Todos com a Nota turbinado em São Lourenço

Cartão do Todos com a Nota. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

O programa Todos com a Nota trabalha com valores diferenciados para o subsídio no futebol local de acordo as divisões do campeonato nacional.

Em 2013 começou assim em relação à quantidade de ingressos e valores:

Série A (Náutico/8.000): R$ 15
Série B (Sport/8.000): R$ 13
Série C (Santa Cruz/15.000): R$ 10
Série D (Salgueiro/9.000, Central/7.000 e Ypiranga/4.000): R$ 7

Mas agora surgiu um fato novo.

O Alvirrubro atuou duas vezes nos Aflitos com essa composição financeira antes de estrear na Arena Pernambuco, a sua nova casa no Brasileirão.

A carga timbu subiu para 15 mil bilhetes, o que já havia sido divulgado.

No entanto, além do maior número de ingressos, o valor pago pelo governo do estado na campanha promocional também aumentou.

Apesar de o torneio ser o mesmo, nas partidas em São Lourenço as entradas do TCN custarão R$ 20 ao governo, como mostra o primeiro borderô alvirrubro por lá, no duelo contra a Ponte, cuja arrecadação líquida foi de R$ 423 mil.

Ou seja, antes o Timbu arrecadaria até 120 mil reais nos Aflitos. Agora, o valor do Todos com a Nota saltou para R$ 300 mil, num aumento de 150%.

Mais um incentivo para atrair times interessados ao empreendimento…

Um prejuízo de R$ 41 mil no borderô de Botafogo x Fluminense na Arena

Borderô de Botafogo 1x0 Fluminense na Arena Pernambuco na Série A 2013

O borderô do clássico carioca na Arena Pernambuco, divulgado pela CBF, apresentou o primeiro prejuízo do novo empreendimento.

O duelo entre Botafogo e Fluminense, que valeu a liderança da Série A no domingo, terminou com saldo negativo nas finanças, apesar da renda de R$ 368 mil proporcionada pelos 7.882 pagantes.

As despesas foram bem maiores…

Mandante, o Fogão alugou o estádio, pagando R$ 270 mil. Ou seja, só o alguel do espaço correspondeu a 73% de toda a receita.

Porém, ainda houve gasto com ingressos (R$ 36 mil) e taxas para as federações do Rio (R$ 36 mil) e Pernambuco (R$ 18 mil).

No fim, a conta do alvinegro foi de R$ 41 mil, mas no vermelho.

A escolha pelo Recife não foi mesmo das melhores, pois o rombo foi superior aos jogos do clube em Volta Redonda, onde o estádio já vinha apresentando públicos pífios.

O jogo anterior do Botafogo como mandante no Brasileiro havia sido no Raulino de Oliveira, contra o Cruzeiro. Na ocasião foram apenas 2.685 pagantes.

A renda foi negativa, mas o fumo foi menor, de R$ 410.

Ou seja, o prejuízo no Recife foi 100 vezes maior…

Giampaolo Pozzo, o poderoso chefão de três clubes. De olho em Pernambuco

Giampaolo Pozzo, dono da Udinese

Formar atletas, garimar talentos e negociar percentuais. O grande vetor financeiro do futebol se tornou o único objetivo de empresários mundo afora.

Na Europa, é cada vez mais comum ver clubes tradicionais parando nas mãos de ricaços, mesmo de outras nacionalidades. A meta é quase sempre a mesma. Começam adquirindo ações até a fatia majoritária. Pois bem. Imagine então, um empresário dono não só de um clube, mas de três! Haja business.

O italiano Giampaolo Pozzo já era um homem rico aos 45 anos, nos idos de 1986, em Udine. Aí, teve uma ideia singular. Resolveu comprar o time da própria cidade, a Udinese. Comprou, investiu, tirou o clube do buraco e aos poucos montou uma superestrutura. Nada de centros de treinamento gigantescos. O seu plano foi criar uma verdadeira rede de contatos e olheiros nos continentes.

Passou a investir bastante em jovens atletas bem antes do boom vigente. Entre erros e acertos, o lucro. Surgiram nomes como Sensini, Oliver Bierhoff, Amoroso, Iaquinta, Pizarro, Quagliarella, Di Natale e Alexis Sánchez.

Watford, Udinese e Granada

O seu ideal diz tudo: “Buy low, sell high”. Compre barato, venda caro.

