As multidões improváveis no início do Século XX

Em tempos de arenas no futebol, com palcos simétricos e assépticos, é quase um choque voltar cem anos no tempo e constatar multidões quase incontáveis em estádios quase sem arquibancadas. Não se fala aqui do Maracanã, erguido em 1950 para receber 200 mil pessoas, mas de canchas ainda mais antigas, sem tanto padrão estrutural. Então, vamos a três exemplos na Europa.

Acredite, o futebol já era profissional.

1901 – Crystal Palace (Londres)
A primeira grande multidão do século foi em 20 de abril de 1901, quando Tottenham Hotspur e Sheffiled United decidiram a Copa da Inglaterra no sul londrino. Um 2 x 2 diante de 110.820 pagantes, com gente tomando espaço onde sequer havia degraus e alambrados. Com o placar, um novo jogo foi disputado. Em Bolton, com apenas 20 mil espectadores, Spurs 3 x 1.

Final da Copa da Inglaterra de 1901: Tottenham 2x2 Sheffield United. Foto: reprodução

1909 – Camp de la Indústria (Barcelona)
O Camp de la Indústria, com sua arquibancada incomparável no morro acidentado, foi o primeiro do três “camps” do clube catalão, utilizado até 1922. Depois, o Barça assumiu o Camp de Les Corts, com 60 mil lugares. Por fim, o Camp Nou, em 1957. Hoje, com capacidade para 99.354 cadeiras. Há um século, seis mil pessoas, em pé, no limite da sobrevivência.

Barcelona em ação em 1909. Foto: Barcelona/arquivo

1927 – Hampden Park (Glasgow)
Ao todo, 111.214 torcedores se acotovelaram no barranco que formava parte do gigantestco estádio escocês. De perder de visa. Naquele dia, a Inglaterra venceu a Escócia por 2 x 1, em partida válidade pelo extinto campeonato britânico. E olhe que o maior público neste clássico seria registrado dez ano depois, com 149 mil pessoas em Hampden Park. Haja barranco.

Hampden Park lotado para o amistoso entre Escócia e Inglaterra

A bola especial da final pernambucana em 2015

Bola das finais do Pernambucano de 2015. Foto: Hildo Neto/FPF

A ideia de confeccionar uma bola especial para a final surgiu na Copa do Mundo de 2006, na Alemanha, quando a Adidas criou a dourada Teamgeist Berlin, exclusiva para a partida entre Itália e França. Desde então, inúmeros torneios copiaram a ideia, inclusive o Campeonato Pernambucano.

A 101ª edição da competição promovida pela FPF terá uma bola especial para a decisão pelo terceiro ano consecutivo. Em todos os casos, as pelotas de oito gomos foram produzidas pela Penalty, a marca local desde 2008 (veja aqui).

Nesta temporada, a bola será utilizada nas semifinais e na final. É o mesmo modelo dos hexagonal do título e da permanência, a Campo 11 Pró. A nova versão tem as cores marrom, amarelo e preto, em vez de laranja, vermelho e azul. Além disso, virá com o emblema especial sobre o centenário da federação e os escudos dos clubes envolvidos na fase decisiva.

Em 2013, a bola foi chamada de Duelo Final. Em 2014, Gorduchinha, o nome dado pela fabricante a todas as bolas das finais estaduais. Em 2015, sem nome.

2015 (turno e final)

Bolas oficiais do Pernambucano de 2015 (turno e final). Crédito: Penalty/FPF

2014 (turno e final)

Bolas oficiais do Pernambucano de 2014 (turno e final). Crédito: Penalty

2013 (turno e final)

Bolas oficiais do Pernambucano de 2013 (turno e final). Crédito: Penalty

Resgate do maior público do Lacerdão, com vitória do Central sobre o Flamengo

Série A 1986: Central 2x1 Flamengo. Crédito: Central/facebook

Nunca se viu tanta gente em um jogo de futebol no interior pernambucano quanto no dia 22 de outubro de 1986.

As arquibancadas do Pedro Vitor de Albuquerque, em Caruaru, balançaram com os 24.450 torcedores presentes em uma partida histórica.

Central 2 x 1 Flamengo, pela primeira divisão do Campeonato Brasileiro. Com dois gols do atacante Ronaldo, o Alvinegro fez a alegria da maioria absoluta no estádio, apesar da numerosa torcida flamenguista na região.

Hoje chamado de Luiz Lacerda, o estádio pode receber no máximo 19.478 pessoas, ainda com o status de maior palco do interior.

Há quase três décadas o “PV” foi um caldeirão, que agora pode ser visto na íntegra, num resgate da TV Patativa sobre a transmissão daquela partida. Um vídeo de quase duas horas com todos os detalhes da peleja disputada à noite.

Central, Flamengo e Série A na mesma frase… um dia foi realidade.