Santa Cruz finalmente iguala o número de jogos, vence e busca regularidade

Série B 2014, 16ª rodada: Santa Cruz x Bragantino. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

Enfim, a posição real do Santa Cruz na Série B.

Após muito tempo de espera, o time disputou a partida adiada contra o Bragantino. Um jogo vigente desde a 16ª rodada, que ficou para depois por causa da morte do ex-govenador de Pernambuco, Eduardo Campos.

Num jogo de muitos erros num gramado ruim, o Santa venceu o Bragantino por 2 x 1, chegando a 42 pontos, a nove do G4. É o 9º colocado.

A pergunta, ao torcedor e ao próprio time, é se ainda é possível sonhar com o acesso…

Um questionamento que seria muito fácil de ser respondida caso o time não tivesse cedido tanto o resultado após abrir o placar.

Neste Campeonato Brasileiro a cena se repetiu onze vezes. Inacreditável.

Imagine que pelo menos cinco dessas partidas tivessem terminado com vitória do Tricolor… seriam dez pontos a mais! Hoje, seria o 4º lugar.

Como o “e se” não muda nada, resta lamentar e correr contra o tempo.

Faltam nove rodadas, com seis jogos, sendo seis no estado. Em jogo, 27 pontos.

Nesta terça, Wescley (de fora da área) e Alemão (estreando a la centroavante) marcaram os gols da vitória que ampliou para quatro o número de jogos sem derrota. São duas vitórias e dois empates.

No fim, os 12.897 torcedores presentes aplaudiram o time de Oliveira Canindé.

A reação está acontecendo, um “pouco” tarde. Pontos importantes foram desperdiçados, mas a equipe parece não desistir.  A partir de agora não há mais futurologia com o “e se ganhar do Bragantino”. Ganhou.

Se igualou aos demais no número de partidas e tem a mesma sequência…

Jogando para o gasto não será suficiente para algo mais. Somar a disposição em campo com mais organização tática é o caminho necessário para seguir sonhando.

Série B 2014, 16ª rodada: Santa Cruz x Bragantino. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

O limite na seca de gols no campeonato

Berliner AK 1-2 Coole Pfeil Choreo, em 2012. Crédito: Youtube/reprodução

O protesto da torcida do Magdeburg pela seca de gols do time foi histórico…

Em 2012, cansados de ver o time perder tantos gols no campeonato alemão, os bravos torcedores que ainda não haviam desistido do clube levaram setas gigantes ao estádio, apontando a direção da trave aos atacantes do time.

A cada ataque, dependendo de onde estivesse a bola, os torcedores corriam com as setes. Eram cinco partidas consecutivas sem um golzinho sequer na quarta divisão alemã. O gol acabou saindo. Só não adiantou muito, pois a vitória foi do Berliner AK, 2 a 1.

Em 2014 o Sport ficou 440 minutos sem balançar as redes no Brasileirão. Série à parte, vamos às piores médias dos pernambucanos nas quatro divisões. Alguns anos mereciam uma manifestação semelhante à do Magdeburgo…

Náutico
Pior na A: 0,57, em 2013, com 22 gols em 38 jogos
Pior na B: 0,50, em 1998, com 5 gols em 10 jogos
Pior na C: 2,09, em 1999, com 44 gols em 21 jogos

Santa Cruz
Pior na A: 0,66, em 1987, com 10 gols em 15 jogos
Pior na B: 0,75, em 1997, com 6 gols em 8 jogos
Pior na C: 1,00, em 2008, com 12 gols em 12 jogos
Pior na D: 1,25, em 2010, com 10 gols em 8 jogos

Sport
Pior na A: 0,52, em 1971, com 10 gols em 19 jogos
Pior na B: 0,91, em 1990, com 22 gols em 24 jogos

Curiosidades:
A pior média no Brasileiro unificado pertence ao Náutico, que em 1961 não marcou um gol sequer em dois jogos. Ainda assim, como entrou direto na semifinal, o Timbu foi o 4º colocado na Taça Brasil. 

