Ranking da CBF com ordem em 2013 na Aflitos, Ilha do Retiro e Arruda

Ranking Oficial da CBF de 2013

A Confederação Brasileira de Futebol divulgou a nova atualização de seu ranking oficial de clubes, apresentado uma vez a cada ano, sempre em dezembro.

Esta é a segunda versão do formato, contemplando os últimos cinco anos, com pesos diferentes, com vantagem para os mais recentes. Veja o sistema aqui.

O Náutico, apesar do rebaixamento, se beneficiou da pontuação conferida aos vinte participantes da elite nacional e agora é o clube pernambucano com a melhor posição na lista, pela primeira vez na sua história.

O Timbu subiu ao 21º lugar, uma posição acima do ranking passado. Com 7.557 pontos, abriu 817 de vantagem sobre o rival o Sport. O Leão, apesar do acesso na segunda divisão, despencou cinco colocações, agora em 24º, com 6.740.

Campeão da Série C, o Santa ganhou só três lugares, uma vez que a pontuação da terceirona é baixa. Soma 3.091, menos da metade dos rivais. O cenário coral deverá mudar em 2014, com a provável subida de várias posições, na Série B.

Outros pernambucanos na lista: Salgueiro (47º, 2.874 pts), Central (94º, 564 pts), Ypiranga (107º, 459 pts), Petrolina (158º, 204 pts), Porto (182º, 153 pts).

Confira a lista completa da CBF, com 221 equipes, clicando aqui.

Relembre o ranking de 2012.

A volta dos públicos fantasmas no Campeonato Pernambucano

Pernambucano 2014, em 08/12/2013: América 2X2 Serra Talhada. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

Uma velha prática se mantém no Campeonato Pernambucano.

A centésima edição do Estadual, em 2014, começou de forma pouco usual ainda nesta temporada, mas apenas com os nove clubes intermediários.

Após duas rodadas, o público registrado é excelente. Em tese.

As oito partidas tiveram 48.057 pessoas, segundo o borderô oficial. A média ficou em 6.007 torcedores, superior inclusive à competição de 2013, cujo dado foi de 5.448 presentes, incluindo os clássicos e as finais.

Como ocorre há tempos, o número vem sendo turbinado pela campanha promocional do governo do estado, o Todos com a Nota.

Já foram trocados 45.500 ingressos subsidiados, o que corresponde a 94,6% de todos os torcedores. Analisando apenas a planilha de dados, trata-se de  algo louvável. No entanto, um rápido olhar também nos jogos, nos estádios, mostra que o dado parece bem longe da realidade, com o uso de forma contestável.

Bons públicos e estádios vazios? A conta não bate.

A explicação vem do sistema de repasse da verba da campanha. Os clubes (e a federação) só precisam informar à organização do TCN – e, consequentemente, à receita – o volume de ingressos trocado por notas fiscais, sem a necessidade de expor todos os torcedores como presentes nas partidas. Se vão 5 ou 5 mil, pouco importa. O repasse será apenas pela troca, de forma legal.

Na capital o sistema já é digital, necessitando de cartões magnéticos exclusivos para a solicitação dos ingressos. Curiosamente, nem todos os jogos de Náutico, Santa Cruz e Sport têm as cargas promocionais esgotadas. Já no interior, com o formato de troca presencial na véspera, na própria bilheteria do estádio, é comum a troca total. Estatisticamente, seria improvável que absolutamente que todas as entradas do TCN colocadas à disposição fossem contabilizadas nos públicos. A FPF explica que os times intermediários têm apoio de empresas locais, cujos funcionários exercem a ação.

Ou seja, um ato dentro de todas as brechas da lei, mas sem que o ingresso seja mesmo usufruído pelo público, na principal função social da campanha.

Pernambucano 2014, em 08/12/2013: Porto 1x1 Central. Imagem: TV Asa Branca/Globo/reprodução

Aqui, então, temos três exemplos de jogos do novo torneio com bons públicos no papel, mas visivelmente aquém dos números à disposição no site da FPF.

No único jogo na região metropolitana, América e Serra Talhada empataram no Ademir Cunha às moscas. Havia gente em apenas um lado da arquibancada, abaixo das cabines de rádio, e ainda assim em número reduzido.

Situação semelhante em Caruaru, também na rodada de abertura, onde houve o maior público, com cerca de oito mil pessoas no clássico entre Porto e Central. A torcida se concentrou em dois setores, nas arquibancadas da Rua Campos Sales e atrás de uma das barras, mas sem qualquer lotação, por mais que a arrecadação tenha apontado 40% ocupação no estádio de 19.478 lugares.

No Carneirão, no duelo entre Chã Grande – com o mando de campo, apesar da localização – e Vitória, as arquibancadas também ficaram bem vazias. Na última aferição de capacidade de público encomendada pela FPF, no início do ano, o estádio Severino Cândido Carneiro foi liberado para receber até 10.911 pessoas. Pelas imagens, o público teria ocupado 46% do espaço. Não, não ocupou. In loco, somente 168 pessoas assistiram ao jogo, conforme o anúncio do sistema de som do estádio, numa nova norma da FPF, mas sem qualquer registro posterior – borderô, site etc. Para não comprometer os dados oficiais, obviamente.

1ª rodada
08/12/13 – Porto 1 x 1 Central – 7.973 pessoas (7 mil do TCN). Fotos e borderô
08/12/13 – América 2 x 2 Serra – 5.123 pessoas (5 mil do TCN). Fotos e borderô
08/12/13 – Salgueiro 3 x 0 Ypiranga – 7.484 pessoas (7 mil do TCN)
08/12/13 – Chã G. 0 x 1 Vitória – 5.062 pessoas (5 mil do TCN). Fotos e borderô

2ª rodada
11/12/13 – Vitória 0 x 0 Salgueiro – 5.087 pessoas (5 mil do TCN)
11/12/13 – Ypiranga 0 x 2 Porto – 4.917 pessoas (4,5 mil do TCN)
11/12/13 – Serra Talhada 1 x 2 Pesqueira – 5.158 pessoas (5 mil do TCN)
11/12/13 – Central 3 x 1 Chã Grande – 7.253 pessoas (7 mil do TCN)

Surpreso com essas informações? Não deveria, pois o blog denunciou a mesma situação no futebol local em 4 de fevereiro deste ano, sendo inclusive a manchete do Diario de Pernambuco no dia seguinte. Relembre aqui.

Na época, o presidente Evandro Carvalho garantiu ter afastado um dos delegados responsáveis pelas partidas e disse que haveria uma maior fiscalização nos estádios, com pessoal e novas catracas (veja aqui).

O tempo passou e o modus operandi, ao que parece, continua em vigor.

Pernambucano 2014, em 08/12/2013: Chã Grande 0x1 Vitória. Imagens: Bruno Freitas/Youtube