Bora Milutinovic em mais um Mundial. Agora na rádio, mas sempre de bom humor

Bora Milutinovic, técnico com participação em cinco Copas do Mundo, no centro de mídia do Maracanã no Mundial de 2014. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Rio de Janeiro – Aos 70 anos, o técnico Bora Milutinovic detém uma marca impressionante na história da Copa do Mundo. Fez fama ao estar presente em cinco Mundiais seguidos, sempre treinando uma seleção diferente. Todas do segundo escalão, é verdade, mas quatro delas passaram da primeira fase nas mãos do sérvio.

1986 – México (quartas de final)
1990 – Costa Rica (oitavas de final)
1994 – Estados Unidos (oitavas de final)
1998 – Nigéria (oitavas de final)
2002 – China (primeira fase)

Nas últimas três edições, Bora até tentou um lugarzinho na Copa, mas acabou como espectador. Tem prestígio no mundo futebol e bastante história para contar, tanto que está credenciado em 2014, mas como comentarista de uma rádio mexicana.

Na noite de sábado, o centro de mídia do Maracanã já estava quase vazio, fechando. Até que um senhor começou a ser entrevistado por duas japonesas e seu enorme aparato. Após a gravação, a abordagem do blog foi natural. Bem humorado, o experiente técnico atendeu, falando em espanhol, quase português.

A conversa, rendendo algumas gargalhadas, contou com outros três jornalistas presentes e durou 18 minutos. Aqui, alguns trechos da entrevista com um dos personagens carismáticos da Copa.

Qual é a sua opinião sobre a Seleção Brasileira?
“A Seleção Brasileira tem um público extraordinário. Tem jogadores que jogam em grandes clubes e tem dois treinadores campeões do mundo. O que pode temer? Tem quase tudo perfeito e deve ganhar, mas não será fácil.”

Se tiver que apontar uma seleção para bater o Brasil, qual seria?
“Bem, eu não disse que o Brasil era a primeira escolha. (risos). Eu só falei sobre a Brasil. Para mim, a favorita é a Espanha, que ainda tem chance de se classificar, ainda mais com os jogadores que tem.”

O que você acha da seleção da Bósnia, mais uma da ex-Iugoslávia?
“Eu nasci a 200 metros da Bósnia. É sério. É só um rio que separava o lugar. A Bósnia era do mesmo país, do mesmo coração, por hora separado, mas com o mesmo sentimento. Sobre o time, tem um atacante muito bom (Dzeko) e jogadores que jogam fora do país.”

Qual foi a sua campanha mais marcante no Mundial?
“A única coisa que lamento na Copa é ter jogador três vezes contra o Brasil. (risos dos repórteres) É sério! Com a Costa Rica, perdemos com um gol contra (na verdade, o gol foi de Muller). Em 1990, perdemos com um gol de Bebeto. Em 2002, perdemos para um time com Roberto Carlos e Ronaldo. Sempre. Mas também sou muito feliz de estar aqui no Rio, na terra do futebol mais importante do mundo.”

Ainda há tempo de superar Parreira, que também treinou cinco seleções na Copa?
“Parreira eu respeito muitíssimo. É um treinador exitoso. Eu nunca fui atrás de números para ser ou não o recordista. Penso no destino. Deus me deu o destino de disputar cinco Copas do Mundo. A história ainda não acabou. Estou aqui.”

Como seria o time da Iugoslávia, hoje, caso o país estivesse unido?
“Te asseguro que o time não seria unido, porque esse é o grande problema (gargalhada geral). Temos talento sim. Como seria, não se sabe, mas é uma lástima que isso não aconteça. Mas que bom que nesse Mundial temos duas equipes (Croácia e Bósnia). Que a Sérvia faça o mesmo.”

No fim da entrevista, já às 23h, o sérvio ainda perguntou como ir para Copacabana.

“Táxi ou ônibus?” Todos responderam táxi. E o técnico enfim foi embora…

Bora Milutinovic, técnico com participação em cinco Copas do Mundo, no centro de mídia do Maracanã no Mundial de 2014. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

BRT funciona no primeiro teste na Arena, mas com apenas 3 das 45 estações

Copa do Mundo de 2014, fase de grupos: Costa do Marfim 3 x 1 Japão. Foto: Maria Carolina Santos/DP/D.A Press

Por Maria Carolina Santos*

Minha primeira e única experiência na Arena Pernambuco havia sido a desastrosa vivência de Espanha x Uruguai, no primeiro jogo aqui na Copa das Confederações. Ali, tudo o que podia dar errado deu. Foi então com muito ceticismo que fui conferir Costa do Marfim x Japão.

Escolhi o BRT pela praticidade – é apenas um único transporte – e pela proximidade do Derby da minha casa. A estação estava cheia, mas a compra do ticket foi relativamente rápida. Em momento algum, porém, me pediram o ingresso do jogo.

O tempo de entrada no BRT – cheio, fiquei em pé – até chegar na parada da Arena foi de 35 minutos. Mas até entrar na Arena foram mais 45 minutos: a caminhada de mais ou menos 1 km até a entrada, a fila da segurança e a fila do ingresso. Tudo tinha fila e todas eram longas.

Antes do jogo começar, não havia muita dificuldade em comprar bebida ou comida. Era coisa de 15 minutos na fila. Antes do intervalo, contudo, não havia mais nenhum tipo de comida nos bares do quarto piso. O jeito era esperar um pipoqueiro passar. Vi muita gente revoltada.

A saída foi ainda mais rápida que a chegada. Deixei a Arena no momento que o juiz apitava o final da partida e corri para o BRT. Não consegui ir sentada, mas a viagem passou ligeira: em 29 minutos cheguei no Derby. Havia poucos táxis, mas tive sorte. Gastei 41 minutos do momento que entrei no BRT até chegar em casa, no Espinheiro. A ida consumiu 1h26.

Tirando o grave erro da falta de comida e as longas filas para entrar na arena, tudo saiu dentro dos conformes. Não foi a Copa imaginada, mas a Copa possível. E foi massa!

* Maria Carolina Santos é repórter do Diario de Pernambuco

Nota do blog: inacabado, o BRT já se mostrou importante para a operação do estádio. Das 45 estações projetadas, apenas 3 estão em operação…

Copa do Mundo de 2014, fase de grupos: Costa do Marfim 3 x 1 Japão. Foto: Maria Carolina Santos/DP/D.A Press