Para matar a saudade dos Aflitos

Projeto "Revivendo os Aflitos". Crédito: twitter.com/nauticope

O torcedor alvirrubro terá uma oportunidade única, mesclando nostalgia e competição.

Como a administração da Arena Pernambuco será repassada à Fifa em 21 de maio, visando a organização da Copa do Mundo de 2014, o Náutico terá que mandar um jogo da Série B em sua tradicional casa.

Em partida da 8ª rodada da segundona, seis dias depois, o Timbu abrirá os portões dos Aflitos para receber o Avaí.

Desde que assinou o longo contrato de 30 anos para atuar em São Lourenço, o clube não atuou mais em Rosa e Silva. Curiosamente, neste hiato outros times mandaram seus jogos por lá, o América (Estadual), América-RN (Série B) e Santa Cruz (Copa do Brasil).

Consciente do peso que o velho estádio tem sobre a torcida, a direção vermelha e branca apostou na campanha “Revivendo os Aflitos”. A expectativa é encher o estádio com os saudosistas, com ações de marketing antecedendo ao jogo.

Seleção dividida entre convocações, jogos, minutos em campo e gols

Neymar em ação pela Seleção Brasileira. Foto: Site Oficial da CBF

A CBF divulgou o perfil dos 23 jogadores brasileiros chamados para a Copa do Mundo de 2014, com convocações, partidas, minutos em campo e gols.

Com 30 gols em 47 jogos, Neymar é disparado o artilheiro do elenco. O centroavante Fred, o segundo principal goleador, tem 16 gols pela Canarinha. Em relação aos jogos disputados, o goleiro Júlio César, de 34 anos, faz justiça ao status de “experiente”, com 78 jogos defendendo o Brasil.

Única surpresa na lista de Felipão, o zagueiro Henrique é o atletas com menos apresentações pela Seleção. Apenas quatro.

Eis as fichas do grupo que tentará o hexacampeonato mundial em 2014…

Para conferir o quadro em uma resolução maior, clique aqui.

Perfil dos 23 brasileiros convocados para a Seleção Brasileira a Copa do Mundo de 2014

Comemorar na escada segue proibido e emocionante. Até a CBF esquece da regra

Comemoração de gol e título nas escadinhas das arenas

Tão logo foram disputados os primeiros jogos nas arenas brasileiras do Mundial, surgiram também as novas punições. Os árbitros foram autorizados a mostrar o cartão amarelo para quem subir a escadinha entre o gramado e a arquibancada.

A norma vale no gol ou até mesmo no apito final, após uma vitória ou título. Entre os pernambucaos, registros com o Náutico, no 3 x 0 sobre o Internacional na Arena Pernambuco, e com o Sport, no título nordestino no Castelão.

Por mais que essas comemorações tenham sido emocionantes, inovadoras, a CBF encaminhou logo um ofício, ainda em 2013, proibindo a conduta, tendo como justificativa a “segurança do público e dos jogadores”. A comissão de arbitragem alega que a norma está na regra do jogo, de forma preventiva.

As escadinhas existem como rota de fuga do público em caso de emergência.

Ainda assim, de vez em quando alguém esquece da regra, indo para o abraço na galera. Foi assim no primeiro Fla-Flu do Brasileirão de 2014, na vitória tricolor.

Nada disso é novidade até aqui, diga-se de passagem. No entanto, foi curioso ver que a CBF publicou a foto do abraço como a imagem da rodada em seu site.

Talvez a própria confederação tenha esquecido da regra desta vez.

A um mês da Copa do Mundo, desta vez estamos atrasados até no jeitinho

Logotipos das Copa do Mundo de 1950 e 2014

Falta apenas um mês para a bola voltar a rolar na Copa do Mundo no Brasil, após 64 anos de espera. Em 12 de junho, a Seleção Brasileira fará a sua estreia conta a Croácia, diante de 60 mil torcedores em São Paulo. O fato de o jogo ser na Arena Corinthians é emblemático para a organização do torneio, no pior sentido. Mesmo com o orçamento estourado, chegando a R$ 1,1 bilhão, o estádio ainda não está pronto. A montagem dos vinte mil lugares provisórios segue em andamento, fora o trabalho de acabamento, interno e na cobertura. Não houve sequer um jogo-teste.

No sábado, foi realizada uma festa com ex-jogadores do Timão com 20 mil pessoas presentes. Nada muito diferente do que houve há um ano, na Arena Pernambuco, na partida de operários com sete mil pessoas no anel inferior. A pressa local era enorme para a Copa das Confederações. O apressado plano de mobilidade emperrou no evento-teste da Fifa, e o estádio ainda foi maquiado internamente, para encobrir áreas inacabadas. Voltando ao presente, a situação se estende aos outros cinco palcos programados para este ano. A Arena da Baixada, em Curitiba, quase foi cortada da lista. O estádio do Atlético Paranaense está num estágio ainda mais atrasado que São Paulo, aguardando a chegada de centenas de assentos O mesmo cenário aplicado em Cuiabá.

E assim caminha a “Copa das Copas”, já com um plano de divulgação do governo federal nas redes de televisão e rádio, mostrando um legado que dificilmente veremos durante o Mundial. Ao todo, o país teve 79 meses para se preparar. Faltando um, a situação é temerária na infraestrutura – como foi em 1950, em escala bem menor. Nunca se teve tanto tempo para organizar um torneio, nunca se gastou tanto. O investimento total, de acordo com a última revisão da matriz de responsabilidades, de 2013, é e R$ 25,6 bilhões, sendo R$ 17,6 bi em infraestrutura e R$ 8 bi nos doze estádios. O que faltou?

Competência e compromisso, o que falta em boa parte das grandes obras do país. Na base da burocracia, dos aditivos e da maquiagem, a Copa do Mundo vai sair. Um estudo da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), encomendado pelo Ministério do Turismo, aponta um acréscimo de R$ 30 bilhões no produto interno bruto brasileiro por causa da Copa. A expectativa é de que 3,34 milhões pessoas assistam in loco às 64 partidas, atingindo a carga máxima. Prontas (algumas) e maquiadas (as demais), as arenas receberão festas há muito aguardadas pelos brasileiros, sem dúvida. Até a chegada no estádio, porém, será uma dura missão para cada um, com planos de mobilidade refeitos de última hora, justamente pela falta da estrutura prometida.

Em Pernambuco, a aposta era no sistema BRT (bus rapid transit), uma linha de ônibus expressa, complementar ao metrô já usado no estádio. Infelizmente, das 45 estações projetadas, apenas três (três!) devem ficar prontas em junho. Para melhorar o fluxo, somente torcedores com ingressos terão acesso. Dos 40.605 torcedores previstos em cada um dos cinco jogos na Arena, a expectativa é de que até 25 mil deles cheguem de metrô. O desembarque, porém, deve ser repartido entre as estações do Tip e Cosme e Damião, uma vez que a estação próxima ao estádio não foi construída para uma demanda deste tamanho. Quer exemplo maior sobre a falta de seriedade? Difícil mesmo é achar que tudo isso é culpa da Fifa, num discurso quase padrão.

Bem diferente do que se imaginava em 30 de outubro de 2007, quando o Brasil escolhido como país-sede, o Mundial será feito no jeitinho. E até para isso estamos atrasados. Falta um mês.