Em 1990, o Sport estabeleceu o seu pior índice na segunda divisão. Justamente no ano em que conquistou seu único título na Série B. 

As piores médias do Santa Cruz vão ficando menores à medida em que a divisão mais alta é analisada.

O constrangimento desnecessário do centenário Santa Cruz, sem CT

Santa Cruz treinando no CT do Náutico em 2014. Foto: Yuri de Lira/DP/D.A press

É um gesto de cordialidade entre as diretorias, sem dúvida.

Com um clube cedendo gratuitamente o seu centro de treinamento para uma atividade de outra agremiação.

A curiosidade surge quando o outro clube em questão é justamente o rival.

Em Pernambuco, tornou-se até comum ver o ônibus do Santa Cruz entrando no CT alheio. A primeira vez foi em 2011, quando o Expresso Coral foi à Guabiraba, até o CT Wilson Campos, do Náutico.

Em 7 de setembro de 2012 a situação beirou o inacreditável, com dois treinamentos. Pela manhã, movimentação no reduto alvirrubro. À tarde, os corais foram à Paratibe, no CT José de Andrade Médicis, do Sport. Na ocasião, o Arruda estava vetado para um amistoso da Seleção Brasileira.

Os anos passaram e o Tricolor chegou ao seu centenário. Nada mudou.

Projeto para o CT Rodolfo Aguiar, do Santa Cruz. Crédito: divulgação

O clube segue sem algo básico no futebol profissional, um centro de treinamento.

O CT Rodolfo Aguiar, ou “Ninho das Cobras”, foi lançado há dois anos, com uma previsão de investimentos na ordem de R$ 5 milhões.

Um projeto numa área de dez hectares em Aldeia, com três campos de futebol, vestiários, sala de imprensa e alojamento para até 128 pessoas. Ficou na pedra fundamental.

A construção dessa estrutura precisa ser prioridade na gestão coral, nem que seja executada em marcha lenta. Hoje, está no freio de mão.

Enquanto isso, o Santa Cruz segue passando pelo desnecessário constrangimento de frequentar o terreno rival para fazer algo simples: treinar.

Por mais que cordial que seja a relação entre os clubes…

Simplesmente não há uma segunda opção para preservar o gramado do Arruda.

Santa Cruz treinando no CT do Sport, em 2012. Foto: Santa Cruz/assessoria

Podcast 45 minutos (70º) – A crise na Ilha e o possível cenário Sport x Náutico

A 70ª edição do 45 minutos focou a derrota do Sport para o Vitória em plena Ilha do Retiro – mais uma, pois também perdeu na Sul-Americana. No jogo, o técnico leonino Eduardo Batista foi bastante xingado pela torcida. Neste podcast, analisamos o perigoso cenário do Sport, além do desempenho de Náutico e Santa na Série B, no último fim de semana.

Estou nessa gravação (1 hora) ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro.

Ouça agora ou quando quiser!

Classificação da Série A 2014 – 28ª rodada

Classificação da Série A 2014, na 28ª rodada. Crédito: Superesportes

A segunda derrota do Sport como mandante no Brasileirão custou caro. O revés ocorreu para um time que estava na zona de rebaixamento. Com os três pontos na Ilha do Retiro, o Vitória subiu para o 16º lugar, com 31 pontos. Paralelamente a  isso, trouxe o Sport à mesma briga contra o descenso. Com uma diferença: a crise está no Recife.

No alto da tabela, o Cruzeiro passou vexame no Rio de Janeiro, goleado pelo Flamengo. Com a vitória do Inter no finzinho, a diferença na liderança caiu para seis pontos, esquentando um pouquinho a morna briga pelo título.

A 29ª rodada do representante pernambucano
19/10 – Botafogo x Sport (18h30)

Jogos no Rio pela elite: 1 vitória rubro-negra, 2 empates e 6 derrotas.

Noite infeliz de Eduardo Batista, com o Sport voltando à briga contra o Z4

Série A 2014: Sport x Vitória. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

A preocupação com a parte de baixo da tabela é real. Um velho temor de volta.

