Túlio, o terceiro brasileiro eternizado com 1.000 gols. Fora a conta de Friedenreich

Comemoração do milésimo gol... Túlio(2014), Pelé (1969) e Romário (2007)

Uma verdadeira saga em quase de três décadas. O que parecia objetivo tornou-se puro folclore. Três vezes artilheiro do Campeonato Brasileiro, o atacante Túlio Maravilha chegou ao auge em 1995, vestindo a camisa do Botafogo. Então com 26 anos, o centroavante foi artilheiro e campeão nacional pelo Fogão.

A partir disso, estipulou o gol 1.000 como o oásis. Ao perambular em todos os cantos do país para repetir os feitos de Pelé (1969) e Romário (2007), o jogador caiu em descrédito, inclusive a sua conta. Assim, considerando seus dados em mais de trinta equipes, Túlio chegou ao 1.000º gol de sua carreira, neste sábado.

O Rei chegou ao milésimo aos 29 anos, enquanto o Baixinho marcou, contra o Sport de Magrão, aos 41. Ambos de pênalti. Túlio esperou até os 44 anos. Curiosamente, na estreia pelo Araxá, na segunda divisão mineira, ele também balançou as redes em uma penalidade. E repetiu o famoso gesto do Pacaembu.

“A saga do milésimo termina aqui. Missão cumprida no futebol.”

Antes dos três, houve um outro certo gol 1.000. O atacante paulistano Arthur Friedenreich chegou a ter 1.329 tentos reconhecidos pela Fifa, entre 1909 e 1935, dos 17 aos 43 anos. Uma estatística acima até mesmo de Pelé. Contudo, uma recontagem nos jornais O Estado de S. Paulo e Correio Paulistano, através do escritor Alexandre da Costa, reconduziu o número para 554.

Será que uma recontagem também atingiria as estatísticas de Romário e Túlio?

Independentemente desta polêmica, relembre os gols históricos…

08/02/2014 – Araxá 2 x 1 Mamoré (Túlio)

20/05/2007 – Vasco 3 x 1 Sport (Romário)

19/11/1969 – Vasco 1 x 2 Santos (Pelé)

Arena à espera da estreia do Santa Cruz

Site oficial da Arena Pernambuco anunciando o clássico entre Náutico x Santa Cruz, pelo Estadual 2014. Crédito: reprodução

Com um ano de operação, a Arena Pernambuco ainda vem sendo pouco utilizada pelos grandes clubes. Na prática, só tem o Náutico. O Sport mandou lá duas vezes, atuando outras duas como visitante. Já o Santa segue distante do palco do Mundial. Não por acaso, o consórcio parece contar as horas para o primeiro flerte.

Concebida em uma parceria público-privada (PPP), com duração de trinta anos, o consórcio vem enfrentando dificuldades para conseguir clientes e, claro, na operação – em 2013 a arrecadação em 22 jogos foi de R$ 7,4 milhões, abaixo da projeção, com uma taxa de ocupação de apenas 26,9%, ou 12.477 torcedores.

Dos três grandes clubes do Recife – ao contrário do que o governo do estado “prometeu” no projeto -, apenas um assinou. Ainda assim, a parceria com o Timbu segue nebulosa, com muitas queixas dos alvirrubros em relação à administração.

O Leão deverá assinar um contrato em breve. Contudo, em vez de três décadas, como o rival, o acordo seria de cinco anos, o tempo de construção de sua arena. Falta, portanto, o Tricolor. Irredutível e com o respaldo do conselho deliberativo.

Apertando o cerco, o governo do estado condicionou o Todos com a Nota à presença em pelo menos dois jogos como mandante no estádio em São Lourenço. Os corais bateram o pé e saíram do programa subsidiado.

Independentemente da costura de um acordo para alguns jogos como mandante, deixando o Arruda temporariamente de lado, o Santa já tem data para a “estreia”.

Em 23 de março, a Arena Pernambuco receberá o Clássico das Emoções, já contando inclusive com esquema de divulgação na capa do site oficial.

O mando será do Náutico, mas como o regulamento do Estadual reserva uma carga de 20% aos visitantes nos clássicos, os tricolores terão 9.242 ingressos à disposição. Essa degustação deverá exigir bastante dos gestores do estádio…

A primeira impressão é a que fica?

Boneco gigante de Caça-Rato no buruçu do carnaval

Boneco gigante de Flávio Caça-Rato. Crédito: twitter.com/hugofariasv e facebook.com/ibismania

A popularidade Caça-Rato é cada vez maior.

Pelo nome absurdamente incomum, pelo visual e pelo jeito descontraído, com a cara do povo, Flávio vai ultrapassando todas as fronteiras do futebol.

Já virou garoto propaganda de álbum de figurinhas.

Já foi o personagem de uma matéria no conceituado jornal inglês The Guardian.

Agora será no meio do buruçu mesmo, em uma homenagem ao atacante. Em pleno carnaval, teremos um boneco gigante do CR7 do Santa Cruz.

Subindo as ladeiras de Olinda. Depois, claro, “discai”.

