Da recomendação de táxi ao plano de mobilidade pontual, o calo da Arena Pernambuco via governo do estado

Plano de mobilidade para o jogo Sport x São Paulo, pela Série A de 2015. Crédito: governo do estado

A mobilidade falha é o grande calo na Arena Pernambuco em relação ao torcedor. Não bastasse a distância de 19 quilômetros do Marco Zero, os meios para chegar até o estádio apresentam várias barreiras. Proporcionadas pelo próprio estado, que não entregou o projeto conforme a demanda original. Em vez de 700 metros, a estação de metrô ficou a quase três quilômetros, a linha BRT só foi implantada durante a Copa do Mundo e a BR-232, o acesso mais comum, segue defasada, sem a triplicação até o entrocamento com a BR-408. A soma disso tudo nós enxergamos jogo a jogo por lá. Para completar, a falta de bom senso político ainda acaba desagradando as torcidas.

Em uma mesma semana, dois jogos de peso foram agendados no empreendimento. Na quarta, Náutico x Flamengo pela Copa do Brasil. No domingo, Sport x São Paulo pela Série A. Havia expectativa de bons públicos, numa intensidade maior para o segundo. Ambos ocorreriam após Sport 2 x 2 Palmeiras, com 35 mil pessoas e uma infinidade de problemas, como a falta de metrô, estacionamento superlotado e vias congestionadas.

O que fez o governo do estado para os alvirrubros? Recomendou o uso de veículos particulares e até táxis. A chiadeira foi justa. Um descaso ao jogo, que, apesar do horário (22h) e das chuvas, teve 16 mil espectadores. No jogo seguinte, um plano pontual foi apresentado para os rubro-negros, com linha de ônibus semi-expressa, estacionamento extra e segurança reforçada nas estações de metrô. Foi feito o mínimo do que se cobra desde junho de 2013, data da inauguração da arena. Longe do ideal, mas ao menos o mínimo!

O que chamou mais a atenção foi a apresentação do plano após a pressão do presidente do Sport, ameaçando deixar de jogar por lá. Aí, vale um adendo. Agora, não há mais o Todos com a Nota prendendo os clubes ao novo estádio. Nos casos de Sport e Santa Cruz, qualquer mando por lá ocorrerá em caso de uma proposta rentável, e não por causa de uma esdrúxula lei estadual – condicionando os ingressos subsidiados à presença na arena.

Ao Náutico, com contrato por 30 anos, as soluções parecem ficar em segundo plano. Ao menos em uma semana estratégica como essa. Nunca houve pressão da direção timbu? É claro que houve. E o governo do estado que se justifique porque nunca deu ouvidos. Portanto, que o novo plano de mobilidade – na verdade, um Plano C em relação ao projeto original, de 15 de janeiro de 2009 – não seja voltado para a apenas uma partida, com público estimado em 40 mil pessoas. A Arena Pernambuco precisa da mesma atenção em todo o seu calendário. E isso, francamente, é de uma obviedade irritante…

Plano de mobilidade para o jogo Sport x São Paulo, pela Série A de 2015. Crédito: governo do estado

2 Replies to “Da recomendação de táxi ao plano de mobilidade pontual, o calo da Arena Pernambuco via governo do estado”

  1. Como Marcílio, já deixei de ir para a Arena por causa do transtorno para se chegar lá. É um produto muito bom, mas não se tem como consumi-lo. É absurdo comprar um ingresso e não saber se vou conseguir assistir ao início da partida.

  2. Cassito.

    Vou te falar, já fui pra arena algumas vezes ver jogos do Sport e Náutico, e desde o último jogo (Taça Ariano Suassuna), onde perdi 1 hora pra entrar no estacionamento, simplesmente desisti de ir a Arena.

    Houve um tempo, caro amigo, que meia hora antes do jogo, ouvindo a resenha, estava em casa, me animava, simplesmente ia pra parada de Ônibus na minha rua, na tamarineira, pegava o PE15/Afogados, que passava de 5 em 5 min, e pasmem, após uma breve corridinha, quando o juíz apitava o início da partida, ja me encontrava sentado vendo o jogo.

    Hoje, assistir um jogo la, não é apenas um programa, e sim um teste de paciencia. Lembra A Odisséia de Homero. Lógico que não são 10 anos!, mas aparenta ser.

    A pergunta que fica é… Quanto tempo, torcedores/clientes, vão se submeter a tal experiência desconfortante.

    Nesses termos, a Arena está com dias contados.

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