É verdade que denúncias de negócios suspeitos não passaram batidas. A mais grave delas em 1990, quando precisou se afastar da presidência – por mais que a canetada final tenha continuado. Dando sequência o tino nos negócios futebolísticos, Pozzo comprou o Granada da Espanha em 2009. Avançou nos flancos até o mercado inglês em 2012, comprando mais um clube, o Watford. De cara, a promessa de investimento de 15 milhões de libras esterlinas.

Com três times distribuídos nos maiores centros econômicos do futebol europeu, Giampaolo Pozzo, hoje com 72 anos, criou pontes de negociações. Atletas em início de carreira assinam por períodos mais curtos, para ganhar cancha. Em seguida vão para outra experiência, em outro time do “portfólio”.

Paralelamente a isso, os seus olheiros vão estendendo os campos de visão. Chegaram até Pernambuco. Com Douglas Santos, indo para o Granada, de olho na Udinese e sonhando com o Watford… Sob ordens de Pozzo.

Giampaolo Pozzo, dono da Udinese, do Granada e do Watford

Douglas Santos, a possível maior venda do Náutico. Saberemos no balanço

Lateral-esquerdo Douglas Santos, do Náutico, convocado à Seleção Brasileira em 2013. Foto: Simone Vilar/Náutico

Aos 19 anos, o lateral-esquerdo Douglas Santos parte para a Europa. O jogador, valorizado com a convocação para o time principal da Seleção Brasileira, foi negociado com o Granada da Espanha. Na coletiva que marcou o anúncio do negócio, a direção do Náutico não revelou o valor e ainda mandou um recado.

“O valor só será informado no próximo balanço oficial do clube”. 

A próxima auditoria deverá ser divulgada apenas em abril de 2014…

No entanto, na imprensa europeia foi comentada uma cifra: 2,35 milhões de euros. Assim, Douglas se tornaria o jogador mais valioso do Timbu, superando o atacante Anderson Lessa, negociado em 2010.

O ala tinha contrato com o Náutico até 2016, cujo percentual dos direitos econômicos era de 60%. Ou seja, o clube teria recebido 1,41 milhão de euros.

Há tempos o blog lista as maiores transações dos times do estado em valores absolutos. São dois critérios: o valor em dólar, para tentar uniformizar as transferências via taxas de câmbio, e o percentual recebido pelos clubes locais.

Portanto, a venda de Douglas Santos entraria com 60% do valor, ou US$ 1,815 milhão, abaixo apenas de Jackson (1998), Ciro (2012) e Rômulo (2012). Ele foi o 24º do futebol local a ser negociado por pelo menos um milhão de reais.

Ou possivelmente R$ 4.091.154… Desfalque no campo, reforço no balanço.

MiAs vendas milionárias do futebol pernambucano. Crédito: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Ao primeiro invasor da arena, um lanche e uma leve punição. Ficou sem a foto

Invasão de campo na Arena Pernambuco em 2013, no jogo Botafogo 1x0 Fluminense. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

Invadiu o gramado, tirou foto com o atacante Fred e beijou os pés do atacante.

Depois da cena lamentável, ainda saiu rindo, acenando para as câmeras.

Esculhambação demais.

A invasão de campo na Arena Pernambuco durante o clássico carioca, no domingo, foi a primeira na nova safra de estádios do país em jogos pela Série A.

Mostrou que parte da torcida ainda precisa ser reeducada.

Nesta nova fase não há alambrados separando as torcidas. Também não há uma divisória entre a arquibancada e o gramado.

É uma liberdade ao torcedor, uma prova de civilidade. Para o bom andamento do espetáculo é preciso, então, contar com a colaboração do público.

Invasão de campo na Arena Pernambuco em 2013, no jogo Botafogo 1x0 Fluminense. Crédito: Sportv/reprodução

Vestindo a camisa do Flu, o torcedor identificado como Douglas Alei, seguidor também do Sport, não ligou pra isso e passou sem problemas pela fiscalização.

Só foi detido ao voltar para a cadeira na escadinha de acesso. De lá, foi levado até o juizado especial, onde foi lavrado um boletim de ocorrência.

O tal torcedor ainda recebeu um lanche da organização antes de ser liberado…

Pouco tempo depois ele já estava tirando onda no facebook (veja aqui).

Pois é. No Brasil é preciso estabelecer logo uma punição severa aos invasores, além de multas. Na Inglaterra cenas do tipo, julgadas rapidamente, terminam em prisão de até quatro meses. Em São Lourenço só houve uma “punição”.

A polícia apagou do celular do torcedor a sua foto ao lado de Fred…

Invasão de campo na Arena Pernambuco em 2013, no jogo Botafogo 1x0 Fluminense. Crédito: Sportv/reprodução