Atlético-MG e a releitura do G12

G12 do futebol brasileiro: Vasco, Santos, São Paulo, Palmeiras, Grêmio, Fluminense, Flamengo, Cruzeiro, Atlético-MG, Botafogo, Corinthians e Internacional

* Por Fred Figueiroa

Tenho 33 anos. Isto significa que acompanho futebol com alguma consciência desde o fim dos anos 80. Ali, já sabia o nome dos jogadores, queria ir ao estádio, sofria ouvindo rádio, dava volta no quarteirão quando meu time era campeão, chorava nas piores derrotas. É natural que a visão sobre o esporte e a interpretação dos acontecimentos vá se moldando com o tempo. Mudando. Infância, adolescência, paixão, maturidade, profissionalismo. Em cada uma dessas etapas, o futebol se revela por ângulos diferentes. Mesmo tendo “estudado” a história do nosso esporte, pertenço a uma geração (e quem não pertence?) e a minha percepção do futebol é influenciada diretamente por ela.

Esta (não tão) pequena introdução foi para falar do Atlético/MG. Há uns 7 ou 8 anos virava madrugadas debatendo futebol em fóruns de discussão e comunidades no finado Orkut – fascinado com a nova possibilidade de trocar ideias e visões com torcedores de todos os clubes do país. E não existia polêmica maior (o Brasileiro de 1987 não conta) do que a real existência do conhecido G12. O grupo dos 12 maiores clubes do futebol nacional. Aqueles que todos conhecem. Ou que fomos quase adestrados a conhecer e respeitar. Eram os times que estavam todos os dias na TV, nos brinquedos, por todos os lados. Nos anos 1980, era um verdadeiro milagre encontrar um time de botão com escudos do Sport, Náutico ou Santa. Um caderno, uma toalha, um boneco, um boné… Nada. Eram apenas os quatro do Rio, os quatro de São Paulo, os dois de Minas e os dois do Rio Grande do Sul.

Porém, os tempos mudam. Os costumes, os valores, as pessoas. As fronteiras foram desaparecendo, o foco naturalmente foi sendo ampliado. E nos últimos 13 anos pelo menos sempre defendi a tese de que o tal G12 não existe na prática. Estamos condicionados a aceitá-lo, mas sobram fundamentos para renegá-lo. A distância do São Paulo ou Corinthians – em qualquer aspecto (títulos, torcida, estrutura, dinheiro) – para o Botafogo é incomparavelmente maior do que a do alvinegro carioca para clubes como Coritiba, Atlético/PR, Bahia e Sport – equipes grandes em suas regiões, com títulos nacionais e consideradas (corretamente) intermediárias no futebol brasileiro. O Botafogo – sem estádio, com torcida reduzida e ausente, e dois títulos nacionais bem esporádicos – é tão intermediário quanto os clubes que citei. O que o diferencia? Apenas a geografia e a massificação da mídia, herança dos anos 80. A decadência é visível. Nas pesquisas recentes de torcidas e números de sócios, tornou-se comum aparecer atrás dos principais times fora do eixo RJ/SP/MG/RS.

Não considero que a localização geográfica seja suficiente e determinante para fazer do G12 algo eternamente imutável. Se absolutamente tudo muda ao nosso redor, os velhos conceitos e – neste caso – preconceitos também devem mudar. Gestões, investimento, renovação da torcida, patrimônio e – sobretudo – títulos são fundamentais. Todos somados formam um grande time, assim como a tradição e a história. Costumo colocar o Atlético/MG no mesmo “bolo” de Botafogo, Coritiba e etc. O título da Libertadores pode mudar a minha visão? Claro. As circunstância também. Investimento milionário, jogadores de Seleção…É o que sempre defendi. Não vejo o futebol como uma “sociedade de castas”. Os degraus estão aí para subir e descer. E fundamentalmente: os degraus estão aí para todos.

* Fred Figueiroa é o colunista de esportes do Diario de Pernambuco

24 Replies to “Atlético-MG e a releitura do G12”

  1. 1) Clubes gigantes: Corinthians, Flamengo, Palmeiras e São Paulo.
    2) Clubes grandes(α): Vasco, Cruzeiro, Grêmio, Santos e Internacional.
    3) Clubes grandes(β): Fluminense, Atlético-MG e Botafogo.
    4) Clubes médios(α): Atlético-PR, Bahia, Sport, Coritiba e Vitória.
    5) Clubes médios(β): Santa Cruz, Goiás, Náutico, Ceará, Paysandu, Fortaleza, Figueirense, Ponte Preta, Remo e alguns outros…

  2. Kkkk tenho que rir. Esse jornalista conparar times pequenos como sport. Santa cruz. Nautico. Bahia com meu atletico-MG.

