A supercapacidade dos estádios pernambucanos até a década de 1980

Álbum do Campeonato Pernambucano de 1988, Santa Cruz. Crédito: acervo do Futuro Sport

Há 25 anos, os principais estádios pernambucanos eram bem distintos em relação ao ao conforto. Se o cenário ainda é precário, naqueles tempos eram poucos lugares com cadeiras e ainda havia gerais para o público acompanhar em pé. Não por acaso, as capacidades oficiais dos palcos eram bem maiores. Analisando hoje, é impossível não enxergar o tamanho do risco…

A partir do resgate do Futuro Sport, com o álbum oficial do Campeonato Pernambucano de 1988 digitalizado, foi possível ver os dados dos seis principais estádio daquela época, quando a palavra “arena” remetia basicamente à cidade de Roma.

100 mil lugares – Arruda
55 mil – Ilha do Retiro
35 mil – Lacerdão
30 mil – Aflitos
25 mil – Ademir Cunha
20 mil – Gigante do Agreste
Total: 265.000 lugares

Obs. No Mundão, a carga máxima chegou a ser de 110 mil pessoas, como mostra a reprodção do Diario de Pernambuco de 1983 (veja aqui).

Álbum do Campeonato Pernambucano de 1988, Sport. Crédito: acervo do Futuro Sport

Desde aquele álbum, o estádio Eládio de Barros Carvalho foi completamente remodelado, numa ação liderada por Rafael Gazzaneo, entre 1996 e 2002. Tal mudança fez com que a casa timbu tivesse a menor redução considerando o dado atual, publicado pela CBF no cadastro nacional de estádios, em agosto de 2013.

Já a Ilha do Retiro recebeu dois novos lances de arquibancada, ambos com 2.500 lugares entre cadeiras e camarotes, em 1997 e 2007, mas ainda assim a sua capacidade diminuiu. Um dos principais motivos foi a redução dos espaços segundo a Fifa, de 30 centímetros por pessoa para 50 centímetros.

60.044 lugares – Arruda (-39.956, ou -39,9%)
32.983 – Ilha do Retiro (-22.017, ou -40,0%)
22.856 – Aflitos (-7.144, ou -23,8%)
19.478 – Lacerdão (-15.522, ou -44,3%)
9.800 – Ademir Cunha (-15.200, ou -60,8%)
6.356 – Gigante do Agreste (-13.644, ou -68,2%)
Total: 151.517 lugares (-113.483 lugares, ou -57,1%)

As páginas: Santa Cruz, Sport, Náutico, Central, Paulistano e Sete de Setembro.

Álbum do Campeonato Pernambucano de 1988, Náutico. Crédito: acervo do Futuro Sport

Quando o Íbis fez o impossível em campo

Charge de Humberto no Diario de Pernambuco de 18 de junho de 1984, após a vitória do Íbis

O Íbis entrou no Guinness Book por causa de uma insólita marca.

Há trinta anos, o hoje folclórico clube ficou 55 partidas oficiais sem vencer…

O jejum só acabou em 17 de junho de 1984, quando o Pássaro Preto venceu o Santo Amaro por 3 x 1, diante de 76 fiéis pagantes nos Arruda. Triunfo de virada, com gols de Rui, Dedo e Sabará.

Até ali, a sequência contabilizava 44 derrotas e 11 empates.

Pernambucano 1984: Íbis 3x1 Santo Amaro. Foto: Diógenes Montenegro/DP/D.A Press

Antes da histórica partida, ainda houve a preliminar do campeonato de juniores, num empate sem gols. Era muita ruindade em campo.

Pelo 30º aniversário do recorde do Pior time do mundo, o Superesportes produziu uma reportagem especial sobre o Íbis. Confira aqui.

Ainda vale lembrar que no dia seguinte à histórica vitória sobre o time das Vovozinhas, no Estadual, o jornal publicou uma charge sobre o episódio, assinada peelo cartunista Humberto.

Reconheceu todos os mascotes na imagem?

Pernambucano 1984: Íbis 3x1 Santo Amaro. Foto: Diógenes Montenegro/DP/D.A Press