Dez voltas olímpicas nacionais nos estádios pernambucanos

Voltas olímpicas nacionais em Pernambuco: Coritiba (Série B 2007), Santa Cruz (Série C 2013), Grêmio (Série B 2005), Sport (Copa do Brasil 2008), Palmeiras (Série B 2003) e Tupi (Série D 2011)

O Santa Cruz celebrou a merecida conquista da terceira divisão nacional diante do seu povão, no estádio do Arruda. A festa foi emblemática para o futebol pernambucano, pois foi a 10ª vez em que um campeonato nacional foi decidido em um palco local.

Curiosamente, todos as competições oficiais organizadas pela CBF já foram decididas no estado, com as séries A, B, C e D e a Copa do Brasil.

Em mais de três décadas de história foram quatro decisões desse porte no Arruda, três na Ilha do Retiro, duas nos Aflitos e uma no interior, no Gigante do Agreste, em Garanhuns. Na ocasião, o mando era do Sport.

Nessa estatística são seis finais clássicas, três quadrangulares e uma volta olímpica na era dos pontos corridos. Ao todo, quatro troféus terminaram com os clubes recifenses. Eis a lista completa.

1981 – Arruda – Olaria, Série C (Santa Amaro 1 x 0 Olaria, 01/05)
1987 – Ilha do Retiro – Sport, Série A (Sport 1 x 0 Guarani, 07/02/88)
1990 – Ilha do Retiro – Sport, Série B (Sport 0 x 0 Atlético-PR, 16/12)
1999 – Aflitos – Fluminense, Série C (Náutico 1 x 2 Fluminense, 23/12)
2003 – Gigante do Agreste – Palmeiras, Série B (Sport 1 x 2 Palmeiras, 22/11)
2005 – Aflitos – Grêmio, Série B – (Náutico 0 x 1 Grêmio, 26/11)
2007 – Arruda – Coritiba, Série B – Santa Cruz 2 x 3 Coritiba, 24/11)
2008 – Ilha do Retiro – Sport, Copa do Brasil (Sport 2 x 0 Corinthians, 11/06)
2011 – Arruda – Tupi, Série D (Santa Cruz 0 x 2 Tupi, 20/11)
2013 – Arruda – Santa Cruz, Série C (Santa Cruz 2 x 1 Sampaio Corrêa, 01/12)

A estrela de bronze é do Santa Cruz

Série C 2013, final: Santa Cruz 2 x 1 Sampaio Corrêa. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

Antes tarde do que nunca, o gostinho da glória nacional para o quase centenário Santa Cruz. Nessa longa história de paixão, o Tricolor passou perto de conquistas assim em algumas oportunidades. Precisou ter paciência para enfim comemorar…

Na maior das chances, no timaço de 1975, sofreu um gol do Cruzeiro no último minuto no Arruda, em plena semifinal do Brasileirão. Na decisão, teria disputado o título em apenas um jogo contra o Inter, também no Mundão.

Aquela geração de craques, com Givanildo Oliveira e Fumanchu, entre outros, ficou na memória da imensa torcida. Desde então, lampejos pela taça nacional em divisões menores, mas (quase) sempre com o gostinho de quase.

Em 1999, na Série B, os meninos corais de Nereu Pinheiro ficaram no empate sem gols no abarrotado Serra Dourada. O título, é verdade, nem fez falta, pois a comemoração, junto ao Goiás, foi suprema naquela tarde, com o surpreendente retorno à elite.

Seis anos depois, novamente na segundona, o time teve a maior pontuação da competição. Chegou a erguer a taça por quinze minutos no Mundão. Só não contava com o desfecho sobrenatural do quadrangular final, com um gol próximo dali, nos Aflitos.

Série C 2013, final: Santa Cruz 2x1 Sampaio Corrêa. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

Veio a já conhecida derrocada, até o fundo do poço. Troféu à parte, a torcida era para deixar a situação abissal. O ano de 2011 marcou o início do ressurgimento do clube coral. Entretanto, com outro vice-campeonato, na última divisão, a quarta.

Agora, dois anos depois, na campanha que recolocou o Santa Cruz no futebol propriamente dito – desportiva e economicamente falando -, uma jornada cheia de mudanças, no comando técnico e na composição ofensiva, além dos imbróglios jurídicos da organização.

E assim o time das multidões encerra o ano com o seu primeiro troféu nacional, tornando-se o 7º nordestino campeão brasileiro. Ao tricampeão pernambucano faltava mesmo esse passo em sua galeria.

Das incertezas de Sandro, flertando até com a zona de rebaixamento, às convicções de Vica, sacudindo o elenco, o passo foi dado. Com total merecimento, o clube mais tradicional na terceirona cresceu na reta final.

Na decisão, com 33 mil torcedores num domingo chuvoso, diante do Sampaio Corrêa, já com três títulos nacionais em sua galeria, o Santa se impôs e venceu por 2 x 1, com gols de Dedé e do estrelado Flávio Caça-Rato.

A vistosa taça prateada será a lembrança da primeira conquista nacional. E a recordação eterna para nunca mais precisar disputá-la…

Novos troféus, só nas divisões acima.

Série C 2013, final: Santa Cruz x Sampaio Corrêa. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press