Quando os clássicos pernambucanos também atravessaram a fronteira

Nordeste

A história do futebol pernambucano é concentrada em Náutico, Santa Cruz e Sport. Os embates envolvendo as três principais forças passam de 1.500.

Desde 1909, quando o primeiro Clássico dos Clássicos foi disputado no campo do British Club, nos primórdios do futebol no país.

De todas essas partidas, apenas três não aconteceram em Pernambuco.

Num fluxo inverso ao que se desenha no estado a partir de agora, com Botafogo x Fluminense na Arena Pernambuco.

Santa Cruz 0 x 0 Sport na Paraíba – 1951

O primeiro clássico local em outro estado foi em 22 de abril de 1951, em João Pessoa. Inicialmente, Santa e Sport, já populares, fariam a curta viagem para enfrentar as forças locais, Botafogo e Auto Esporte, respectivamente.

Não seria um torneio, mas as vitórias pernambucanas acabaram resultando numa “final das multidões”, segundo o pesquisador Carlos Celso Cordeiro. Detalhe, o clássico foi no mesmo dia dos triunfos sobre os paraibanos.

Porém, o Clássico das Multidões terminou num empate sem gols. Acabou até antes do tempo regulamentar, pois faltou energia no estádio. Título dividido?

Náutico 2 x 1 Santa Cruz no Rio Grande do Norte – 1975

Em 9 de março de 1975, alvirrubros e tricolores se enfrentaram no Castelão, em Natal. Castelão? Sim, este este o antigo nome do tradicional Machadão, que agora dá lugar a uma nova arena. Era a penúltima rodada do Torneio Cortez Pereira, em homenagem ao governador potiguar.

A vitória do Náutico sobre o Santa, que abriu a rodada dupla, foi presenciada por 9.375 pessoas. O atacante Jorge Mendonça marcou de pênalti o tento decisivo. Três dias depois o Timbu venceria o Bahia e conquistaria o pentagonal amistoso.

Sport 2 x 0 Náutico na Bahia – 1976

Em 15 de agosto de 1976, o Clássico dos Clássicos inaugurou o estádio Ruberleno Oliveira, em Paulo Afonso, na Bahia, a 443 km do Recife. O palco às margens do Rio São Francisco foi custeado pela Chesf, que tem usinas hidrelétricas na cidade e empregava 5,8 mil dos 65 mil moradores na época.

O jogo só não foi um Ba-Vi porque os rivais decidiram o título baiano no mesmo dia. Mesmo assim, a lotação foi esgotada, com 4 mil torcedores. O Leão venceu o amistoso com gols de Pedrinho e Cláudio Mineiro, que abriu o placar aos 8 minutos, e, assim, ganhou uma placa comemorativa no estádio.

O jogo contou com a presença do presidente da FPF, Rubem Moreira. Posteriormente, o “Rubão” mudou de nome para Álvaro de Carvalho.