Arena, a casa do futebol pernambucano em 2014

Arena Pernambuco. Crédito: Arena Pernambuco

Esta temporada foi apenas a segunda da Arena Pernambuco, concebida para colocar o estado no mapa da Copa do Mundo. Com o Mundial já no passado e a operação público-privada em pleno vigor, o estádio em São Lourenço da Mata foi o palco mais utilizado no Grande Recife em 2014 em jogos de clubes de futebol. Somando as apresentações oficiais de alvirrubros, rubro-negros e tricolores, foram 43 partidas, mais que o dobro do ano passado, com 21 jogos – apesar da média bem próxima, na casa dos 12 mil espectadores.

O aumento se deve ao mando quase absoluto do Náutico (30 jogos) e às negociações mais fraquentes entre Santa, Sport e o consórcio que administra o estádio. À parte dos dois jogos “obrigatórios” no estádio para fazer parte do Todos com a Nota, os clubes, antes reticentes, firmaram acordos pontuais.

O Leão, por exemplo, levou seis jogos de uma vez, num acordo de R$ 2 milhões e mais alguns bônus na divisão das receitas. Deu tão certo que negociou mais um, na última rodada da Série A, contra o São Paulo. Por sinal, a renda de R$ 1.011.655 foi a 5ª maior do futebol local no Plano Real. Com 100 mil pessoas nos últimos três jogos, o Rubro-negro acabou estabalecendo uma média de 25.578 pessoas no estádio, quase dez mil a mais que seu índice na Ilha.

Neste ano, o mesmo cenário se aplicou ao Santa Cruz, com seis jogos – quatro deles num pacotão. Se neste ano não houve um público do porte da reta final da Série C de 2013 (60 mil pessoas contra o Betim), o Tricolor teve seu melhor público na Segundona fora do Mundão. Foram 34.396 espectadores contra o América-RN, na Arena. A média por lá foi de 19.289 pessoas – no geral, o dado coral não chegou a 13 mil pessoas. Na contramão dos rivais, o Timbu teve uma média bem modesta, pouco abaixo de oito mil pessoas. Por outro lado, a arrecadação do clube foi de R$ 6,68 milhões. Nem toda a receita foi para o cofre alvirrubro, devido ao acordo de 30 anos entre as partes.

Para 2015, a tendência é que os dois clubes mais populares sigam com contratos pontuais com a Arena. No caso do Leão, a direção já sinalizou a possibilidade de levar ainda mais jogos no Brasileirão. No Tricolor, a garantia de uma renda fixa em jogos do tipo também deve ser levado em consideração. E assim, aos poucos, a Arena Pernambuco vai ganhando o lugar que se esperava.

Público e arrecadação na Arena PE

2014
Jogos: 43
Público: 529.146 pessoas
Média: 12.305
Renda: R$ 14.467.554
Média: R$ 336.454

2013
Jogos: 21
Público: 247.604 pessoas
Média: 11.790
Renda: R$ 6.360.142
Média: R$ 302.863

Jogos no Grande Recife

2014 – 93 jogos*
43 na Arena
27 na Ilha do Retiro
22 no Arruda
1 nos Aflitos
*O Santa ainda disputou três partidas no Lacerdão, em Caruaru, numa punição do STJD por causa de briga de torcida.

2013 – 96 jogos
33 na Ilha do Retiro
27 no Arruda
21 na Arena*
15 nos Aflitos
*Uma das partidas foi o clássico entre Botafogo e Fluminense, pela Série A.

Desempenho do trio recifense na Arena em 2014

Náutico – 30 jogos
Público: 234.361 pessoas (7.812)
Renda: R$ 6.686.855 (R$ 222.895)

Sport – 7 jogos
Público: 179.046 pessoas (25.578)
Renda: R$ 4.960.270 (R$ 708.610)

Santa Cruz – 6 jogos
Público: 115.739 pessoas (19.289)
Renda: R$ 2.820.429 (R$ 470.071)

Ranking da CBF em 2014 coloca em ordem Ilha do Retiro, Aflitos e Arruda

Ranking Oficial da CBF de 2014

A Confederação Brasileira de Futebol divulgou a atualização de seu ranking de clubes, apresentado anualmente,  em dezembro. A lista de 2014 conta apenas os torneios da entidade, com as Séries A, B, C e D e a Copa do Brasil.

Esta é a 3ª versão do formato, contemplando os últimos cinco anos, com pesos diferentes, com vantagem para os mais recentes. Veja o sistema aqui.

Na nova tabela, o Sport ultrapassou o Náutico e assumiu a ponta entre os clubes do estado – são oito pernambucanos presentes. O Leão será o único nordestino na elite em 2015, mas mesmo assim segue abaixo de Bahia, Vitória e Ceará, numa consequência das campanhas ruins em 2011 e 2012.

De volta à Série B, o Tricolor enfim somou uma gama maior de pontos no ranking, mas ainda insuficiente para estabelecer uma bola colocação. O preço disso deve ser a ausência na Copa do Brasil de 2015, pois ficou abaixo das dez vagas garantidas pelo ranking oficial do país.

Demais times pernambucanos: Salgueiro (49º, 2.672 pts), Central (87º, 581 pts), Porto (115º, 387 pts), Ypiranga (123º, 357 pts) e Petrolina (176º, 153 pts).

A evolução dos grandes clubes do Recife:

Sport
2012 – 19º (8.284)
2013 – 24º (6.740)
2014 – 20º (6.970)

Náutico
2012 – 22º (8.036)
2013 – 21º (7.557)
2014 – 26º (6.470)

Santa Cruz
2012 – 48º (2.704)
2013 – 45º (3.091)
2014 – 36º (3.930)

Confira a lista completa da CBF, com 230 equipes, clicando aqui.

