16 milhões de apostas recifenses em 6 anos da Timemania

Apostas acumuladas na Timemania em 2013. Crédito: Timemania

Encerrada a sexta temporada da Timemania, os clubes pernambucanos cadastrados na loteria federal registraram mais de quatro milhões de apostas. Pela segunda vez, os três maiores times do estado ultrapassam a barreira de um milhão de apostas cada um. No entanto, houve uma redução de 2,81% em relação aos dados ao ano passado.

Pelo terceiro ano consecutivo, o Santa Cruz foi o líder de apostas em Pernambuco. Desta vez, foi o único que aumentou o seu volume de apostas na torcida. Com isso, no acumulado nos seis anos de existência da loteria, os corais passaram à frente dos leoninos, 5,9 mi x 5,7 mi.

Ao todo, foram 16 milhões de apostas de alvirrubros, tricolores e rubro-negros. Apesar do montante, os clubes não deverão ter uma grande margem de lucro. Do faturamento absoluto da loteria – cujo montante ainda não atingiu o imaginado pelos organizadores -, 22% é repassado para os 80 clubes inscritos, em uma verba destinada para abater dívidas com o poder público.

Do dinheiro destinado aos times brasileiros 65% vai para os vinte primeiros lugares do ranking de apostas. Os demais dividem 35%. Pela colocação dos recifenses, bem abaixo do G20, nota-se que a fatia da última temporada foi modesta. Até hoje, apenas o Sport, em 2008, conseguiu ficar no G20.

Entre os vinte primeiros lugares de 2013 estão clubes como Fortaleza, Goiás e ABC. O time nordestino com mais apostas foi o Bahia, 13º colocado, com 2,4 milhões. Ainda assim, o tricolor de Salvador teve 139 mil apostas a menos.

Número de apostas na loteria federal Timemania de Náutico, Santa Cruz e Sport, de 2008 a 2013

Imaginando os cenários do Brasileirão de 2014, no embalo do Caso Héverton

Tribunal

O Campeonato Brasileiro de 2013 ainda não acabou e nem há prazo para isso.

O julgamento da Portugusa no STJD, incluindo o recurso no Pleno, terminou, conforme esperado por todos, na Justiça Comum.

Um torcedor entrou na Justiça no primeiro dia útil de 2014 para exigir a permanência da Lusa na primeira divisão.

O clube do Canindé perdeu quatro pontos por causa da escalação irregular do meia Héverton na última rodada, na qual alega não ter sido informado como preza o Estatuto do Torcedor – com documentos públicos na CBF. Na esfera desportiva, foi considerado o CBJD, sem a necessidade de tal divulgação.

Não é uma situação simples. Tampouco, deve ficar apenas na classificação final do Brasileirão vencido pelo Cruzeiro.

É simplesmente impossível não lembrar da Copa João Havelange, realizada em 2000 para substituir o Brasileirão, uma vez que a CBF estava impedida pela Justiça (!!!) de organizar a Série A.

Imbatível na Justiça Comum, o Gama, que lutava para ficar na elite após outro julgamento controverso no STJD, conseguiu ingressar na Copa JH, que acabou tendo mais de 100 equipes.

Naquele mesmo ano a Confederação Brasileira de Futebol chancelou a disputa como o Campeonato Brasileiro daquele ano – cujo vencedor foi o Vasco.

Voltando ao presente, uma provável vitória da Lusa nos tribunais – até porque, depois do Gama, o Treze também mostrou que o caminho era, sim, possível – coloca a CBF mais uma vez numa sinuca de bico.

Seguir a decisão da justiça desportiva (Flu) ou da justiça comum (Lusa)?

O passado mostra que a entidade costuma ficar bem em cima do muro. Em 2000, o Gama jogou ao lado de Botafogo e Juventude, ambos rebaixados no ano anterior. Mais recentemente, a Série C viu um “empate” na disputa entre Treze e Rio Branco, deixando a competição com 21 participantes.

Ou seja, deveremos ter 21 clubes no Nacional no ano do Mundial no país?

As teorias já começam a surgir, com “informações de bastidores na CBF”.

Em uma das mais difundidas, existiria até a motivação da eleição presidencial da entidade no primeiro semestre, com os quatro times que descenderam à segundona permanecendo. Isso resultaria em mais quatro votos no pleito, que considera apenas os times da elite e as federações estaduais.

Com 24 clubes, o campeonato mudaria de formato, deixando os pontos corridos, com 38 rodadas, para dois grupos de 12, ida e volta, seguidos de mata-mata, com quartas de final, semifinal e final, totalizando 28 datas.

Tal modificação afetaria inclusive a milionária distribuição de cotas – incluindo mais equipes, obviamente, e a quantidade de jogos televisionados.

Por qual motivo, imaginando o possível cenário através das liminares a caminho, Icasa, Joinville, Ceará e Paraná, colocados entre 5º e 8º da Série B, não poderiam disputar a elite em 2014?

No papel, não há nada que os coloque um degrau acima na casta do futebol brasileiro, assim como também não existe algo que mantenha Vasco (18º), Ponte Preta (19º) e Náutico (20º).

Ao mesmo tempo, esses oito clubes precisariam reformular toda a preparação (montagem do elenco) na temporada em caso de reviravolta. Desde já, é preciso ficar de sobreaviso. Só “comemorar” a vaga não adiantaria.

Sobre o Brasileirão, levando em conta um aumento na quantidade de agremiações (21, 24, 28, 100 etc), a manuntenção do rebaixamento na edição estaria seriamente ameaçado. Além da composição da segunda divisão, consequentemente esvaziada.

Ao menos em 2014, qualquer clube na zona de rebaixamento na elite – sabe-se lá o tamanho dessa zona, com o perdão da palavra – poderia protestar.

