O peso relegado de um importante torneio sul-americano

Copa Sul-americana 2013, oitavas de final. Crédito: www.facebook.com/CopaSudamericanaConmebol

Por Fred Figueiroa*

Em toda a sua a história, o Sport Club do Recife disputou apenas três competições internacionais. Duas Libertadores: Em 1988 e, 21 anos depois, em 2009. Momentos especiais, guardados na memória afetiva dos torcedores e tratados com orgulho pelo próprio clube. Agora em 2013, o Leão disputa a sua primeira Sul-Americana e, nesta quarta – em sua estreia como mandante na Arena Pernambuco – terá a chance de se classificar às quartas de final do torneio. Se conseguir, será a melhor campanha internacional da história do clube. A classificação é difícil, claro.

A derrota por 2 a 0 para o Libertad em Assunção deixa o oscilante time rubro-negro com a missão de repetir o placar para ir aos pênaltis ou vencer por três gols de diferença. Porém, uma das certezas do primeiro jogo foi a limitação técnica do adversário. O placar foi construído em dois escanteios e ambos gerados por erros individuais dos laterais. Em uma noite inspirada – e o Sport já viveu algumas este ano – a reversão do quadro seria plenamente possível.

Porém, a decisão da comissão técnica foi poupar quase todo o time titular para a partida, esvaziando a motivação para a Sul-Americana, contrariando a linha da comunicação do clube, golpeando moralmente a torcida e – consequentemente – aumentando a pressão em cima do elenco para a reta final da Série B. O acesso é tratado internamente como prioridade e existe um diagnóstico do alto desgaste físico de grande parte dos jogadores. Natural. E, a partir desta visão – que não é unânime – até seria aceitável que Geninho poupasse alguns atletas em uma condição de maior risco. Mas oito (talvez nove!)? E até o goleiro?

Fica claro que uma escolha está sendo feita. E o que talvez seja ainda mais frustrante é que sequer há um discurso prometendo dedicação total dos que forem a campo. Pelo contrário. O tom é sempre de esvaziar qualquer expectativa. Contraditório às ações de comunicação e marketing.  As redes sociais do clube há dias vêm promovendo e instigando os torcedores para a partida na Arena, enquanto o marketing usou a partida de ida para o lançamento da revista oficial do clube, com 50% do conteúdo em espanhol. E, de repente, a Sul-Americana não vale o sacrifício dos jogadores ou sequer um discurso motivacional para manter ao menos a chama acesa entre os torcedores?

Ao adotar esta postura, Geninho e a diretoria de futebol devem ter a consciência que a escolha traz com ela um altíssimo risco moral. Qualquer resultado que não seja uma vitória sobre o fraquíssimo ASA no sábado resultará em uma crise impossível de contornar. Os próprios jogadores poupados terão sobre eles uma pressão imensa.

É importante ressaltar que esta decisão de ir com 90% do time reserva contra o Libertad é uma consequência do fracasso no planejamento e no desempenho desta Série B. Com o investimento que fez, o Sport tinha a obrigação de estar, no mínimo, com a pontuação da Chapecoense. Se a condição fosse essa certamente veríamos uma equipe jogando 100% na Sul-Americana.

* Fred é o colunista de esportes do Diario de Pernambuco

5 Replies to “O peso relegado de um importante torneio sul-americano”

  1. SPORT A MAIOR TORCIDA DO BRASIL,O TRI-NACIONAL E NOSSO E DE PERNAMBUCO TAMBEM. ORGULHO DE SER RUBRO-NEGRO. SALVE O IMMORTAL DOS SPARTANOS…..UNICO DO NORTE\NORDESTE REPRESENTANTE OFICIAL DE PE.

  2. Geninho ja esta ficando gagá, ou ta ganhando tôco de empresário pra botar jogador no time, tendo bons jogadores na base e contratados mas insiste em retranca cheio de joinhas no time, era melhor ter ficado Martelotti

  3. Cada vez mais me convenço que a estratégia de Bivar/Dubeux é a de desmobilizar, afastar a torcida do clube, sucateá-lo e criar o “ambiente ideal” para implantar essa falácia chamada Arena.

    Desprezar uma competição que pode dar vaga em QUATRO torneios internacionais (Libertadores, Recopa Sul-Americana, Copa Suruga e a própria Sulamericana do ano seguinte) não parece exatamente falta de planejamento, mas um ato pensado, com a conivência de um treinador que parece (repetindo, PARECE) ser um pau-mandado de dirigentes e empresários.

    O Sport Club do Recife dos dias atuais é uma estrutura viciada e carcomida por dirigentes retrógados e aproveitadores.

    É triste.

  4. Concordo que pelo gasto que teve era para está numa situação mais confortável na serie B…mas é preciso saber que não foi feito nenhum planejamento para a copa sul americana..e pela situação devemos priorizar sim a Serie B….SEM NENHUMA DÚVIDAS!!

  5. É nisso que dá colocar um time qualquer de Série B para disputar uma competição internacional. Só vai para passar vergonha…

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