Entrei em campo muitas vezes com meu time de coração, O Clube Náutico Capibaribe.
    Fiz muitos amigos nas arquibancadas, comemorei vitórias e chorei derrotas com desconhecidos que parecia conhecer a muitos anos.
    Naquela época lembro bem, as bandeiras e charangas, as canções e as camisas de seus clubes eram as únicas armas que um torcedor levava aos estádios. Comi muita coxinha de aquário e o famoso cachorro quente “Comeu Morreu”. Vivi os tempos do “Balança, mas não cai” no Estádio dos Aflitos, o crescimento do Estádio do Arruda no seu anel superior, a expansão da Ilha do Retiro.
    Assisti a muitos jogos dividindo arquibancada com amigos e torcedores de outros clubes sem agressões, o respeito e o cuidado com o ser humano era maior, torcedores de clubes diferentes dividiam o mesmo carro, pegavam o mesmo ônibus, entravam muitas vezes pelo mesmo portão e se dividiam nas arquibancadas se assim quisessem.
    Vi que o campo de futebol não era só um lugar de diversão, aprendi que era também um lugar de tolerância, de solidariedade e amizade. Vi torcedores deixando de assistir o jogo para tentar encontrar os pais de uma criança perdida, torcedores procurando donos de documentos perdidos nas arquibancadas, torcedores aplaudindo gol de placa do adversário. Vi rico e pobre, negro e banco, homem e mulher, adulto e criança dividindo a mesma paixão, vivendo a mesma emoção no mesmo momento. Vi pessoas mostrando o que tinham de melhor. Isso é muito mais que só diversão.
    Adoro futebol e amo meu time de coração, me recuso a entregar essa paixão nas mãos de quem quer acabar com o que eu vivi nos campos ou privar futuras gerações dessa experiência.
    Nunca fiz, tive vontade ou faria parte de nenhuma torcida organizada, mas acho que acabar com elas não acaba a violência, mas penaliza as pessoas de bem que também fazem parte delas, que amam seus clubes e querem participar mais de perto em viagens ou movimentar suas sedes. Seria o mesmo que acabar um partido político porque existem alguns “ladrões” filiados. Tomemos a decisão e tenhamos coragem pra enfrentar os bandidos.
    Estamos tomando medidas erradas e sem eficácia há muito tempo, proibimos venda de bebidas alcoólicas (que na copa do mundo será permitida) nos estádios, mas a 5 metros dele pode, uma faixa colocada nas arquibancadas passa a ser proibida, a polícia prende os perturbadores e arruaceiros todos os dias de jogo e logo após os libera para que continuem no próximo. Contamos centenas de ônibus e telefones públicos quebrados, tornou-se normal os arrastões e brigas em ruas e avenidas da cidade.
    Nós, mesmos quando queremos atabalhoadamente, resolver o problema acabamos criando o ambiente de guerra quando separamos pessoas por grades ou escoltamos os grupos pelas ruas, acho que o recado que passamos é de intolerância, estamos dizendo que os grupos são inimigos, e acabamos fazendo o jogo dos maus elementos. Acho que tinha que ser o contrário, tínhamos que forçar o convívio e punir com o rigor das leis existentes os transgressores. O que é preciso acontecer pra enfrentarmos o problema? Será que proibir ou tratar todos como marginais simplesmente é a solução? Nunca mais vou poder ir a campo assistir um jogo sentado ao lado do meu cunhado tricolor ou com meu primo e minha mulher rubro negra? Serei obrigado o resto da vida a me separar dos diferentes de mim por conta das cores do meu time?
    Não posso concordar com isso, mas posso sugerir e dar minha modesta opinião.
    E se fizermos o seguinte:
    1. Torcedor que depredar as instalações de clubes adversários será obrigado a pagar o conserto e durante um determinado tempo será obrigado a prestar serviços de manutenção no clube prejudicado. (pintar arquibancada, limpar banheiro, varrer a sede social, etc…).
    2. As torcidas organizadas seriam responsáveis com o auxílio e supervisão da Polícia Militar de Pernambuco em receber as torcidas rivais nos seus estádios, e responsabilizadas na forma da lei por atos de violência.
    3. Torcedor que praticar atos de vandalismo ou agressão fora dos estádios seria proibido de frequentar jogos por determinado tempo e obrigado a se apresentar a Polícia no estádio de outro clube no horário de jogos do seu time e/ou punido na forma da lei existente.
    4. Torcidas organizadas seriam obrigadas a uma vez por mês promover em conjunto (as três juntas e no mesmo local) programas de educação/reeducação, supervisionado pela Secretaria de Esportes e/ou Federação Pernambucana de Futebol e/ou Polícia Militar de Pernambuco e/ou Secretaria de Defesa Social, para o torcedor que já praticou esses atos. E campanhas de prevenção à violência nos estádios.
    5. Os clubes seriam também responsáveis pelo monitoramento dessas torcidas em suas instalações (caso existam) e em dias de jogos. Manter atualizado o cadastro desses torcedores. Também seriam responsabilizados como coautores em caso de delitos praticados por eles caso exista alguma forma de ajuda a essas instituições.
    6. Criar nos Estádios de futebol existentes uma ZONA MISTA, onde torcedores possam assistir juntos aos jogos, sem grades, um local onde parentes e amigos aproveitem suas paixões de cores diferentes.
    Não tenho a pretensão de resolver o problema, só quero contribuir com a solução.
    Nada disso é fácil, e talvez leve muito tempo, mas atacar o problema usando o exemplo dos bons torcedores talvez seja um caminho.
    É possível o convívio e a solidariedade entre torcedores de clubes diferentes, basta olharem o que aconteceu agora no HEMOPE por conta da violência ao torcedor Lucas de 19 anos. Pessoas comuns com camisas de todos os clubes foram doar sangue.
    No dia a dia, nos seus empregos, torcedores não se matam e nem estão separados por grades, uma minoria de baderneiros não pode ditar regras nos estádios.
    Não sou especialista em segurança nem faço parte de nenhuma associação ou torcida organizada. Sou só um cidadão e torcedor apaixonado por futebol e pelo meu time de coração.
    Tricolores e Rubro-Negros, não sou seu inimigo, às vezes, só às vezes e quando jogamos um contra o outro, é que sou seu ADVERSÁRIO.
    Afinal, isso é só um jogo de futebol.