  3. Amigo não sei porque essa insistência em perseguir o Botafogo. Porque é que a Globo ainda quer ajudar o Botafogo e não ajuda o América e o Bangu?
    Responde isso cara.

    Sério eu sou torcedor mais realista,apesar do nosso passado sensacional de grandes jogadores e serviços prestado a seleção, vejo o Botafogo hoje mais perto de times como Guarani,Portuguesa e América MG do que os São Paulo e Corinthians.A única possibilidade de reverter esse quadro é realmente não amarelar nas competições que disputa e ganhar títulos.

    Infelizmente essa é a nossa realidade,só estamos bem no cenário estadual em parte pela desvalorização do torneio. Espero melhoras

  4. Syilvio, pq tanto recalque com o Fluminense?
    Se o Flu é um ¨eterno convidado¨, teremos vários eternos convidados, e não apenas 1, como vc citou.
    ST!!

  5. Reportagem BIZARRA, reporte sem crédito desmerecendo clubes como o Botafogo e o Atlético – MG e ainda mais colocando o sport no mesmo patamar desses clubes, só pra vc lembrar sport em 1987 jogava na série B e o Botafogo em 1995 jogava na série A o atletico-MG em 1971 também jogava a séria A. Agora me diz ai quais foram os resultados do sport contra palmeira, são paulo, vasco, flamengo, inter, gremio, cruzeiro …. em 87, se vc me disser eu fico calado e o sport realmente é o campeão kkkkkk nunca vai dizer pq não teve o sport era série B. E outra a copa do brasil não credencia o sport a ser do mesmo nível dos time que vc diz ser pequeno, pois copa do brasil posso citar varios time pequenos que já ganharam: paulista, santo andre, juventude, criciuma e tantos outros. Jornalista Babaca kkkk e desinformado.

  6. “ricardo”, aprenda a ler. O texto não é do Cassio. É do Fred Figueiroa, que é assumidamente rubro-negro.

  7. O INCRÍVEL DESSE POST DE FRED FIGUEIROA, RUBRO NEGRO ASSUMIDO, QUE SÓ APARECE EM PROGRAMAS DA RÁDIO CLUBE QUANDO O SPORT ESTÁ POR CIMA, POIS QUANDO PERDE O PESSOAL DA RÁDIO TENTA LIGAR PARA ELE E NADAM TÍPICO DOS TORCEDORES DA COISA. ELE DIZ QUE A POLÊMICA DE 1987 NÃO CONTA. É MUITA CARA DE PAU. QUE SAUDADES DE ADONIAS DE MOURA. FRED O ATLÉTICO É UM GRANDE TIME, OS TÍTULOS SÃO CONSEQU~ENCIAS DE VÁRIOS FATORES, MAS A HISTÓRIA DE UM CLUBE É MUITO VASTA. EM 1967 VI O MEU NÁUTICO GOLEAR O GALO NA TAÇA BRASIL, E ERA UM TIMAÇO, COM VANTUIR, GRAPETTE,DIRCEU LOPES, MELHOR MEIA QUE VI JOGAR E TANTOS OUTROS.SAUDAÇÕES ALVIRRUBRAS.

  8. eh cassio sporli ou zirpoli, tanto faz tenho certeza que a mascara caiu né?
    só faltou escrever sou rubro-negro, “Orkut – fascinado com a nova possibilidade de trocar ideias e visões com torcedores de todos os clubes do país. E não existia polêmica maior (o Brasileiro de 1987 não conta)”.
    cassio se vc nasceu em uma época na década de 80, não quer dizer que nao houve futebol antes OK? tenta ser um pouco menos rubro-negro quando for lançar teus posts blz?

  9. Incluo o Guarani na lista do Sport, e a Ponte Preta na lista do Timba. Vale registrar a entrada do Campinense no espaço dos campeões do Nordeste. Chupem minhocas rosadas!

  10. Sobre o galo, vale destacar certas semelhanças com o Botafogo, o Atlético foi vice-campeão invicto, foi roubado contra o time do capeta no Brasileiro (80) e Libertadores (81). Ganhou a Copa Conmebol em duas oportunidades.

    Essa questão do assaltos é complicada no futebol nacional, complicado refazer o número de títulos, mas num rápido esboço, dá pra que dizer que: o Atlético é o campeão de 80, o Grêmio de 82, o Internacional de 2005, o Vasco de 2011. E mais alguns…

    O Sport poderia ter disputado a final em 82, 98 e 2000, caso não fossem os destruidores do futebol brasileiro.

  11. Esse G12 só existe geograficamente e politicamente mesmo. Fazendo uma retrospectiva dos pouco mais de 100 anos de futebol no Brasil veremos a distância do São Paulo, Santos, Cruzeiro e Grêmio para os demais. Vasco da Gama, Internacional e Palmeiras (exceto a era Parmalat) estão num patamar abaixo.