Com a terceira derrota seguida, numa série de cinco jogos sem vitória, o Sport não pode mais fingir que não faz parte da enorme briga contra o descenso.

O revés por 2 x 1 neste domingo, diante do Vitória, foi o resultado de uma noite  bem infeliz de Eduardo Batista, na escalação, posicionamento e mudanças.

Após as derrotas nas arenas de São Paulo e Porto Alegre, ele mexeu bastante na estrutura da equipe, montando um time sem um atacante de origem. Havia apenas Diego Souza, mais uma vez saindo de sua função.

O objetivo era trabalhar a bola e aproveitar os erros dos baianos, desesperados no Z4. Porém, qualquer discurso do treinador pernambucano sumiu aos 40 segundos, quando Rithely desviou de cabeça uma bola cruzada pela esquerda e marcou um gol contra, um dos mais rápidos da história do Brasileiro.

Sem pegada dos volantes, o time não promoveu qualquer reação. A ideia de trocar passes também foi um fiasco, pois a equipe errou bastante.

Quem não errou foi o Vitória, que abriu 2 x 0, num bela virada de Dinei aos 27 minutos. No lance, a zaga do Sport teve duas chances para tirar a bola.

O desespero mudara de lado. E só não foi pior no intervalo por causa do gol de Diego Souza – terminando o jejum do time de 440 minutos sem gols. Veio a primeira mexida, com Felipe Azevedo no lugar de Vitor. Perderia os gols de sempre e diminuiria a precisão no lado direito.

Depois, a mexida incompreensível, com a saída de Diego Souza (que não estava cansado ou machucado) para a entrada de Neto Baiano. O camisa 9 só tocaria na bola uma vez – não finalizou.

Os gritos de “burro, burro” surgiram antes do apito final, deixando claro que o lastro alcançado pelo técnico no primeiro semestre está esgotado.

Uma sacudida é vital para não esgotar tambpem a gordura na classificação.

Série A 2014: Sport x Vitória. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

Vera Cruz, o primeiro tricampeão pernambucano da Segundona

Final do Estadual da Série A2 de 2014: Vera Cruz x Atlético-PE. Foto: FPF/Assessoria/facebook

O Vera Cruz sagrou-se tricampeão pernambucano. Da segunda divisão…

Neste domingo, o Galo das Tabocas venceu o Atlético por 2 x 1, na decisão no Carneirão. Assim, agora soma os títulos da segundona em 2006, 2009 e 2014.

Cláudio e Moises marcaram os gols que transformaram o clube no maior vencedor da competição, neste ano chamada de “Estadual Sub 23”.

Final à parte, os dois times irão integrar a elite local em 2015, cujo campeonato começa ainda neste ano, em 7 de dezembro.

Sobre a conquista do Vera Cruz, vale citar uma outra estatística. Até hoje, 26 clubes já conquistaram algum título oficial no estado.

Além dos sete campeões pernambucanos, desde 1915, outros 19 clubes já tiveram o gostinho de comemorar uma taça em competições oficiais organizadas pela FPF. Entre as competições consideradas, o Pernambucano (1ª divisão/2ª divisão), a Copa Pernambuco e a Taça do Interior.

43 – Sport
31 – Santa Cruz
22 – Náutico
6 – América
4 – Vitória e Salgueiro
3 – Torre, Central e Vera Cruz
2 – Tramways, Porto, Ypiranga e Petrolina
1 – Flamengo do Recife, Maguari, Sete de Setembro, Flamengo de Arcoverde, Ferroviário, Unibol, AGA, Itacuruba, Estudantes, Serra Talhada e Chã Grande

Obs. Na lista levantada pelo blog, a extinta terceira divisão local, realizada entre 2000 e 2002, não foi levada em consideração porque era amadora. Somente após o título o clube era convidado pela FPF a se profissionalizar.

