A inédita vitória da oposição no Náutico, de movimento à gestão de fato e de direito

Gláuber Vasconcelos (centro), o presidente do Náutico par ao biênio 2014/2015. Foto: Daniel Leal/DP/D.A Press

O planejamento estratégico do Movimento Transparência Alvirrubra vem sendo articulado há pelo menos quatro anos.

Não se trata apenas de unir as correntes alvirrubras, em exercer a política nos bastidores do clube. A proposta do MTA nesse período foi o de construir um modelo de gestão ao Náutico, independentemente de quem ocupasse a presidência, com direito a fóruns abertos ao público, intercâmbio etc.

No entanto, a falta de espaço em Rosa e Silva, fez com que o próprio movimento ensaiasse a implantação de seu modelo através das urnas.

Em 2011, com a chapa encabeçada por Marcílio Sales, na primeira tentativa, angariou 29% dos votos. Com trabalho nas redes sociais, junto aos novos sócios e, aos poucos, com alguns nomes tradicionais do clube, o MTA cresceu.

Nesta nova eleição, num pleito com quatro candidatos, num sinal claro do péssimo ano do futebol timbu – rebaixado à segundona -, o MTA impôs um cenário improvável no Recife, com a vitória da oposição.

Aprovação diante da maior votação da história do clube, com 2.151 eleitores.

Em toda a história, a oposição nunca havia vencido uma eleição no Náutico. Nos rivais, apenas duas eleições terminaram assim, em 1986, com Homero Lacerda no Sport, e em 2006, com Edson Nogueira no Santa Cruz.

Festa da vitória na eleição do MTA para o biênio 2014-2015. Foto: Daniel Leal/DP/D.A Press

Agora é a vez de Glauber Vasconcelos, engenheiro eletricista, 53 anos. Teve 73% dos votos.

Durante as semanas que antecederam à votação, adversários de renome chegaram a comparar a sua candidatura ao Unináutico, chapa de Márcio Borba em 1996.

A comparação àquela confusa gestão, que durou apenas um ano, não cabe de forma alguma. Apesar do tom oposicionista na época, Borba foi eleito num consenso.

Agora não. Agora coube exclusivamente ao sócio timbu optar pela mudança. Em 2014 e 2015, o clube terá o lastro de um plano trabalhado há tempos, com a confiança da torcida.

Novos gestores surgiram, com novos caminhos para o Náutico. A Glauber Vasconcelos, boa sorte no comando do novo novo biênio nos Aflitos.

A sede de títulos e do retorno à elite nacional precisa caminhar com os avanços administrativos. Futebol é assim.

Para isso, o MTA terá enfim acesso às contas do clube, algo que o grupo sempre tentou esclarecer.

Em sua proposta, aliás, há a promessa de divulgar de forma regular as contas do clube.

Fazendo justiça à alcunha de “Transparência Alvirrubra”.

Não é mais um movimento. E, sim, uma gestão.

Gláuber Vasconcelos (centro), o presidente do Náutico par ao biênio 2014/2015. Foto: José Neto/MTA/Twitter

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