    A partir daí, vejo grande parte num mesmo nível, o Botafogo é um caso curioso, pois revelou muita gente pra Seleção, tem toda uma mística. O Fluminense (eterno convidado para a Série A) vem evoluindo nos últimos anos, entrando nesse segundo patamar.

    Fora esses citados acima, acredito que Sport, Bahia, Atlético/PR e Coritiba sempre disputam a primeira colocação deste ”terceiro nível”. Times como: Náutico, Portuguesa, América/MG, Remo e Paysandu, Ceará e Fortaleza têm uma grande história pra contar, mas ainda buscam um título de expressão. O papão já levantou a Copa dos Campeões, no entanto, trata-se de um torneio de porte médio. Vitória, Goiás, Paraná, Figueirense, se encaixam mais na categoria de emergente.

    As equipes da CBF/Globo nem mereciam ser citadas aqui, entretanto, vale ressaltar fatores positivos. O Corinthians sempre possuiu a maior torcida de São Paulo, tem histórias legais como a da invasão em 76, e SÓ. O outro time lá do Rio de Janeiro nem vale a pena ser citado, a única coisa que ganhou fora do estado foi o Rio-São Paulo de 1961.

  12. Classifico os clubes principalmente pelos seus títulos, torcidas, e participações em competições nacionais e internacionais.
    Sendo assim, segue abaixo classificação:
    Grandes 1- Mundias
    São Paulo, Santos, Corinthians, Flamengo, Internaciona, Grêmio;
    Grandes 2- Sul Americanos
    Cruzeiro, Vasco, Palmeiras;
    Grandes 3- Brasileiro
    Fluminense, Atlético(MG), Botafogo;
    Médios Brasileiro 1
    Sport, Bahia, Coritiba, Atlético(PR);
    Médios Brasileiro 2
    Vitória, Goiás, Náutico, Santa Cruz, Fortaleza, Ceará, Paysandu, Remo;
    Médios Brasileiro 3
    Guarani, Ponte Preta, Remo, Criciúma, Figueirense, Avaí, América(RN), América(MG);

  13. O Atlético Mineiro possui uma torcida fanática que não o deixa cair para o escalão dos times intermediários, como insinua o texto. Quanto aos títulos, são escassos, é bem verdade, mas o galo possui duas conquistas continentais de segundo escalão, que é a Copa Commebol. Segundo escalão, sem depreciação, pois era a segunda competição mais importante do continente, perdendo apenas para a Libertadores e hoje equivale a Sul-Americana. Possui um Campeonato Brasileiro, porém foi vice por 4 vezes, 6 vezes terceiro colocado e 4 vezes quarto colocado. Falta um pouco de “ímpeto” nas finais, além de não deixarmos de considerar erros de arbitragens grotescos, como foi o jogo da Libertadores contra o Flamengo na década de 80. Hoje o Galo possui um presidente de pulso forte, desbocado, amado pela torcida e que luta pelo seu time. Ganhando essa Libertadores, o Atlético talvez alcance a “canja” necessária para abocanhar outras conquistas sem tanto tempo de jejum entre elas.

  14. SEM DÚVIDAS OS QUATRO MAIORES SÃO, SÃO PAULO, SANTOS, GRÊMIO E CORINTHIANS.

    JÁ DO NORDESTE OS MAIORES FORÇAS SÃO, BAHIA, SPORT, NÁUTICO, VITÓRIA, CEARÁ, SANTA CRUZ E FORTALEZA.

  15. Gigantes – Flamengo , Corinthians e São Paulo

    Grandes – Inter , Palmeiras , Grêmio e Vasco

    Quase – Santos , Atlético MG , Fluminense e Cruzeiro

    Regionais fortes – Sport , Botafogo , Coritiba , Bahia , Vitória , Atlético PR , Santa Cruz , Ceará , Náutico , Goias e Fortaleza.

  16. Sem contar que roubaram descaradamente o Atlético Mineiro na final do Brasileiro de 1980 em favor, é claro, do Flamengo, time que teve seu crescimento em conjunto com a ascensão do Regime Militar e da Rede Globo.

  17. Há uma diferença considerável entre Atlético MG e Botafogo que não pode ser esquecida.

    Embora Minas seja um estado com forte influência do RJ ( Grande Juiz de Fora ) e SP ( Sul do estado ) , a RM de BH é blindada contra times de fora. São cinco milhões de habitantes que torcem quase que na totalidade pelos dois grandes , com sobras para o América MG , principalmente na parcela mais idosa. Isso garante ao Galo mais de 2 milhões de torcedores só na sua RM.