1,2 milhão de torcedores e renda de R$ 25,1 milhões nos jogos oficiais na RMR

Torcidas de Sport, Santa Cruz e Náutico

O ano de 2014 de Náutico, Santa e Sport teve 96 partidas, considerando todos os jogos oficiais com o mando de campo do trio em duelos nos Aflitos, Arena Pernambuco, Arruda, Ilha do Retiro e até no Lacerdão. Para o levantamento – o segundo produzido pelo blog -, foram analisados os borderôs disponíveis nos sites da federações responsáveis, com dados sobre público e arrecadação.

Ao todo, os grandes clubes arrecadaram R$ 25.109.612 na bilheteria. O montante foi R$ 1.245.521 superior ao do ano passado. Curiosamente, o público de 1.209.409 torcedores foi inferior, com uma diferença de 313 mil pessoas. Além das campanhas decepcionantes de alvirrubros e tricolores na Série B, isso também foi reflexo do novo patamar nos valores dos ingressos, sobretudo na Arena, que recebeu 43 jogos. Ingressos mais caros até mesmo naqueles pagos pelo governo do do estado no Todos com a Nota. Em vez de R$ 10, como ocorre nos estádios particulares durante o Brasileiro, o TCN pagou R$ 25 na Arena.

Essa manobra foi feita para ajudar a bancar o estádio da Copa, que divide as receitas com os clubes. Por isso, não é possível dizer ao pé da letra quanto um clube arrecadou – somente com os balanços que serão publicados até abril de 2015. Então, é mais certo dizer que tal time gerou um valor “x” de receita, pois a renda também é repartida com o consórcio que opera o estádio.

Em relação aos dados separados entre os times, uma mudança no primeiro lugar. O Sport teve um leve aumento no índice, passando de 15.783 para 16.705 pessoas, mas foi suficiente para passar o Santa, com uma queda brusca de 23.912 para 12.839 espectadores. Ao Tricolor, pesou o fraco futebol em campo e até mesmo os três jogos em Caruaru numa punição por causa de briga de torcida. Os corais ainda jogaram três partidas com portões fechados, mas tais apresentações não entraram na conta, claro.

Já o Náutico atuou a temporada quase inteira na Arena – só fez uma partida foi no Eládio de Barros -, baixando a sua média de público, com 6,5 mil, contra 9,8 mil do ano anterior. A bilheria, porém, subiu, chegando a quase R$ 7 milhões.

Para rever o levantamento de 2013, clique aqui.

Sport
34 jogos (27 na Ilha e 7 na Arena)
568.000 torcedores
Público médio de 16.705
46,78%  de ocupação
R$ 11.065.652
Renda média de R$ 325.460

Estadual – 7 jogos – 118.823 pessoas (16.974) – R$ 1.809.957 (R$ 258.565)
Nordestão – 6 jogos – 93.708 pessoas (15.618) – R$ 1.275.000 (R$ 212.500)
Copa do Brasil – 1 jogo – 1.276 pessoas – R$ 18.135
Série A – 19 jogos – 348.168 pessoas (18.324) – R$ 7.881.200 (R$ 414.800)
Sul-Americana – 1 jogo – 6.025 pessoas – R$ 81.360

Santa Cruz
31 jogos (22 no Arruda, 6 na Arena e 3 no Lacerdão)
398.018 torcedores
Público médio de 12.839
24,02% de ocupação
R$ 7.131.055
Renda média de 230.034

Estadual – 7 jogos – 109.983 pessoas (15.711) – R$ 1.749.552 (R$ 249.936)
Nordestão – 5 jogos – 41.765 pessoas (8.353) – R$ 784.610 (R$ 156.922)
Copa do Brasil – 1 jogo – 9.750 pessoas – R$ 93.465
Série B – 18 jogos – 236.520 pessoas (13.140) – R$ 4.503.428 (R$ 250.190)

Náutico
31 jogos (30 na Arena e 1 nos Aflitos)
243.391 torcedores
Público médio de 7.851
17,27% de ocupação
R$ 6.912.905
Renda média de R$ 222.996

Estadual – 7 jogos – 87.766 pessoas (12.538) – R$ 2.173.905 (R$ 310.557)
Nordestão – 3 jogos – 28.716 pessoas (9.572) – R$ 763.275 (R$ 254.425)
Copa do Brasil – 2 jogos – 1.851 pessoas (925) – R$ 26.720 (R$ 13.360)
Série B – 19 jogos – 125.058 pessoas (6.582) – R$ 3.949.005 (R$ 207.842)

Total
96 jogos (43 na Arena, 27 na Ilha, 22 no Arruda, 3 no Lacerdão e 1 nos Aflitos)
1.209.409 torcedores
Público médio de 12.598
28,25% de ocupação
R$ 25.109.612
Renda média de R$ 261.558
Torneios: Estadual, Nordestão, Copa do Brasil, Sul-Americana e Séries A e B.

Podcast 45 minutos (85º) – Eduardo Batista analisa o Leão em 2014 e projeta 2015

O Sport terminou a Série A de 2014 em 11º lugar, a melhor colocação do clube na era dos pontos corridos, igualando a campanha de 2008. Em ambos os anos, o técnico teve o sobrenome Baptista. De Nelsinho a Eduardo Batista. Em seu primeiro ano na função, o treinador conquistou dois títulos (Estadual e Nordestão) e manteve o Leão na elite.

Eduardo Batista já havia participado da segunda edição do podcast 45 minutos, em seus primeiros dias como técnico. Agora, na 85ª edição, um balanço. Falou dos objetivos, analisou jogador por jogador, da pressão do cargo etc.

Estou neste podcast (1h20min) ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro.

Ouça agora ou quando quiser!