Violência entre torcidas organizadas no Recife mesmo em um jogo sem rivalidade

Briga de torcida organizada em 08/09/2015

Qual é a rivalidade entre Santa Cruz e Paysandu? À parte da disputa N/NE, só no campo. Como pode, após este jogo, no Arruda, ocorrer uma briga generalizada de torcidas dos dois clubes em frente à sede do Náutico (sim, nos Aflitos)? Por mais que as pontas sejam difíceis de atar, há uma explicação.

Sendo bem direto: as ramificações das torcidas organizadas.

É o cerne do problema que terminou a com a morte de Paulo Ricardo, atingido por um vaso sanitário no Arruda após Santa x Paraná, em 2014. Ali, também não havia qualquer traço de rivalidade entre os times e suas torcidas. Entre as facções, havia. Inferno x Fúria Independente/Torcida Jovem.

Torcida organizada do Paysandu na sede do Náutico, no momento da confusão em 08/09/2015

Essa união interestadual é baseada no apoio logístico, como hospedagem, material e transporte nos jogos fora de casa. No início, talvez, uma boa ideia. Hoje, mais um canal para difundir a violência. Não por acaso, se passou um ano e surgiu outro episódio com uma coalização, a Terror Bicolor/Fanáutico.

A ajuda aos torcedores organizados do Papão foi tanta que à tarde a facção alviazulina foi recebida pela aliada dentro da sede do Náutico (sem controle). À noite, a baderna, após a invasão de centenas de integrantes da Inferno Coral, com bombas, tiros, pedras, correria, viaturas da PM tomando a Avenida Rosa e Silva e ruas próximas, carros danificados e o pânico usual no Recife pós-jogo.

Confusão na frente da sede do Náutico

A cena, registrada por inúmeros moradores do bairro, está longe de ser uma novidade para quem acompanha o futebol pernambucano mais de perto e só deixa a sensação de que qualquer partida é um evento de risco em potencial. Basta haver alguma torcida aliada em jogo. Acredite, sempre há.

Tire a prova das ramificações: Fanáutico, Inferno Coral, Torcida Jovem.

E assim, a uniformizada alvirrubra recebe a do Ceará, a rubro-negra (amarela) ajuda a do Remo, a tricolor apoia a do Baêa, mesmo sem jogar, mas com o rival citadino envolvido. E por aí vai. Basta juntar as pontas…

Briga de torcida organizada em 08/09/2015

4 Replies to “Violência entre torcidas organizadas no Recife mesmo em um jogo sem rivalidade”

  1. Não resolveria, mas acredito que uma punição mais severa aos envolvidos talvez reduza a força desses bandidos. Quem sabe se cada preso nesses eventos fosse suspenso por um bom tempo, proibido de entrar nos estádios nos jogos que dize representar.

  2. Mais uma vez cenas lamentáveis….acabei de postar no blog ARQUIBANCADA ALVIRRUBRA, SOU SÓCIO DO NÁUTICO DESDE 1974, FUI ATLETA DO CLUBE, E MUITAS VEZES PARA ENTRAR NAS DEPENDÊNCIAS DO CLUBE É A MAIOR NOVELA…….AI EU ME PERGUNTO………..PORQUE A GANG DO PAYSANDU ENTROU E PASSOU O DIA TODO NAS DEPENDÊNCIAS DO CLUBE???? COM A PALAVRA OS ” GRANDES” GESTORES DO MTA………

  3. Não havia uma imagem com melhor resolução, não, pra gente ver direito os logotipos das “torcidas” parceiras?

  4. Concordo com sua análise, este fenômeno é nacional, aliás, internacional, veio importado da Europa para o Brasil ainda no início da década de 1980. Tenho uma Revista Placar de 1981 que o assunto é esse, até que ponto as organizadas disputarão territórios nos estádios de futebol. Aqui em Alagoas não é diferente, quando o CRB jogar contra o Santa Cruz aqui no Rei Pelé, o pessoal da Inferno Coral contará com o apoio de sua aliada “Mancha Azul”, do rival CSA, contra a “Comando”do CRB! Até quando isso, ninguém sabe, só uma coisa, o povão está mais longe dos estádios!

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