Mais uma prova de força da Justiça Comum, agora respingando no Santa

Série C, quartas de final (cancelado): Mogim Mirim x Santa Cruz. Crédito: Jamil Gomes/Assessoria/Santa Cruz

Inicialmente, o Santa Cruz jogaria a primeira partida das quartas de final da Série C na tarde do último sábado, em Minas Gerais.

Na Arena do Jacaré, enfrentaria o Betim, no duelo 1º do A x 4º do B.

No entanto, voltou à tona a confusão sobre a punição ao Betim, com a perda de seis pontos por causa da falta de pagamento numa transferência internacional, dando início a uma batalha judicial.

Não na esfera desportiva, mas na Justiça Comum, fato que costuma travar os campeonatos no país, ao se sobrepor sempre ao STJD, como o Gama em 2000 e o Treze em 2012 (relembre aqui).

Nesse buruçu, a CBF acabou remarcando o jogo de ida para o interior de São Paulo, contra o Mogi Mirim, que de 5º colocado foi alçado ao G4 do grupo B.

O Santa Cruz, então, resolveu seguir a agenda da CBF, claro.

Viajou no sábado para São Paulo, treinou no domingo em Mogi Guaçu, a oito quilômetros do palco da partida, e nesta segunda-feira se dirigiu ao estádio.

Com tanta indefinição, era de se esperar as arquibancadas vazias em Mogi.

Todo o planejamento havia sido seguido à risca, com os times presentes, além de arbitragem e policiamento. Até mesmo uma equipe de tevê para a transmissão ao vivo para todo o país.

O contragolpe jurídico do Betim, exigindo o cancelamento da partida, saiu à tarde, com uma multia diária de R$ 10 mil em caso de descumprimento.

Ciente de que essa confusão vai longe, a direção de competições da CBF se reuniu no Rio. Bancaria a multa para viabilizar a realização do jogo?

A resposta saiu às 17h10… Faltando apenas 50 minutos para o apito inicial!

Partida cancelada, confirmada num ofício da CBF.

Apesar da melhor campanha, o Santa Cruz segue comendo o pão que o diabo amassou no porão do futebol nacional, cuja organização há tempos é precária.

Independentemente de quem esteja com a razão neste imbróglio, Betim ou Mogi, o Tricolor precisa urgentemente deixar essa divisão e se integrar ao futebol com a estrutura mais organizada e menos suscetível à bagunça nos tribunais, a partir da Série B. Sem jogos fantasmas…

Todas as (duras) lições já foram compreendidas.

Aplicativo relata "jogo" entre Mogi Mirim e Santa Cruz, pelas quartas de final da Série C 2013. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

2,5 milhões de hinchas na torcida por um lugar no Brasil

Média de público da Eliminatória sul-americana para a Copa do Mundo de 2014. Crédito: facebook.com/CopaSudamericanaConmebol

A eliminatória sul-americana para o Mundial no Brasil, que contou com nove países, atraiu um número enorme de torcedores nos dois anos de disputa.

Entre 2011 e 2013, nada menos de 2.529.569 torcedores, ou “hinchas”, como se fala nos países vizinhos, foram aos 72 jogos. A média de público foi na casa dos 35 mil, com quatro países acima de 40 mil pessoas por apresentação.

Por isso e pela proximidade, argentinos, colombianos, chilenos, equatorianos e, provavelmente, uruguaios deverão marcar forte presença por aqui em 2014…