Não por acaso, o módulo principal em 2000, com 25 clubes, não teve descenso, voltando o sistema apenas em 2001.

Além da questão esportiva, há a consequência periférica, como a articulação para a criação uma liga nacional – que pode ser uma organização para conduzir melhor os times ou um nicho fechado, mudando de vez a estrutura.

Na opinião do blog, o campeonato de 2014 será realizado, independentemente do formato, podendo figurar como uma edição especial e oficial.

Quantidade de participantes, sistema de rebaixamento, regulamento distinto…

Tudo bem diferente do que acompanhamos desde 2003, quando o futebol nacional foi reformulado, instituindo os pontos corridos.

A visão do texto até aqui, reconheço, é um tanto apocalíptica…

Claro, há a possibilidade de que a Série A seja mantida com 20 times, bancando Lusa ou Flu. Porém, a história do esporte mais popular no país mostra que a resolução nunca é simples. A celeridade passa longe.

A decisão nunca termina em apenas um ano de mudanças… 2015 vem aí.

Na sua opinião, qual deve ser o desfecho do caso para o Brasileirão de 2014?

O primeiro recorde esportivo do ano, com uma multidão na neve

105 mil pessoas no jogo de hóquei no gelo nos Estados Unidos. Foto: Andrew Weber/USA Today/Twitter

O primeiro dia do ano já começou com recorde no esporte. Nada menos que o maior público da história de uma partida de hóquei sobre o gelo.

A modalidade é geralmente disputado em ginásios. No entanto, a NHL abriu uma exceção anual. O jogo entre Detroit Red Wings e Toronto Maple Leafs foi levado para um enorme estádio em Michigan.

O palco, usado para o futebol americano, foi adaptado, naturalmente.

Numa tarde com bastante neve e temperatura de -10ºC, o “Winter Classic” foi assistido por 105.491 pessoas. Todas elas sentadas, sem divisão de torcida.

Mais difícil que suportar o frio foi ver o puck, o disco preto usado nas partidas.

E olhe que saíram cinco gols, com vitória do Toronto por 3 x 2…

O ano da Copa do Mundo no Brasil

Joseph Blatter confirma o Brasil como país-sede da Copa do Mundo de 2014, em 30 de outubro de 2007. Foto: Fifa/divulgação

O pentacampeonato mundial da Seleção Brasileira, com Ronaldo e Rivaldo, ainda não havia completado sequer um ano quando foi anunciado, em 3 de junho de 2003, o interesse do país em organizar novamente a Copa do Mundo. No caso, a edição de 2014. O caminho seria longo até a realização do antigo desejo, quase inacreditável naquela época. A concorrência era acirradíssima, com potências econômicas já dotadas de infraestrutura de qualidade.

Entretanto, ajudou e muito o rodízio implantado pela Fifa – e hoje extinto – com os continentes a cada torneio. Cumprindo o regulamento, 2010 iria para a África, de forma inédita, e 2014 voltaria para a América do Sul, fora da rota desde 1978. Candidato único, após intensa articulação política, o Brasil foi confirmado como país-sede em 30 de outubro de 2007, num envelope aberto por Joseph Blatter em Zurique, sede da entidade.

Desde então, uma árdua sequência com a escolha das cidades – de 18 candidatas para 12 subsedes -, burocracia para o início das obras dos novos estádios (“arenas”) e das intervenções na mobilidade urbana, atraso nas construções, superfaturamento, aditivos, paralisações, evento-teste com a Copa das Confederações, manifestações tomando as ruas, pressão externa e interna… E expectativa. Estamos, enfim, no ano da Copa, a 162 dias do pontapé inicial no Itaquerão, em São Paulo, no dia 12 de junho. Diante de 65 mil pessoas – todos os ingressos para a partida ja foram vendidos -, o Brasil de Neymar, Fred e Felipão enfrentará a Croácia em busca do hexa.

Além da volta da hegemonia do futebol, que também daria fim ao fantasma do Maracanazo de 1950, o Brasil quer usar o Mundial para dar o grande salto econômico no ano. Um estudo encomendado pelo Ministério do Esporte prevê um impacto econômico de R$ 183 bilhões, resultado da soma dos recursos investidos e gerados no país antes e durante a competição, de forma direta ou indireta, incluindo aí 710 mil novos empregos.

O custo para essa projeção pra lá de otimista não foi baixo. Aliás, ainda nem parou de crescer. Inicialmente, a previsão de investimentos em infraestrutura no Brasil era de R$ 23 bilhões, já elevado. Agora, o preço da competição já passou dos R$ 64 bilhões. É mais que a soma das últimas três Copas.

A pressa para deixar tudo pronto – ou quase tudo, pois algumas obras da Matriz de Responsabilidades foram abortadas por falta de tempo – visa a recepção de todo o público que irá curtir os 64 jogos agendados, sendo cinco deles na Arena Pernambuco, pronta e já em plena operação em São Lourenço da Mata, tirando do antigo terreno o visual bucólico. Estima-se 3,1 milhões de turistas nacionais e 600 mil estrangeiros circulando em todo o país durante o maior evento esporivo já realizado no continente, incluindo jogos, shows nas fan fests, turismo etc.

A corrida pelos três milhões de bilhetes da Copa já começou, com seguidas fases de venda online. Já foram adquiridos 890 mil. Até a abertura, a venda deverá ser recorde, tamanha a procura, com seis milhões de solicitações de mais de cem países. A festa está programada, faltando pouquíssimo tempo para o Brasil receber bem o mundo. Aquele pequeno envolope aberto de sete anos atrás ganhou forma, transformou-se em responsabilidade. A Copa será aqui e, definitivamente, o brasileiro fará parte da festa. Todos juntos num só ritmo.

Maracanã na Copa das Confederações. Foto: Fifa