O fim da segunda passagem de Lisca no Náutico, durante mais uma Série B

Lisca treinando o Náutico. Foto: Marlon Costa/FPF

Não houve qualquer traço pitoresco no fim da segunda passagem de Lisca no Náutico. Se há um ano ele desabafou com um taxista sobre a sua saída, com o motorista vazando a informação à imprensa via twitter logo depois, desta vez a situação foi a corriqueira no mundo do futebol, com um diretor informando o desligamento do cargo. No caso, coube a Paulo Henrique Guerra, com a definição ocorrendo no jantar, duas horas após a derrota do Timbu no Castelão, deixando o time com o pior rendimento como visitante na Série B. A nota oficial do clube, confirmando a demissão, às 23h44, foi direta:

“A mudança tem como objetivo a busca de melhores resultados para a conquista do acesso à Série A. O Náutico agradece o treinador pelos serviços prestados à frente da equipe alvirrubra e o deseja sorte nos próximos desafios.”

De fato, o futebol do clube vinha numa curva descendente. Pela insistências em algumas peças (Rogerinho e Gil Mineiro), mas também (talvez) pela limitação do elenco, sem os reforços planejados, um pouco acima do orçamento. Ao sucessor (interino à parte), serão 14 rodadas para fazer algo diferente na equipe.

Confira os números de Lisca Doido deixa os Aflitos.

Lisca em 2014 (26 jogos, 5 meses)
10 vitórias
7 empates
9 derrotas
47,4% de aproveitamento

Lisca em 2015 (35 jogos, 6 meses)
15 vitórias
8 empates
12 derrotas
50,4% de aproveitamento

Lisca em 2014/2015 (61 jogos)
25 vitórias
15 empates
21 derrotas
49,1% de aproveitamento

Alvirrubro, você concorda com a mudança no comando técnico do time?

Tem gente mexendo no placar do Arruda

Placar eletrônico do Arruda na final do Estadual de 1993. Crédito: RN Produções/youtube/reprodução

O primeiro placar eletrônico em um estádio de futebol de Pernambuco foi instalado em 1982, no Arruda, após a construção do anel superior. Inicialmente, ficava no centro do campo, preso à sacada da nova estrutura. Transferido para a barra da Rua das Moças, o equipamento, com as tradicionais lâmpadas amarelas e o horário de Brasília, durou pouco mais de uma década.

Em 2001 houve um salto tecnológico casa do Santa. No mesmo local do antigo placar foi instalado um telão colorido, o primeiro do Nordeste. Porém, o equipamento foi danificado e o custo de R$ 50 mil inviabilizou o conserto. Assim, o Mundão ficou oito anos sem um placar, nem mesmo manual. Até a volta da Seleção Brasileira ao Recife, após 14 anos. Para o jogo válido pelas Eliminatórias da Copa, foi alugado um novo telão, desmontado logo depois.

Em 2011, foram colocados dois expositores coloridos na beira do campo. Neste caso, o aparelho informava apenas através de texto. A permuta, numa parceria com quatro empresas, durou na Série D. Desde então, se passaram quatro temporadas para, enfim, o estádio José do Rego Maciel voltar a ter um placar de alto nível, com um telão de LED de 36 metros quadrados (9 metros de comprimento por 4 de altura). O aparelho vem a custo zero e mais uma parceria do clube. Que desta vez a estrutura dure mais tempo.

Ordem das imagens: 1993 (Santa 2 x 1 Náutico), 2001 (Santa 2 x 1 Fla), 2009 (Brasil 2 x 1 Paraguai), 2011 (Santa 1 x 0 Santa-RN) e 2015 (Santa x Papão).

Placar eletrônico do Arruda em 2001: Santa Cruz 2x1 Flamengo. Crédito: Rede Globo/youtube/reprodução

Placar eletrônico no jogo Brasil 2x1 Paraguai, em 2009, no Arruda. Foto: Fabiano Lopes (http://derecifeparaomundo.blogspot.com.br/)

Placar eletrônico do Arruda em 2011. Foto: DP

Novo placar eletrônico do Arruda, em 2015. Foto: Yuri de Lira/DP/D.A Press

Náutico perde no Castelão e fica com a pior campanha como visitante na Série B

Série B 2015, 24ª rodada: Ceará 1x0 Náutico. Foto:  Christian Alekson/cearasc.com

A prévia de Ceará x Náutico trazia ao menos duas formas de observar o nível técnico do confronto nordestino. Pela classificação da Série B, com os alvirrubros em 6º lugar, mirando sempre o G4, e os alvinegros em 18º, tentando sair do Z4. E num retrato mais curto da tabela, com as últimas dez rodadas, o Vozão subia para o 12º lugar e o Timbu caía para o 14º. Aí, era possível enxergar o momento de cada um. Numa curva descendente, o time de Lisca necessitava pontuar fora de casa, ainda mais com dois jogos seguidos longe da Arena.

A descrença no Castelão era real, mas melhorou com o primeiro tempo, num jogo franco, com boas oportunidades para cada lado. Hiltinho chegou a acertar a trave. Como três zagueiros, a saída de um para a entrada de um meia poderia gerar mais articulação, mas a escolha de Rogerinho (mudança de praxe de Lisca) não surtiu efeito. Aliás, surtiu, com mais espaço para um rival mordido. O atual campeão regional jogou como se fosse uma final, chegando à vitória com um gol de Rafael Costa, que desperdiçara várias chances, 1 x 0.

Na área técnica, o treinador alvirrubro chutava copinhos d’água, irritado com o desempenho. Talvez consciente de sua parcela de culpa ou pela falta de reação fora do estado. Com o revés (e o empate do CRB fora), o rendimento como visitante agora é o pior da Segundona: 1 vitória, 3 empates, 8 derrotas e saldo -12. Aproveitamento de 16%, quase incompatível com o acesso. Nas duas classificações nos pontos corridos, 24% em 2006 e 33% em 2011.

Série B 2015, 24ª rodada: Ceará 1x0 Náutico. Foto:  LC MOREIRA/ESTADÃO CONTEÚDO