A necessidade de impor uma punição ao racismo no futebol brasileiro

Campanha da CBF contra o racismo. Crédito: twitter.com/cbf_futebol

A cena causa repulsa, indignação.

Ao simplesmente tocar na bola, o volante Tinga, do Cruzeiro, escutava das arquibancadas a mudança no comportamento da torcida.

Em vez de gritos de incentivo e músicas sobre o clube local, escutava-se um som emulando um macaco.

Sem a bola dominada por Tinga, negro e campeoníssimo no futebol, os gritos mudavam rapidamente, voltando ao “alento” tradicional.

Isso ocorreu no Peru, pela Taça Libertadores da América.

Infelizmente, não é um caso isolado. A cena racista – um caso de polícia – já foi repetida inclusive em estádios no Brasil.

No dia seguinte ao episódio, a CBF lançou a campanha “Somos Iguais”. Semelhante ao Respect, adotado pela Uefa.

Somos iguais sim, desde sempre, por mais que a história tenha trilhado um caminho perverso até um século atrás.

No futebol, no entanto, ainda falta algo mais prático para dar fim a isso.

Os episódios se repetem, a indignação toma conta, levanta o debate mais uma vez e, quase sempre, fica por isso mesmo.

Como na sociedade, falta a punição ao racismo. Perda de mando de campo? Perda de pontos na classificação? Suspensão? Multa? Quem sabe até, todas as respostas anteriores.

E pensar que o futebol deveria ter o fair play como ponto de partida…

4 Replies to “A necessidade de impor uma punição ao racismo no futebol brasileiro”

  1. essa campanha é importantíssima, inadmissível nos dias de hoje essas coisas. agora a campanha ta errada neh, o racismo partiu de um outro povo ao Tinga, então deveria ser no mundo todo mundo é igual!

  2. Um verdadeiro absurdo! No entanto é preciso lembrar que o próprio futebol brasileiro em sua constituição, de certa forma, contribui se não para o racismo mas para questões de preconceito. Assim é com o clube dos 13, assim é com o formato do campeonato brasileiro que não tem representantes de todos os estados da federação (então como pode ser campeonato brasileiro), assim é com o formato do campeonato pernambucano que não permite o rebaixamento do trio de ferro.
    Para mim, esses pequenos exemplos são tão graves quanto o absurdo sofrido por Tinga.
    Há de se ampliar nossa percepção sobre o futebol brasileiro para que ele volte a ser o que já foi um dia: um esporte que agregava pessoas e que contribuiu para quebrar barreiras e diminuir as fronteiras pelo mundo.

  3. Muito feio, ainda por cima que os racistas odeiam negros, indios, judeus, amarelos,eslavos,latinos, hindus…e o povo do Peru não se dá conta desse teatro deprimente…

  4. O pior de tudo, Cássio, é um monte de gente (da Imprensa, inclusive) dizendo: “Não, e no Peru há muitos negros e muita miscigenação. Eles não podem fazer isso.” Subliminarmente, dá-se a entender que quem for branco — ariano, mediterrâneo etc. — pode. Um absurdo por cima de outro…

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