A falta de respeito a uma instituição vai além dos Aflitos e das redes sociais

Foto de torcedor "urinando" nos Aflitos

A foto começou a circular nas redes sociais na manhã de segunda-feira. Dentro dos Aflitos, um homem de costas urinando (ou, no mínimo, simulando a ação) em cima do escudo do Náutico.

A imagem teria sido tirada numa pelada no campo quase abandonado.

Constatando a veracidade da foto, trata-se de um desrespeito absoluto à instituição. Do WhatsApp, o arquivo logo se espalhou no Twitter e no Facebook. Circulou entre alvirrubros, rubro-negros e tricolores.

Torcedores rivais tiraram onda, mas basta pensar um pouquinho para perceber que uma cena assim na Ilha do Retiro ou no Arruda também seria ultrajante.

No blog, optei por mascarar o personagem em questão. Não cabe a mim a sua exposição, mas é um tanto óbvio que a esta altura ele já deve ter consciência de que a imagem viralizou (logo cedo, eu recebi em duas frentes).

O que causa espanto é uma atitude assim, usando um espaço aberto pelo clube para influenciar negativamente num momento já tão conturbado no nosso futebol, com a insegurança. Não foi sequer na arquibancada, no calor de um clássico, mas dentro do campo de jogo, como convidado.

Era uma foto para uma “greia” interna, num grupo fechado? Alguém achou que a brincadeira não poderia ficar restrita ao grupo na rede social e encaminhou.

E aí o estrago está feito.

Nas últimas semanas, o Náutico só confirma que cedeu o gramado para uma pelada, com funcionários e convidados da FPF. Ao Timbu, então, mais responsabilidade ao abrir os portões de seu estádio, hoje sem uso profissional. Aos visitantes, algo básico para qualquer um: educação.

Recontagem de público na Ilha do Retiro só aumenta uma desconfiança antiga

Nota oficial do Futebol Card ao Sport

A final do Campeonato Pernambucano de 1998 foi presenciada por 56.875 pessoas. Não, o jogo não foi no Arruda. Foi em uma abarrotada Ilha do Retiro, ainda sem a ampliação da “Curva de Dubeux”, no jogo entre Sport e Porto.

De lá para cá o estádio ficou estruturalmente maior, mas a sua capacidade curiosamente foi reduzida. Sobretudo pela questão de segurança, com o tamanho do assento para cada torcedor passando de 30cm para 50cm. Assim, na última medição feita pela FPF, em 2013, a capacidade do Adelmar da Costa Carvalho foi estipulada em 32.923. Público teoricamente sentado.

Era necessário essa breve explicação para contestar o público anunciado no jogo Sport x Fortaleza, com casa cheia no Nordestão. Não que tenha sido a primeira partida com o visual contrastando com o borderô, na Ilha, no Arruda ou nos Aflitos. Longe disso.

Porém, neste caso chamou a atenção as idas e vindas do público oficial, com recontagem, nota oficial da Futebol Card, que gerencia a venda de ingressos do Leão, e um resultado final que não convence ninguém. Anunciar 23.160 pessoas no jogo de volta das quartas de final do regional de 2015, um dia depois, só mantém acesa a polêmica acerca de uma desconfiança antiga sobre evasão.

Uma desconfiança pontuada pela ação na cara dura dos (muitos) cambistas, inclusive dentro do clube. Ao se dar conta de que alguns aparecem com 30 ingressos de sócio nas mãos, é porque algo está muito errado lá dentro…

Já a direção alega que a torcida estava “espalhada” no domingo. Compare.

Geral da sede na final estadual de 1998.

Geral da sede nas quartas de final do regional de 2015.

Acredite, essas fotos são separadas por 17 anos e 33.715 torcedores…

Podcast 45 (115º) – Análise sobre a classificação do Sport no Nordestão

A suada classificação do Sport à semifinal da Copa do Nordeste é o foco principal da 115ª edição do podcast, analisando a campanha leonina e o seu futuro no torneio. Evoluiu? Está em condições de vencer o Bahia, algoz de longa data? No 45 minutos, espaço também para comentários sobre as estreias de Náutico, Sport e Salgueiro na Copa do Brasil. Cada um com uma meta distinta. Entre dinheiro, Sul-Americana e confronto futuro contra o Flamengo.

Nesta podcast (1h21min), estou ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!