    Meu nome é Rogério,
    42 anos,
    Pernambucano de Recife,
    Pai de Cacau e Maria Eduarda,
    Noivo de Rilma,
    Apaixonado por futebol e pelo Clube Náutico Capibaribe.
    E só quero ir a campo sem medo de torcer.

  3. querem saber:concordo com o fim desse TCN.já era pra esse programa ser extinto!essa é a sociedade q cultua a violencia.repito,culpar as autoridades é fácil.dificil é voce ver gente criticando os meios de comunicação q são os maiores propagadores disso.aqui,vejo gente dando audiencia pra datena e marcelo resende no fim da tarde(mais até q em São Paulo).sem falar em Gino Cesar,Cardinot,Geraldo Freire q estão feitos explorando a ignorancia do povo recifense!

  4. essa imprensa caro EASN de quem voce tem medo de falar(ou vergonha,dá no mesmo.pois aqui no Brasil criticar imprensa soa como meninos mimados”perda de tempo”)é tão ou até mais responsavel por esse estado de cáos q vivemos.culpar os governos,até eu faço isso!

  5. essa de um jogo por dia,não existe aqui e em lugar algum.o que precisa,é realmente de leis severas,e não de reunião para passar manteiga na venta de gato.todo ano é sempre a mesma ladainha e providências que é o certo,nada! cadeia nessas milícias,quadrilhas ou como queiram.quem cometer vandalismo nas praças esportivas bem como nas ruas”cadeia”por 1 ano e em caso de reincidência,banir o bandido dos estádios para todo o sempre,fui!!! cadastro,já.

  6. Concordo com boa parte do que disse EASN. Em vez em enfrentar o problema, essa medida de um jogo só por dia é uma tentativa de “driblar” a situação. Como se aceitasse que não é possível mudar a realidade atual, não a curto ou até médio prazo. O problema está nas organizadas, mas também bem além delas… Nasce lá na educação. Ou falta dela.

  7. A violência nos dias de jogos reflete a violência cotidiana. A primeira não existiria se a segunda estivesse controlada. Nosso governo maquia dados para nos dar uma falsa sensação de segurança. Depois usam o horário nobre de TV para mostrar um Estado que não existe. E o povão fica achando que a segurança melhorou graças a um tal de “choque de gestão” (neologismo para nepotismo e terceirizações duvidosas). Em dias de jogos a realidade vem à tona. Como nosso governo não tem interesse algum em coibir a violência, inventa essas manobras mirabolantes. Cadastrar torcedor soa tão ridículo como cadastrar frequentadores de shopping. O fato é : A violência urbana elege e enriquece gente. E vai continuar como está! O governo inventou esse negócio de cadastro somente para calar a opinião pública!