Ao lado de Caça-Rato, os bonecos de Sócrates, Zico e Ronaldinho Gaúcho…

As manchetes negativas do futebol pernambucano vão se acumulando

Capas do Diario de Pernambuco e do Superesportes do dia 8 de fevereiro de 2014

As capas do Diario de Pernambucano e do caderno Superesportes deste sábado estampam em suas manchetes a absurda falta de uma tabela para o hexagonal do Campeonato Pernambucano, a um mísero dia para a primeira rodada.

Em uma resolução maior, confira as capas do Diario e do Superesportes.

Com essas capas em um dos principais jornais da região, o volume de notícias negativas sobre o futebol local vai aumentando na temporada, algo fora do normal.

Considerando o inicio do campeonato estadual de 2014, ainda no fim do ano passado, o Diario já trouxe em sua manchete a denúncia sobre os públicos fantasmas na competição, em 14 de dezembro, e a violência no primeiro jogo oficial do ano do Sport, no Nordestão, em 20 de janeiro.

Em todos os casos, as notícias negativas foram geradas por falhas gritantes na organização, longe de qualquer “agenda negativa”, a resposta vazia e costumeira.

Temas: borderô, tabela e segurança. Algo básico, mas, ao que parece, não é a grande preocupação dos gestores do nosso futebol…

Capas do Diario de Pernambuco de 14/12/2013 e 20/01/2014

Dois anos na elite nacional e um trágico balanço financeiro no Náutico

Glauber Vasconcelos, presidente do Náutico em 2014, revela o balanço da gestã 2012/2013. Foto: Brenno Costa/DP/D.A Press

O Náutico disputou a Série A do futebol brasileiro em 2012 e 2013. No primeiro ano, uma boa campanha, com o 12º lugar e a vaga na Copa Sul-Americana. Na segunda temporada, a última colocação, com o rebaixamento.

No biênio, contudo, o clube teve a maior receita de sua história. Com dados fechados, o orçamento de 2012 foi de R$ 41 milhões, mais que o dobro do ano anterior, quando o Timbu disputou a segundona, com R$ 19,2 milhões.

Mesmo com esse cenário, o clube terminou bem no vermelho…

A gestão de Paulo Wanderley foi encerrada, entrando no lugar Glauber Vasconcelos, eleito representando o Movimento de Transparência Alvirrubra.

Fazendo justiça ao nome, o MTA apresentou um balancete dos últimos dois anos. A prestação final deve ser publicada até março no Diário Oficial do Estado.

Nos dois anos mais robustos do Alvirrubro, um incrível déficit de R$ 14.774.879.

Pendências no futebol profissional, no departamento administrativo, em acordos judiciais e extrajudiciais, luvas de atletas, comissionamentos, parcelamentos fiscais e obrigações fiscais. Para se ter ideia, só com os atletas a dívida é de R$ 4,8 milhões. Bronca é dever R$ 378 mil a empresários de jogadores…

Alguns pontos surpreendem nesse anúncio. Primeiramente, o fato de o déficit oficial de 2012 ter sido de R$ 392.993, o que leva a uma conclusão (rasa?) de que somente em 2013 o rombo foi de R$ 14.381.886!

Ampliando o caos, lembremos dos aportes da Arena Pernambuco, em seu primeiro ano de contrato, e da venda do lateral-esquerdo Douglas Santos, que rendeu cerca de 4 milhões de reais, na maior negociação da história do clube.

Voltando ao presente, em 2014, o Náutico terá uma Série B pela frente, com uma sensível redução nas receitas, sobretudo nas cotas de televisão.

Nota-se que a situação financeira não é das melhores…

Saiba mais sobre os balanços de Náutico, Santa e Sport em 2011 e 2012 aqui.

Uniformes centenários na Ilha do Retiro, nos Aflitos e no Arruda

Agora centenários, Sport, Náutico e Santa Cruz também vestem as mesmas cores há cem anos. Parece óbvio, mas no futebol brasileiro as mudanças nos uniformes, cores ou estampa, é algo bem comum. Dos três clubes, aliás, um chegou a vestir outro padrão. Em seu primeiro ano, a Cobra Coral foi alvinegra. Adotou o vermelho para se diferenciar do Flamengo do Recife.

Nesta postagem, os primeiros jogos e registros fotográficos das equipes, não necessariamente nos dias das partidas pioneiras. Apesar do registro em preto e branco, percebe-se os mesmos design nos padrões oficiais atuais de rubro-negros, alvirrubros e tricolores. Tradição.

22/06/1905  – Sport 2 x 2 English Eleven (Campo do Derby)
Elenco rubro-negro em sua primeira temporada no football.

A primeira formação do Sport, em 1905

15/07/1909  – Náutico 3 x 1 Sport (British Club)
Equipe titular do Timbu registrada no ano seguinte à estreia.

A primeira formação do Náutico, em 1909

08/03/1914 – Santa Cruz 7 x 0 Rio Negro (Campo do Derby)
Equipe em 1917, com o primeiro negro a atuar no estado, Teófilo Batista.

Time do Santa Cruz em 1917