Final do Estadual da Série A2 de 2014: Vera Cruz x Atlético-PE. Foto: FPF/Assessoria/facebook

A 29ª classificação da Segundona 2014

Classificação da Série B 2014, na 29ª rodada. Crédito: Superesportes

O Náutico manteve a distância de sete pontos em relação ao G4 da segunda divisão ao vencer o ABC. O Santa Cruz perdeu a chance de melhorar a sua situação ao ceder o empate à líder Ponte Preta – foi a 11ª vez nesta competição que o Tricolor abriu o placar e não saiu vitorioso. A bronca para os pernambucanos é que agora faltam apenas nove rodadas…

No G4, dois catarinenses, um paulista (líder) e um carioca.

A 30ª rodada dos representantes pernambucanos
18/10 – Santa Cruz x Vasco (16h10)
18/10 – Sampaio Corrêa x Náutico (16h10)

A tabela segue incompleta. Na 16ª rodada, devido à morte do ex-governador de Pernambuco, Santa x Bragantino foi adiado. para 14 de outubro.

Tarde de pênaltis na arena, com a 13ª vitória timbu

Série B 2014: Náutico 2x1 ABC. Foto: Allan Torres/DP/D.A Press

A barra à direita das cabines de imprensa na Arena Pernambuco foi o cenário da partida entre Náutico e ABC, com dois pênaltis marcados e um não assinalado.

Entre os convertidos, um sofrido por Zambi (que já havia caído na área minutos antes) e muitíssimo bem defendido pelo goleiro Júlio César, quando o jogo estava 1 x 0 para o time da casa. O outro foi decisivo, aos 40 minutos do segundo tempo, quando Bruno Furlan foi derrubado. já com o empate no marcador.

A penalidade foi convertida com personalidade por Sassá – o nome do jogo, uma vez que também marcara logo aos dois minutos, aproveitando a confusa zaga potiguar.

Com o gol marcado a cinco minutos do fim, evitou que a pressão aumentasse. A torcida timbu vinha pegando no pé do time, ainda de cabeça inchada após a derrota na última terça, também na arena. Com o 2 x 1, o Náutico chegou a 13 vitórias na Série B e manteve a distância de sete pontos em relação ao G4.

Faltando nove rodadas, o time precisará de todas as suas forças para conseguir retornar à elite. Uma tarde na qual o goleiro pega um pênalti e o atacante cobra com firmeza na reta final da partida mostra que essa energia ainda existe nos Aflitos…

Série B 2014: Náutico 2x1 ABC. Foto: Allan Torres/DP/D.A Press

O gosto amargo dos tricolores mesmo com o ponto suado em Campinas

Série B 2014: Ponte Preta 1x1 Santa Cruz. Foto: LUCIANO CLAUDINO/CÓDIGO19/ESTADÃO CONTEÚDO

Estatisticamente, o Santa Cruz não soube segurar a vitória parcial na Série B pela 11ª vez. É um cenário quase onipresente (e angustiante) na campanha coral. Ao menos nesta vez, não é possível ficar só nesta análise.

Principalmente pelo contexto da partida, contra a empolgadíssima Ponte Preta, líder do campeonato no início da rodada, jogando em casa e com o apoio de sua torcida, que se movimentou durante o sábado em Campinas.

O gol de Everton Sena ainda no primeiro tempo recuou o Tricolor no restante do jogo, e a pressão não foi pequena. Tiago Cardoso apareceu bastante, tirando a paciência da torcida da Macaca. O sistema de marcação evitava cometer faltas na entrada da área, mas sem perder a pegada.

Ainda assim, o mandante empatou com Cafu e pressionou bastante para mudar o 1 x 1. Com muita disposição em campo, os corais seguraram. O gosto amargo no fim vem do fato de que o time enfrentou na sequência dois integrantes do G4 e em ambos os jogos a vitória esteve bem próxima…

Acabou abrindo mão de quatro pontos, vitais para um acesso hoje improvável.

Série B 2014: Ponte Preta 1x1 Santa Cruz. Foto: Fabio Leoni/PontePress