Degustação da Arena para ganhar o apoio do torcedor, a nova tática das PPPs

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As arenas estão sendo inauguradas Brasil afora. A grande maioria será gerida através de parcerias público-privadas. Nas concessões, empresas num contato direto com os clubes, os grandes clientes futebolísticos dos novos palcos.

Até agora três estádios da Copa do Mundo de 2014 foram abertos. Nem todos os grandes clubes das respectivas praças assinaram contrato para jogar lá.

Em Belo Horizonte, o Cruzeiro acertou com o consórcio por 25 anos. Recebeu R$ 2 milhões na adesão e terá 100% da bilheteria de 54.201 ingressos, mas precisa arcar com 70% dos custos operacionais dos jogos. Atlético e América não cederam e seguem no Independência, com 19 mil lugares.

Em Foraleza, somente após a abertura do estádio a concessionária conseguiu firmar os contratos com Ceará, Fortaleza e Ferroviário, por cinco anos. Os dois mais populares ganharam R$ 500 mil de aporte e receberão mensalmente R$ 130 mil, ou R$ 260 mil em caso de presença na Série A.

Aqui, como se sabe, só o Náutico tem um acordo para mandar seus jogos na Arena Pernambuco. Válido até 2043, é o mais longo do mercado. O Timbu recebeu R$ 1,5 milhão na adesão e R$ 4,8 milhões em investimentos no seu CT.  A sua cota mensal é de R$ 500 mil. Se deixar a elite, cai para R$ 350 mil.

Na recém-aberta Fonte Nova, o Bahia deu andamento ao memorando de entendimentos assinado em 2010 e fechou com o consórcio até 2018. No contrato, R$ 9 milhões por ano, dando a bilheteria para a empresa.

E o Vitória? Dono do estádio Barradão, com capacidade para 35.000 pessoas, o rubro-negro de Salvador vem protelando uma decisão final. Após várias rodadas de negociação, o clube aceitou uma proposta inédita no país.

O Vitória assinou um acordo de apenas cinco jogos, todos neste ano. Trata-se de uma “degustação”, palavra usada pelo próprio presidente do consórcio Arena Fonte Nova, Frank Alcântra, em entrevista ao blog.

A ideia é oferecer o novo serviço de arena ao clube, sobretudo à sua torcida. A tática seria justamente ganhar o apoio popular, gerando uma “simpatia” com a remodelada Fonte Nova. Na estreia, goleada de 5 x 1 num Ba-Vi.

Enquanto isso, as negociações locais com Santa Cruz e Sport aparentam tratar só de valores e projeções de mercado. Até o momento, não foi cogitada uma degustação da arena para tricolores e rubro-negros como mandantes…

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3 Replies to “Degustação da Arena para ganhar o apoio do torcedor, a nova tática das PPPs”

  1. SE ALGUÉM SABE ME RESPONDA, QUAL É PORCENTAGEM DE RENDA POR CADA JOGO DO NÁUTICO? JÁ QUE VAI JOGAR EM MÉDIAS 35 PARTIDAS/ANO. ME TIREM ESTA DÚVIDA.

  2. Essa seria uma possibilidade interessante a ser testada por Sport e Santa Cruz, afinal, os respectivos estádios assim como os aflitos não oferecem condições de conforto aos torcedores. O problema maior seria com relação a postura do torcedor que depreda o patrimônio sem a consciência de que está prejudicando até ele próprio…

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