  8. Começa a colocar esses marginais na cadeia. Vocês vão ver que a partir daí pode marcar dez jogos simultaneamente na cidade que não haverá transtorno algum.

  9. Campanha Ilha vazia! Jogadores fazendo corpo mole e Milton Bivar não faz nada??

    Ilha vazia!

    Que esses ATORES joguem sozinhos.. Eu não gasto mais um centavo pra ver esses ATORES!

  10. Será q a imprensa e as autoridades são tão inocentes a ponto de acreditar que estas organizadas possuem 190mil associados ????
    É impossível isto.. os números são inflados para justamente evitar que haja algum controle. Esta baboseira de cadastramento não serve para nada e a imprensa ainda fica dando notícia para isto. Tem é que cobrar do Secretário de Segurança e do Governador a omissão deles pois o que aconteceu no sábado foi falta de policiamento no local, coisa que não faltou no desfile do Bloco do Camburão.

  11. Talvez esses vandalismos de guerra entre torcidas, matando uns aos outros tenha um fim quando acabarem esse negócio de todos com a nota, pois só vão os verdadeiros maloqueiros, assassinos, pertubadores de vidas alheias para os jogos, pois acham facilidades para conseguirem notas fiscais, notas de compras em porta de supermercados, e as trocam com facilidade para denegrirem a imagem do futebol, isso sem contar com o depredamento de nossos transportes coletivo, esse negócio de todos coma nota só serve para estes MALOQUEIROS que não tem o que fazer.

  12. Valdner falou td. Todas as “soluções” são paliativas.
    Aqui em SP as organizadas já são cadastradas a anos, tem seus lugares demarcados no estádio e etc. A violência continua a mesma. Melhorou por haver um policiamento mais ostensivo em vários cantos da cidade além de vasculhar a internet em busca de prováveis “encontros”.
    Policial tem q coibir violência e ñ acompanhar os ditos torcedores fazendo uma “invasão”. Eu ñ pago imposto pro Estado mandar dezenas de policiais acompanharem centenas de babacas em segurança enquanto eu posso sofrer alguma coisa na rua e ñ ter o amparo destes mesmos policiais por estarem ocupados.
    Q esses babacas q se utilizam de uma camisa p/ cometer delitos sejam presos e paguem por todos os danos causados à sociedade. E ñ adianta só prender, eles tem q pagar o preço das atrocidades q cometem sejam limpando ruas, restaurando e conservando patrimônio público e etc.
    Só assim o número de babacas diminuiria. Falo diminuiria e ñ acabaria, pq sempre algum babaca vai preferir o caminho do crime independente das opções. Um exemplo é de um playboy q tem todas as oportunidades possíveis, mas prefere se destruir em drogas.
    Gosto muito das festas protagonizadas pelas TOs dentro do estádio e ñ gostaria de ver quem realmente apoia o clube sendo dissipado por causa de marginais infiltrados.

  13. Bom, isso foi uma medida só para dizer que fez alguma coisa, mais a verdade é, preguiça do nossos politicos em fazer leis mais rigorosas para as organizadas, banir não vai adianta, tem que ter leis rigorosas.

  14. É triste, muito triste, não temos futebol. Só falácias!
    Ficamos com a violência que é o produto desta sociedade falida e cada vez mais segregadora que nega aos pobres as oportunidades. Não resta nem mesmo o circo, não há mais circo!
    Não há mais piadas,
    Fica às lágrimas
    Fica o choro
    Ficam as desculcas esfarrapadas
    e os notícias factóides de amanhã.

  15. Este tipo de decisão só pode ser motivada por:
    a) Preguiça
    b) Burrice
    c) Cara-de-pau
    d) Todas as alternativas

    Assim fica difícil. Muito difícil.

  16. Essas medidas não vão resolver nada, na verdade são “soluções” preguiçosas, como todas as decisões vindas das autoridades pelo Brasil. Ao invés de combater com ações mais efetivas e fazer um trabalho ostensivo de policiamento, proíbe-se jogos no mesmo dia, suspendem as torcidas organizadas por X dias para esperar a poeira abaixar, vir com a falácia de permitir “apenas membros que estão cadastros”, algo que já sabemos que não passa de fumaça e espelhos por que não existe cadastro nenhum e ninguém vai fazer um, afinal, isso exige fiscalização, dá trabalho, sabe como é que é, né? O próximo passo é proibir clássicos com duas torcidas e proibir o torcedor de usar o uniforme do próprio clube em dia de jogos para “evitar possíveis brigas”.

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