O gol do hexacampeonato timbu devidamente registrado em vídeo

Pernambucano 1968, final: Náutico 1 x 0 Sport. Fotos: Diario de Pernambuco/arquivo

Uma relíquia acaba de ganhar a internet. Nada menos que o vídeo da final do Campeonato Pernambucano de 1968. Sim, o jogo que marcou o título mais importante da história do Náutico. A vitória que valeu a exclusividade, o hexacampeonato estadual…

Um filme que parecia perdido ressurge 46 anos depois. A raridade foi encontrada no acervo de Cesar Nunes, no Rio de Janeiro, com 1.800 películas, entre cinejornais e documentários. O registro da projeção foi publicada no facebook pelo Náutico Retrô.

Apontado na gravação como “O Clássico do Nordeste”, o jogo aconteceu em 21 de julho de 1968, com inacreditáveis 31.061 torcedores nos Aflitos, no maior público da história do Eládio de Barros Carvalho. O Timbu venceu o Sport por 1 x 0, gol de Ramos, e levantou a sexta taça consecutiva.

Por mais que a partida tenha sido filmada, durante anos (décadas) os registros ficaram perdidos. Na Rede Globo Nordeste, dona do maior centro de documentação audiovisual do estado, os arquivos regulares começam em 1980. Da década de 1970, apenas alguns jogos.

Portanto, o vídeo de 2 minutos e 56 segundos, em preto e branco, é uma oportunidade especial para reviver um grande capítulo da história do futebol pernambucano, incluindo o gol do título. Ainda há o curioso fato de que a final passou ao vivo na televisão para o Recife…

Do problemático crachá ao jogo do Salgueiro, dias especiais na rota da Seleção na Granja Comary

Crachá para a cobertura da Seleção Brasileira na Granja Comary em 2014. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Teresópolis – São 1.632 profissionais da imprensa trabalhando na cobertura da Seleção Brasileira na Granja Comary. Acompanhar a preparação da equipe de Felipão para o Mundial de 2014 vem sendo bem corrido, com uma carga horária acima do normal e a consciência de que trata-se de um trabalho especial.

Numa interação com torcedores no twitter, algo que procuro (e gosto) fazer bastante, alguns me pediram algo específico. Sugeriram uma postagem sobre essa experiência (massa), justamente pela proximidade do relato, quase um canal direto com com o centro de treinamento da Seleção.

Realmente, fazia sentido. Afinal, no treino do mesmo dia, um domingo, postei várias mensagens e fotos sobre o desempenho dos jogadores no campo principal, mas sem deixar de conversar com a galera. Era tudo inédito para mim na Granja Comary.

Como jornalista esportivo – a área que sempre quis -, escrever sobre a Seleção é um objetivo que você projeta naturalmente. A minha primeira grande oportunidade do tipo (e inesquecível, diga-se) foi em 2011, na Copa América, durante 26 dias na Argentina. Agora, um cenário semelhante, mas com uma estrutura ainda maior, mais moderna. O mesmo espaço é dividido com jornalistas de renome nacional, como Juca Kfouri, PVC e Tino Marcos. É impossível ficar parado, pela agenda (treino às 9h30, coletiva com dois jogadores às 12h30 e treino às 15h30). Texto, texto, foto, texto, Superesportes, blog, correção…

O ritmo é diferente, sem dúvida. Ou seja, como profissional, só tenho a aprender aqui.

Em relação ao contato com os jogadores, há hoje uma barreira. Há 15 anos era possível entrevistar atletas pessoalmente, independentemente do seu veículo – e aqui, sem dúvida, isso faz diferença. Hoje, o contato é restrito às coletivas, em jogadores indicados pela própria comissão técnica/assessoria. Os principais, Neymar e Fred, por exemplo, demoram a entrar na pauta. A blindagem é clara.

No momento em que tudo isso é transmitido ao vivo em sites e canais de tevê, como ser diferente no conteúdo? Como justificar o investimento? E é óbvio que o Diario de Pernambuco fez isso para que eu estivesse no Rio. O caminho parece ser o de contextualizar depoimentos, histórias, treinamentos, regulamentos etc. Cada um procurando o seu viés. Ao jornal Estado de S. Paulo, a lesão de Paulinho, ex-Corinthians, ganhou um destaque maior. No Diario, a entrada do pernambucano Hernanes na vaga foi o direcionamento adotado. Leituras diferentes de um mesmo episódio.

Existem momentos complicados, desde uma apuração, uma pergunta não efetuada nas concorridas coletivas e problemas logísticos. No meu caso, o crachá ainda não estava no sistema no primeiro dia. Ou seja, não havia liberação para entrar na granja. Telefonemas, e-mails, respostas e, muito tempo depois, chegou.

Cada crachá de acesso, aliás, tem a sua limitação. Estou liberado para o centro de imprensa, para um palco provisório armado pela CBF atrás do gol do campo principal e na área de circulação da granja. Os alojamentos, claro, ficam do lado oposto.

Resumindo, é terminando um texto e seguindo para outra demanda. Tudo num frio considerável – ainda mais para quem vem do Recife. Tempo variando de 10 a 15 graus e bastante vento, o que só piora a sensação térmica.

Nos intervalos – acredite, é preciso se alimentar -, surge uma resenha diferente, no contato com jornalistas de outros estados. Cada um com seu time – e que certamente escutam as mesmas coisas que eu -, sua visão da profissão, suas histórias. Em uma dessas, já na noite de domingo, estava terminando o texto para o jornal numa sala de imprensa com três televisões. Duas passando jogos ao vivo e uma com a reprise de Corinthians x Botafogo. Pedi para que mudassem de canal, para a TV Brasil. Sim, Salgueiro x ASA. “Pode colocar aí, vá por mim. Canal 166 da Sky”.

Não me levaram a sério na hora. No fim, a turma – formada por cariocas, paulistas e mineiros – estava torcendo pelo Carcará, que venceu por 1 x 0. Até ali, na prática, mal sabiam que o Salgueiro existia. Mudou. E tudo por causa da ampla cobertura da Seleção na Granja Comary, por causa da presença de 1.632 profissionais. E porque tive o prazer, como jornalista formado, de ser um deles…

Jogo do Salgueiro no centro de imprensa da Vila Teresópolis. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Pres