    O Botafogo vive um processo diferente. No Rio , um de cada dois cariocas , torcem pelo Flamengo , num percentual que cresce a medida que se rejuvenesce a população. Até 34 anos , 61% do estado torce pelo Flamengo , dando uma pista de como será complicada a vida dos outros 3 nos próximos anos.

    Vasco , Fluminense e Botafogo dividem por 3 a preferência da outra metade da população , ou seja , cerca de 8.5 milhões , levando em consideração que a população do estado está quase em 17 milhões. E cabe ao Botafogo , a menor parte dessa fatia.

  18. Cássio ,

    O mais engraçado disso tudo é que , aqui no RJ , a torcida do Botafogo acha que o mundo conspira contra ela. Que a CBF e a Globo se uniram num determinado momento para acabar com o Botafogo , pois “ele incomoda e muito” , além de atrapalhar os planos das duas. Te confesso que até agora não consegui que nenhum botafoguense me explicasse esse tal plano.

    A verdade é que o Botafogo de hoje é o América dos anos 70. Basta olhar o perfil dos torcedores. Bem envelhecida e sem grandes motivos para renovação. E ainda precisam engolir o ressurgimento do Fluminense , que nos últimos 6 anos , ganhou dois brasileiros , uma Copa do Brasil , chegou a duas finais continentais e disputa as primeiras posições no BR quase toda temporada. Se nem durante a queda do Fluminense para a C o Botafogo conseguiu ultrapassar em torcida no estado , imagina como será essa diferença daqui há uns cinco anos , quando 100% do impacto dessas conquista do Fluminense estiverem nas pesquisas ?

    A verdade é que o Botafogo vive ainda de seus gloriosos anos 50-60 quando , apesar de terem um senhor time , tiveram conquistas modestas em âmbito nacional e nenhuma no cenário continental. Até fora do RJ se vê claramente esse efeito. A torcida , que cresceu muito por conta da Era Garrincha etc. , envelheceu e perdeu muitas posições , até em estados onde não há uma grande torcida local.

    O Botafogo é hoje um time de porte médio. Um respeitado time de porte médio , com cerca de 1.2 milhão de torcedores na RM do RJ , grande parte dela na classe média , com camisa e tradição , mas com peso maior no estado do que em nível nacional. Diria eu que se tornou uma marca regional tradicional , como Sport , Bahia , Coritiba , Atlético PR , Santa Cruz , Náutico e Vitória.

  19. Discordo do Aécio, o atlético mineiro tem 1 brasileiro porem fomos roubados na final do brasileiro de 80 e da libertadores de 81, ambas para o flamengo, duas conmebol (atual sulamericana) e só disputou 1 vez a série sendo campeão na unica participação, já o sport ganhou 1 brasileiro (contra o guarani parecia mais uma serie b) e 1 copa do brasil ,só que perdi as contas das vezes que o sport disputou serie b (como atualmente) assim como perdi as contas das vezes que vi o atletico mg nas semifinais e finais do brasileiro.

  20. Cássio e Fred.

    Essa discussão é muito interessante e vai em vários ângulos. Estava querendo publicar um texto com essa reflexão. Que critérios podem determinar se um clube pode ser chamado de GRANDE ou não? Na minha avaliação, é correto demais pensar que o Futebol, sim, é dinâmico em vários aspectos. Pensando nisso, ao contrário do que é argumentado acima, penso que GRANDE pode ser considerado clube que possui três pré-requisitos: títulos, torcida e patrimônio. Aí você o Nordeste, por exemplo, e pouquíssimo se encaixam nesse pré-requisito. Seriam eles Bahia, Sport, Vitória, Santa Cruz e Náutico? por que Ceará com sua imensa torcida não entra? porque apesar de centenário nem estádio próprio possui. E o Flamengo? torcida e títulos se sobressaem e o patrimônio? apesar de centenário e com a maior torcida do País, não tem estádio. Mas com os outros critérios fortes ainda se mantém com esse status. Se formos falar de título e participação em elite, aí é que o Nordeste ficar restrito aos cinco clubes que falei, e só. E não vejo como sair muito, daqui pra frente, desses dois estados nordestinos. O Atlético Mineiro, por exemplo, está dentro dessa ‘casta’, mas a única diferença para o Sport, por exemplo, é um título internacional, a Conmebol. Pano pra manga…parabéns pelo artigo.

  21. Concordo com o texto, Botafogo e Atlético estão mais próximos desses intermediários, só coloco eles na frente, por estarem sempre na elite, enquanto os outros têm dificuldade para se estabelecer na primeira divisão, o Atlético têm uma grande estrutura, também, se ganhar a Libertadores, se juntará aos 10 maiores.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.

*